Toma posse o terceiro bispo de União da Vitória

Dia 12 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e feriado municipal facultativo, com celebração iniciada às 10:15 na Paróquia Nossa Senhora do Rocio, Dom Agenor Girardi tomou posse como terceiro bispo titular da Diocese de União da Vitória.

A Diocese de União da Vitória foi criada em 3 de dezembro de 1976. Possui 13 municípios com 220 mil habitantes, 25 paróquias, 40 padres, 10 congregações femininas e 13 diáconos permanentes.

Dom Agenor Girardi, natural de Orleans, SC, pertence à Congregação dos Missionários do Sagrado Coração. Dos seus 63 anos de vida, Dom Agenor dedica 32 à vida sacerdotal. Quatro, apenas como bispo. É mestre em Teologia e Espiritualidade pela Pontifícia Universidade Gregoriana, e em Teologia da Vida Consagrada pelo Instituto Claretiano, ambos em Roma. Seu lema: “Ametur Cor Jesu“, ou seja, “Amado seja o Coração de Jesus”. Por nove anos, trabalhou como vigário e depois pároco da Paróquia São José em Francisco Beltrão, cidade onde reside seus familiares.

Sua nomeação pelo Papa Francisco a bispo diocesano de União da Vitória ocorreu no dia 6 de maio, sendo transferindo do ofício de bispo auxiliar na Arquidiocese de Porto Alegre. Antes dele, Dom Walter ocupou o cargo e, depois, a cátedra foi de Dom Bosco. Há um ano, aproximadamente, o cargo estava vago por conta do envio de Dom Bosco Barbosa de Sousa para a diocese paulista de Sorocaba. Neste período, o Pe. Levi Godoi assumiu a função de administrador diocesano. “Uma nomeação é sempre uma surpresa, acolhi com alegria e fé. Vou com confiança para dar continuidade na construção do Reino de Deus naquela diocese. Espero caminhar junto com o clero, as lideranças e a comunidade diocesana”, disse Dom Agenor.

O evento reuniu fiéis da diocese e visitantes de vários lugares do Estado. Caravanas chegaram lotadas. Uma boa parte do público teve que assistir a celebração de posse em pé. Alguns se arrumavam como podiam, em um espaço aqui e outro ali. Faltou lugar, mas sobrou emoção e carinho. Há oito anos, o cenário já tinha sido usado para a posse de Dom Bosco. O Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM, juntamente com o Bispo Eparca Dom Meron, OSBM da Eparquia de Prudentópolis participou da cerimônia, que foi muito bem preparada. Participaram também os seguintes sacerdotes ucranianos: Pe. Josafá Firman – Pároco de União da Vitória, Pe. Ricardo Mazurek Ternovski – Vigário Paroquial, Pe. Sérgio Hriniewicz – Pároco de Paulo Frontin e Pe. Dionísio Mazur, OSBM – Pároco da Paróquia da Catedral de Prudentópolis. Fazendo a acolhida inicial, o Pe. Levi agradeceu ao colégio de consultores de União da Vitória pela confiança e deu as boas-vindas ao novo bispo diocesano, sempre aguardado com muita expectativa. “Foi uma grande benção para mim”, disse o padre.

Os ritos de posse foram oficiados por Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba. A Missa foi participativa e alegre, sob as melodias afinadas e tocantes do coral paroquial; foi muito bonita, emocionante e envolvente, que até arrancou lágrimas de algumas pessoas mais emotivas. Em sua homilia, Dom Agenor fez questão de ver publicamente os diversos grupos de pessoas, desde as autoridades civis até seus familiares, que marcaram presença em sua posse, agradecendo e repetindo a todos que vai trabalhar junto. Colocou-se à disposição da comunidade leiga e religiosa: “Estou chegando para caminhar com vocês. Agora esta é a minha casa”!

Após a cerimônia, leigos e religiosos participaram de um almoço festivo preparado pela comunidade local de forma compartilhada: todos os convidados trazendo alguma coisa e colocando em comum.

Dom Agenor já se inteirou da nova realidade eclesial e social em que vai atuar. Em União, ele já vive uma realidade diferente de Porto Alegre, onde atuava como bispo auxiliar. Deixou a capital, mais de dois milhões de habitantes e 30 municípios, para se dedicar ao cuidado de uma diocese menor, com “apenas” 250 mil moradores. A balança desigual, contudo, parece não ser empecilho. “São realidades distintas, mas o interior de Porto Alegre, por exemplo, onde eu atendia, não era diferente daqui. As pessoas e as comunidades são simples”, explica. “Mas, eu também já começo a me desligar de lá porque é aqui que vamos plantar a semente do reino e construir a igreja de Jesus Cristo”, completa. Entrosando-se aos poucos, ele se esforçou para conhecer sua nova terra: já esteve com as catequistas, com alguns padres e vai conhecendo os religiosos, os fiéis das paróquias agora assistidas por ele.

A figura e postura do novo bispo diocesano, de espírito simples e desprendido, suscitaram atitudes de simpatia em seus primeiros contatos pastorais. Para a religiosa, Nilce Preto dos Santos, um “bálsamo” para a viagem que fez cedo, que veio da vizinha Bituruna com outras 15 colegas. Ele tem traços semelhantes com os do Papa Francisco, e não só fisicamente, mas também o jeito simples, a vontade de visitar e ajudar as comunidades mais simples, parecem muito com os do pontífice. “Lembra muito o Papa”, adiantou-se a ministra no Rocio, Carlota Wolff. Ele recebe os estranhos com um abraço caloroso. “Quebra o gelo” no primeiro cumprimento de mão e sinaliza interesse por tudo o que é, por enquanto, uma novidade. É assim, de um jeito simples e carismático, que o novo bispo da diocese de União da Vitória espera trabalhar a partir de hoje, oficialmente.

Fonte: Ricardo Silveira e Mariana Honesko

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FOTOS: Mariana Honesko e Metropolia