Visita Canônica em Rio dos Banhados

Entre os dias 19 a 22 de novembro de 2015, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM realizou a Visita Canônica na comunidade de Rio dos Banhados, município de União da Vitória, pertencente à Paróquia Exaltação da Santa Cruz, que fará parte da nova Paróquia a ser criada em São Cristóvão, distrito de União da Vitória. O presente artigo apresenta as informações gerais, a visita do Metropolita e um breve histórico da comunidade ucraniana de Rio dos Banhados. Durante esses dias, ele fez ainda outras visitas rápidas, apenas mencionadas nesta matéria.

INFORMAÇÕES GERAIS

A comunidade atual se compõe de oito famílias mais assíduas. Sobrevivem basicamente da agricultura, cultivando soja, milho, feijão, leite, etc. Ela ficou muito pequena devido à criação de novas comunidades, como Rio do Meio, Pinhalão e Papua.

A comissão em exercício se compõe dos seguintes membros: Presidente – Irineu Paraschuk; Vice – Vitalino Wladeka; Tesoureiro – Pedro Ivo Costa; Secretária – Marlene Paraschuk; responsável pela manutenção – Teresinha Wladeka.

Ambas as comunidades, a ucraniana e a latina, se apoiam mutuamente, uma depende da outra.

Segundo o Pároco Luiz Pedro Polomanei e a Ir. Egídia Pastuch, SMI, a igreja ucraniana faz parte da rota das cacheiras e, por isso, é importante que ela seja devidamente preservada.

VISITA CANÔNICA

Dia 19 de novembro, quinta-feira, vindo de Curitiba, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM chegou à sede paroquial de Rio das Antas às 14:30. Tendo se instalado e tomado um lanche servido pelas Irmãs Servas, ele obteve as informações básicas sobre a comunidade de Rio dos Banhados.

Sexta-feira, dia 20 de novembro, de manhã, pelas 10:30, acompanhado pelo Pároco Luiz Pedro, Dom Volodemer foi à Colônia Charqueada para ver a escola utilizada pela comunidade como capela. Está sendo feita a ampliação na parte da frente a fim de comportar mais gente.

Às 14:15, em companhia do Pároco e do jovem Sandro Kolichnik, o Metropolita chegou à comunidade de Rio dos Banhados. Primeiramente, ele fez uma série de fotos, pois o dia estava propício, lindíssimo, com céu azul e nuvens esparsas. Verificou a igreja e seus pertences. Tomou um lanche com a comunidade.

Com a ajuda das Irmãs Servas Egídia Pastuch e Cecília Zamulhak, às 15:30, a comunidade fez uma recepção ao Arcebispo. Os paroquianos se reuniram em frente à igreja. Na entrada, os noivos Mateus Parastchuk e Lorraine Camila Wladeka, que fazem parte do Conselho Administrativo Paroquial (CAP), saudaram o visitante com pão e sal. Dentro da igreja, o Pe. Luiz Pedro cumprimentou-o com palavras fraternas.

Em seguida, foi dado início à Divina Liturgia, a maior parte celebrada em português. Em sua homilia, Dom Volodemer explicou o motivo de sua visita e explicou mais detalhadamente, sob a ótica do Ano da Misericórdia, os 10 Mandamentos da Lei de Deus.

De volta a Rio das Antas, o Pe. Luiz Pedro levou o Arcebispo Metropolita para conhecer o cemitério local e a capelinha da comunidade de Papua.

Dia 21 de novembro, sábado, de manhã, o Arcebispo Metropolita fez uma visita à comunidade de Palmital.

Às15 horas, Dom Volodemer teve um encontro com os membros do Conselho Administrativo Paroquial e outras lideranças de Rio dos Banhados. Foi verificado o breve histórico, fazendo-se algumas correções e complementações, e foram tratados assuntos de interesse da comunidade.

Acompanhado pelo Pároco Luiz Pedro, o Metropolita jantou na casa das Irmãs de São José em Cruz Machado.

Domingo, dia 22 de novembro, saindo de Rio das Antas, em companhia da Ir. Cecília Zamulhak, SMI, dirigindo-se para Rio dos Banhados, o Arcebispo Metropolita levou consigo todas as suas coisas, porque daí voltou diretamente para Curitiba.

Às 09:45, com a concelebração do Pároco Polomanei, foi dado início à Divina Liturgia pontifical. As Irmãs de São José de São Cristóvão, Eleutéria Karolhus e Márcia Marinhak, dirigiram o canto. As leituras, as “ektenias”, o “Creio” e o “Pai nosso” foram cantados em português. Em sua homilia, Dom Volodemer elogiou a comunidade ucraniana pela união com a comunidade latina e por ter restaurado a igreja histórica. Falou ainda sobre o Ano da Misericórdia.

No final da celebração, a comunidade fez um agradecimento especial ao Metropolita. A jovem Lorraine Camila Wladeka proferiu palavras de reconhecimento e a menina Marina Wladeka entregou um vaso de flores.

Sob forte chuva, que começou no final da celebração litúrgica, todos dirigiram-se ao salão da comunidade latina, cuja igreja é consagrada a São José, onde foi servido o almoço de confraternização.

BREVE HISTÓRICO

O presente histórico foi elaborado pela Ir. Cecília Zamulhak, SMI.

A comunidade católica ucraniana de Rio dos Banhados, pertencente à Paróquia Exaltação da Santa Cruz, não dispõe de um livro crônica. As informações obtidas têm duas fontes: a primeira provém da família Wladeka, Teresinha e José Wladeka, netos do casal Miguel e Ana Wladeka, vindos da Ucrânia; a segunda fonte é o livro “Igrejas Ucranianas – Arquitetura da Imigração no Paraná”, que traz um breve histórico, retirado do Almanaque dos Padres Basilianos, 1971, p. 148.

Em 1957, o Revmo. Pe. Irineu Bilhan, OSBM vinha com frequência à casa do Sr. Valdomiro Klemtchuk, onde celebrava a Divina Liturgia, batizava e realizava outras funções religiosas. Um dia, o referido sacerdote deu ao povo a ideia de construir uma igreja. Verificaram o número de famílias ucranianas, chegando a 12.

No tempo oportuno, o Pe. Bilhan convocou uma reunião com essa finalidade. As pessoas vieram e por aclamação decidiram construir a igreja. Foi eleito um comitê sob a presidência do Sr. Valdomiro Wladeka.

Quando foram iniciadas as providências para a construção da igreja, o sacerdote começou a visitar a família do Sr. Basílio Paraschuk. Foi realizada uma coleta na qual cada paroquiano colaborou com um cruzeiro. O Sr. Basílio doou 300 metros quadrados de terra e pedras para a fundação. Em seguida, os líderes pediram doações entre os fiéis latinos, os quais se mostraram muito generosos. Um alemão, Nelson Vier, com o seu “Ford” transportou a madeira durante a noite, porque durante o dia ele tinha seu próprio trabalho.

A igreja, construída em madeira, teve como mestre de obras Tito Tsembalhuk. A data da inauguração da nova igreja não é precisa. Sob o patronato de Sant’Ana, foi consagrada pelo Pe. Mariano Strujak, OSBM e sua inauguração realizou-se no início do ano 1961.

Segundo as informações da família Wladeka, no dia da inauguração foram batizadas três crianças, a saber: Miguel Perish, Clemente Perish e José Korolhuk.                                                        O Sr. Valdomiro Wladeka exerceu o cargo de presidente-executivo desta comunidade durante 20 anos. A Sra. Ana Wladeka, uma das fundadoras, vinda da Ucrânia com 18 anos, mãe do Valdomiro, doou o altar e financiou a metade do custo do sino de 70 kg. O Sr. Mariano Wladeka, filho da Ana, pagou a outra metade do sino, puxou a cavalo todas as pedras e ajudou na preparação das festas e outros eventos.

Entre outros, os primeiros moradores desta comunidade foram das seguintes famílias: Wladeka, Paraschuk, Klemchuk, Perish, Kovalhuk, Olijnek, Weivanko, Belenkij, Chocharoski, Kostek.

As lideranças tentaram lembrar os nomes padres que atendiam a comunidade nos anos 70: Paulo e Valdomiro Barabash, Josafat Gaudeda, Floro Vodonis.

Segundo as informações obtidas, a primeira catequese foi realizada pelas Irmãs Basilianas da Argentina.

As lideranças afirmaram que antigamente existia o grupo do Apostolado da Oração. O grupo dos senhores era dirigido pelo Sr. Marciano Klemtchuk, irmão do falecido Pe. Vidal, e o grupo das senhoras estava sob os cuidados de sua esposa a Sra. Emília Bilenki Klemtchuk.

Há alguns anos a comunidade recebeu a visita de Dom Daniel Kozlinski. O encontro tinha por objetivo a restauração da igreja. A prefeitura de União de Vitória ajudou com um pouco de madeira e prego. O Pe. Irineu Vaselkoski incentivou muito a reforma da igreja. Durante sua gestão foram trocados o telhado, a caixa de vento e os vidros. O Pároco Luiz Pedro Polomanei organizou uma rifa, podendo finalizar a restauração.