Movimento de Cursilhos de Cristandade

HISTÓRIA

O Movimento de Cursilhos ou “a obra dos Cursilhos”, como se dizia, teve seu início no singular contexto social, econômico, político e religioso da Espanha nas décadas de 1930-1940. Coube a iniciativa à Juventude da Ação Católica Espanhola (JACE) da Diocese de Palma de Maiorca (Ilha de Maiorca, Espanha), encorajada por seus assistentes eclesiásticos e por seu Bispo, D. Juan Hervás.

Participando de peregrinações promovidas pela JACE a destacados Santuários nacionais e, especialmente da preparação e realização da grande Peregrinação levando 80.000 jovens a Santiago de Compostela, em agosto de 1948, intuíram eles a “obra dos Cursilhos”. Aqueles “cursillos” ou pequenos cursos preparatórios à peregrinação, ministrados a milhares de jovens por toda a Espanha, durante vários anos, poderiam continuar a ser desenvolvidos, agora com outro direcionamento. Marcado por essa sua origem “peregrinante”, o MCC guarda, ainda hoje, algumas expressões típicas, como por exemplo, “Ultreya” (ir mais adiante, caminhar mais além com entusiasmo) e “Guia do Peregrino” (pequeno livro de orações). Num processo de “inculturação” do Movimento, no Brasil adotaram-se os termos “assembleia mensal” em lugar de “ultréia” e “Peregrinando Com Cristo” que vem substituir o antigo “Guia do Peregrino”.

Um eixo doutrinário específico, constituído pelo anúncio jubiloso do Evangelho, através de um método próprio – o querigmático-vivencial – facilitaram a conversão entusiasmada de muitos jovens e sua inscrição nas fileiras da JACE. A conquista do mundo para Cristo era sua bandeira. Esse foi o objetivo específico daqueles primeiros cursilhos denominados: “Cursilho de Formação e Apostolado” o primeiro, em janeiro de 1949; “Cursilhos de Juventude” alguns outros, e “Cursilhos de Conquista”, em 1952-53.

Alguns jovens sacerdotes da Diocesa de Palma de Maiorca que trabalhavam com a Ação Católica e com a JACE, estavam naturalmente influenciados pelas ainda recentes Encíclicas “Mystici Corporis” (1943) e “Mediator Dei” (1947), do Papa Pio XII. Em deles chegara recentemente de Roma, doutorado em Teologia e, segundo suas próprias palavras, “tinha obsessão por explicar às pessoas a verdadeira dimensão do cristianismo a partir da consciência do que era a Graça de Deus… levei à reunião dois trabalhos teológicos: ‘De gratia Redemptoris’ (Sobre Graça do Redentor, de Lennerz, e o volume correspondente da sinopse de Tanquerey)…”.

O método característico do Movimento surgiu do seu cunho vivencial, testemunhal, simples, honesto e transparente, ainda que o entusiasmo daí resultante pudesse tocar, de preferência, na emotividade das pessoas, o que não deixava de ser sumamente oportuno.

Como projeto e iniciativa da JACE, a “obra dos Cursilhos” expandiu-se por quase todas as dioceses da Espanha, embora contasse, também, com muitos adversários tanto no seio da própria Ação Católica como até da hierarquia. Diante de Roma e dos demais Bispos da Espanha, D. Juan Hervás assumiu pessoalmente a responsabilidade pela obra, dando a ela apoio efetivo, orientação pastoral e defendendo-a das acusações de que era vítima. Isso lhe valeu a transferência da Diocese de Maiorca para a de Ciudad Real. Em Maiorca, os Cursilhos, postos sob suspeita, foram praticamente suspensos pelo sucessor de D. Hervás, Mons. Enciso Viana, enquanto alguns dos iniciadores eram reduzidos ao silêncio. A suspensão provisória durou até fins de 1957. Em 1958 os Cursilhos voltaram a ser ali reorganizados.

Em 1953, na 15ª Assembleia Geral da JACE, tentando resolver dificuldades internas de relacionamento e de estrutura, D. Hervás deu àqueles “cursillos” o nome Cursilho de Cristandade: “… felicitação, sobretudo, por estes abençoados ‘cursilhos de Cristandade’, que têm a sorte, como Jesus Cristo, de ser ‘sinal de contradição, postos para tropeço e contradição de muitos’”, foram suas palavras entusiasticamente aplaudidas. (CAPÓ, Jaime, Cursillos de Cristandad, Ed. Águas Buenas, Porto Rico, 1989.)

Procurava-se explicar que o termo “cristandade” não tencionava caracterizar uma volta à Igreja medieval. Tratava-se, porém, de uma tentativa de fazer com que o mundo, “de costas para Deus”, como se dizia, se transformasse “em cristão”, pela ação de uma “cristandade”.

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PATRONO: APÓSTOLO SÃO PAULO

Queda na estrada de Damasco

É importante lembrar que Paulo não caiu do cavalo como costumeiramente falamos. Estava com 28 anos de idade, tinha poder e prestígio. Em nome do Sinédrio liderava a perseguição contra os cristãos. Em At 9,1-2; 26,9-12, ele pede licença para persegui-los até em Damasco da Síria (200 km de distância) – sete dias de viagem. No caminho acontece algo novo: Paulo cai por terra e ouve uma voz: “SAULO, SAULO, PORQUE ME PERSEGUES?” (At 9,4). Paulo estava perseguindo a comunidade. Jesus se identifica com a comunidade. Coloca-se ao lado do perseguido, desaprova o perseguidor. Estava sozinho, sem rumo, perdido no meio do caminho.

A queda na estrada de Damasco foi o divisor das águas: aqui a vida de Paulo se divide em ANTES e DEPOIS. A entrada de Jesus em sua vida não foi pacífica, mas uma tempestade violenta.

Algumas imagens

A Bíblia usa algumas imagens para descrever o que aconteceu: duas de Lucas para sugerir a semelhança entre Paulo e os Profetas, e duas do próprio Paulo.

Queda 

Deus não pediu licença: entrou e o derrubou (At 9,4; 22,7; 26,14). Caído no chão, ele se entrega. O caçador foi alcançado.

Cego

Uma luz o envolveu (At 9,3). Luz tão forte que ele ficou cego por três dias, sem comer e nem beber (At 9,8-9). São três dias de escuridão, de morte que antecedeu à ressurreição. O líder teve que ser conduzido pela mão dos seus liderados (At 9,8). Paulo só começou a enxergar quando Ananias impôs as mãos e disse: “SAULO, MEU IRMÃO!” (At 9,18). Ressuscitou no exato momento em que foi acolhido na comunidade como IRMÃO. Morreu o perseguidor, ressuscitou o profeta.

Aborto

“POR ÚLTIMO, JESUS APARECEU A MIM, QUE SOU UM ABORTO” (I Cor 15,8). O seu nascimento para Cristo não foi normal. Deus o fez nascer de maneira forçada. Paulo foi arrancado do seu mundo, como se arranca uma criança do seio de sua mãe por meio de uma operação.

“Fui apanhado”

“PROCURO APANHÁ-LO, ASSIM COMO EU MESMO FUI APANHADO POR ELE” (Fl 3,12) Queda, cegueira, aborto. Estas imagens sugerem a ruptura que houve, revelam o fracasso do sistema em que ele vivia. Apareceu o NADA de Paulo, de onde vai nascer o TUDO de Deus! “SEM MIM NADA PODEIS FAZER” (Jo 15,5). “TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE” (Fl 4,13).

Ruptura e continuidade

Ruptura 

Quebrou tudo: o ideal que ele alimentava na vida; a observância que fazia da Lei; o seu esforço de conquistar a justiça e chegar até Deus. Desmoronou o mundo em que ele vivia. No momento da ruptura reapareceu o rosto de Deus. O Deus de ANTES estava com ele DEPOIS. Deus, maior que a ruptura, fez a continuidade.

Na estrada de Damasco, Paulo recebeu sem nenhum esforço, o que durante 28 anos não tinha conseguido alcançar: a certeza de que Deus o ACOLHIA e o JUSTIFICAVA (Rm 3,19-24).

Deus lhe mostrou o seu amor, quando ele, estava sendo “blasfemo, perseguidor e insolente” (1 Tm 1,13; 1 Cor 15,9). A graça foi maior que o pecado. Agora, Paulo, só confia naquilo que Deus faz por ele. Já não coloca sua segurança na observância da lei, mas sim no amor a Deus por ele (Gl 2,20-21; Rm 3,21-26).

 Gratuidade

Esta foi a marca da experiência de Paulo na estrada de Damasco, que renovou por dentro todo o seu relacionamento com Deus.

A experiência da gratuidade do amor a Deus vai dar rumo à vida de Paulo e vai sustentá-lo nas crises que virão. Antes, Paulo olhava para Deus, lá distante, e procurava alcançá-lo através da observância da lei e da tradição dos antigos; pensava só em sim mesmo e em sua própria justificação. Agora, sentindo-se acolhido e justificado por Deus, já podia esquecer-se de si e da sua própria justificação para pensar só nos outros e servi-los através da prática do amor “QUE É A PLENITUDE DA LEI (Rm 3,10; Gl 5,14).

A conversão para Cristo significou uma mudança profunda na vida de Paulo. Foi sempre fiel a Deus e ao povo. Tornando-se cristão não estava deixando de ser judeu. Foi a vontade de ser fiel às esperanças do seu povo que o levou a aceitar Jesus como Messias. Reconheceu em Jesus o SIM de Deus e às promessas feitas ao seu povo no passado (2Cor 1,20). A fidelidade ao Evangelho deve levar a uma fidelidade maior ao nosso povo.
2.4 “É CRISTO QUE VIVE EM MIM”: MATURAÇÃO

A conversão se aprofunda. Não temos informação sobre a conversão prolongada de Paulo, que se estendeu por treze anos. São treze anos de silêncio.

“Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20) 

A leitura da Bíblia ajudou Paulo a descobrir o significado da morte de Jesus. Na época do cativeiro quando o povo inteiro caiu na pobreza, nasceu a esperança: Deus vai ser o nosso parente mais próximo. Foi essa esperança antiga do seu povo que Paulo descobriu o sentido da morte de Jesus. Esta Boa Notícia modificou por completo a vida de Paulo.

“Vivo, mas já não sou eu que vivo; é cristo que vive em mim” (Gl 2,20) 

A experiência do amor levou Paulo a desocupar o barraco da sua vida e dizer a Jesus: “PODE ENTRAR E MORAR AQUI DENTRO. O SENHOR É QUEM MANDA”.

“Se morremos com cristo, também viveremos com ele” (Rm 6,8)

O ideal do cristão é ser como Jesus. Quem morre como Jesus, doando sua vida pelos outros, também participará com Jesus na vitória sobre a morte. Essa experiência da morte e ressurreição fez de Paulo um homem livre: venceu nele o medo da morte (Rm 6-3-7), deu sentido à sua renúncia (Fl 3,7-8).

“Quando me sinto fraco, ai é que sou fraco” (2 Cor 12,10) 

Paulo sentiu suas limitações e experimentou o que Jesus dizia: “SEM MIM NADA PODEIS FAZER” (Jo 15,5; 2Cor 11,30; 12,10). Mesmo com as limitações sentia uma poderosa energia que o ajudava na luta e na caminhada. Pedia a Deus que os cristãos tomassem consciência “da extraordinária grandeza desse poder que atuava neles através da fé” (Ef 1,17-20).

“Estejam sempre alegres, rezem sem cessar” (1Ts 5,16-17)

Através da oração constante, Paulo vive em contato permanente com essa força da ressurreição que o invade.

“Fé, esperança e amor. o maior dos três é o amor” (1Cor 13,13)

Sem o amor não somos nada. O amor é um dom.

CONCLUINDO

Em treze anos, Paulo passou em: Damasco, Arábia (3 anos), Jerusalém, Tarso, Antioquia.
Neste período:

* participa da vida de comunidade;

* deve ter anunciado o Evangelho;

* contribuiu para a expansão e o crescimento das comunidades da Síria na Arábia e na Cilícia;

* deve ter exercido sua profissão para ter o que comer e com o que se vestir;

* o foco deste período está na nova experiência de vida a partir de Jesus.

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 MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE NA EPARQUIA SÃO JOÃO BATISTA

História 

Breve histórico

Reunião de lideranças em Guarapuava no dia 20 de maio de 2011 

Às 18h15min, foi dado início à reunião com as lideranças do Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC), quando se fizeram presentes: Dom Volodemer Koubetch, OSBM – Bispo Eparca, Pe. José Ratusznei, OSBM e a catequista Helena Bardal, CSCJ da Paróquia São Josafat de Prudentópolis, o Pe. Bessa – Diretor Espiritual, Emerson Estrela – Coordenador Diocesano, Ana Maria Lopes Ribeiro, Pedro Paulo Dalla Rosa e Rodrigo Silva – integrantes da equipe coordenadora do MCC em Guarapuava. A reunião teve um caráter mais informal e teve como objetivo principal o conhecimento e diálogo entre os responsáveis da Eparquia São João Batista e os da Diocese de Guarapuava, mas também a busca de objetivos comuns: o bem da Igreja, o enriquecimento e divulgação do Movimento, a formação de líderes e verdadeiros cristãos agindo exemplarmente na sociedade.

Os participantes da Eparquia expuseram a necessidade de renovar o Movimento a partir da Paróquia São Josafat de Prudentópolis, explicando que houve uma queda da dinâmica com o falecimento de dois grandes líderes, que conduziam as atividades até pouco tempo: Nádia Shulhan do Instituto Secular das Catequistas do Sagrado Coração de Jesus e o Sr. Dionísio Opuchkevicz, empresário, paroquiano e líder da comunidade ucraniana de Prudentópolis. Por orientação e apoio do Eparca, a Catequista Helena Bardal do citado Instituto e o Padre José Ratusznei, OSBM, Coadjutor da Paróquia São Josafat, estão assumindo a reorganização do movimento, tendo como referência o grupo de cursilhistas da Diocese de Guarapuava.

Os interlocutores de Guarapuava enfatizaram que o Movimento, após uma fase de certa crise e estagnação, passa por uma visível fase de revitalização e relançamento, tendo em vista que atualmente se celebram os 50 anos de presença no Brasil. É um movimento que precisa ser entendido e aplicado dentro da realidade do mundo atual como um movimento eclesial, que está a serviço da Igreja, não simplesmente servindo em diversas atividades internas, como a sacristia, mas principalmente atuando como leigos engajados e bons cristãos na sociedade hodierna. Eles relataram que existem algumas dificuldades, como o fato de não se ter uma correta compreensão do Movimento por parte do clero e também a falta de incentivo e apoio.

A reunião foi concluída com a manifestação de alegria e reconhecimento das lideranças de Guarapuava pelo interesse da Eparquia diante do Movimento e com a garantia de apoio e de auxílio no que for necessário para o que o Movimento se reestruture, se renove e estenda sempre mais na Paróquia São Josafat e na Eparquia São João Batista.

Reunião de lideranças em Prudentópolis no dia 09 de outubro de 2011 

Aos dias 09 de outubro 2011, às 15 horas, numa das salas da Paróquia São Josafat, aconteceu uma importante reunião do Movimento de Cursilho de Cristandade, realizada com a presença de Dom Volodemer Koubetch, OSBM – Eparca dos ucranianos católicos no Brasil, o Pe. José Ratuzsnei, OSBM – Coadjutor da Paróquia São Josafat, o Sr. Emersom Estrela – Coordenador Diocesano de Guarapuava, a Carol Billek e a Marieli Okonoski – responsáveis do setor de Guarapuava, os Senhores Pedro Groshko e Antonio Popiu, as lideranças do Apostolado da Oração e demais cursilhistas de Prudentópolis. A reunião, convocada e dirigida pela catequista Helena Bardal, CSC, iniciou com a oração dirigida por Dom Volodemer.

Em seguida, o coordenador Emersom agradeceu pela presença de todos e parabenizou a iniciativa de continuar com o Movimento de Cursilho de Cristandade em Prudentópolis. Ele informou que o assistente espiritual continua sendo o Padre Paulo José Bessa e que em março de 2012 haverá uma Assembleia do Cursilho em Ponta Grossa, convidando os cursilhistas prudentopolitanos a participarem da mesma.

Durante a reunião, discutiu-se: 1) a dificuldade de reunir os cursilhistas para iniciar os Encontros de Formação e Capacitação, a fim de conhecer mais a Fé, o estudo da Palavra de Deus e ter consciência da ação evangelizadora no ambiente onde eles vivem e trabalham; e 2) as possíveis programações a serem executadas pela Eparquia.

Concretamente, o Sr. Emersom propôs duas opções para a Eparquia: 1º Iniciar com o Encontro de Formação de cursilhistas (ESCOLA). 2º Tentar reunir os jovens para motivá-los a conhecer o M.C.C. e posteriormente participar do mesmo.

Dom Volodemer colocou-se à disposição para entrar em contato com os sacerdotes das seguintes localidades: Ponta Grossa, Prudentópolis, Ivaí, Mallet e Irati, para que os sacerdotes possam auxiliar, participar e divulgar o M.C.C. nas suas respectivas comunidades ou paróquias. Nos contatos, será encaminhado um levantamento dos nomes dos que já fizeram o Cursilho com o objetivo de reorganizá-los, reativando o Movimento na Eparquia.

Finalmente, o Coordenador da Diocese de Guarapuava lembrou que cada cursilhista deverá fazer a sua parte nos trabalhos do Movimento. A reunião fechou com a seguinte decisão: mais ou menos para o final de fevereiro ou início de março será realizado um encontro de renovação com os que antigamente ingressaram no Movimento.

Ação pastoral: objetivos, critérios…

Subsídios