Pretende-se mostrar brevemente nesta palestra a presença das Igrejas Católicas Orientais, focalizando um pouco mais a Igreja Católica Ucraniana, evidentemente a mais conhecida pelo palestrante, dentro do complexo contexto da imigração de diversos povos ao Brasil, sua riqueza multicultural e significado ao país acolhedor e à Igreja aí atuante, mas também suas ambiguidades e desafios.
O Brasil é um país de uma diversidade impressionante, apresentando contrastes geográficos, sociais e culturais, mas que “formam uma harmonia, que transforma o Brasil em uma terra abençoada por Deus” (Gilberto Freyre) (Khatlab, 205). Desde a sua descoberta oficial pelos portugueses, talvez até bem antes, sempre foi um país de imigração, atraindo e sendo transformado por imigrantes das mais diversas nacionalidades.
O processo imigratório ficou mais forte com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil em 1808, quando Dom João VI permitiu ao governo conceder terras para os estrangeiros, mas principalmente com a abolição da escravatura em 1888, quando se fez necessário estimular a imigração com o objetivo de ter mão-de-obra sobretudo para a agricultura e também para colonizar regiões mais distantes e desabitadas (Khatlab, 206; Batista, 29). A questão é também formulada na hipótese do “branqueamento da população brasileira”, como uma preocupação da elite brasileira em ver na imigração europeia “uma possibilidade de regeneração do povo brasileiro” (Batista, 29-30). O fluxo de imigrantes, vindos da Europa e do oriente, foi intenso durante o século XIX e início do século XX. Depois se prolongou em menor intensidade até a metade do século XX.
Fugindo das guerras, problemas econômicos, miséria, perseguições políticas e religiosas, invasões, inseguranças e decididos a encontrarem dias melhores, os imigrantes desembarcaram na “Terra de Santa Cruz”: