Seminaristas realizam seu retiro anual

Entre os dias 1 a 5 de março de 2025, os seminaristas da Metropolia São João Batista, com sede em Curitiba, Eduardo Krasniak Ternouski e William Carlos Ferreira Noga, juntamente dos seminaristas da Eparquia Imaculada Conceição, localizada em Prudentópolis, Alexandre Pereira Hanchuck, Emerson Bodnar, Felipe Lucas Onesko, Ivan Kuvikov e Matheus da Silva Kreczkiuski, participaram do retiro anual do Seminário Maior São Josafat, realizado na Casa de Retiros Nossa Senhora do Amparo, na Colônia Marcelino, em São José dos Pinhais. Todos foram acolhidos pelos Padres Neomir Doopiat Gasperin, diretor da casa e pároco da Paróquia Santíssima Trindade, e Iwan Kerneski, vigário paroquial da mesma paróquia e da Arquicatedral São João Batista em Curitiba.

O momento de espiritualidade foi promovido pelo reitor do Seminário Maior, Pe. Edson Ternoski, e contou com a ilustre presença do pregador do retiro, Pe. Domingos Starepravo, OSBM, que conduziu uma série de reflexões profundas sobre espiritualidade e vocação. Os seminaristas participaram ao todo de nove conferências, com o objetivo de aprofundar sua espiritualidade, fortalecer sua fé e reafirmar sua vocação.

O retiro começou no sábado (05) ao meio-dia com o Pe. Domingos estruturando os horários das atividades. O cronograma do primeiro dia ficou da seguinte maneira: 12:00 – Almoço, 15:30 – Lanche, 16:00 – Conferência, 18:00 – Divina Liturgia, 19:00 – Janta, 20:00 – Conferência. A programação dos próximos dias ficou estabelecida da seguinte forma: 7:00 – Oração Pessoal, 8:00 – Café da manhã, 9:00 – Conferência, 11:00 – Divina Liturgia, 12:00 – Almoço, 15:30 – Lanche da tarde, 16:00 – Conferência, 18:00 – Ofício das Horas, 19:00 – Janta, 20:00 – Partilha das reflexões diárias.

Cada conferência trouxe reflexões profundas sobre a fé, a oração, a luta contra as tentações e a esperança cristã, sendo esta última a temática promovida pela Igreja Católica para esse Ano Santo, proporcionando aos participantes um momento de renovação espiritual e discernimento. Confira a seguir um resumo de cada conferência.

1ª conferência: Iniciação ao retiro. O Pe. Domingos introduziu os seminaristas ao retiro, abordando os fundamentos da vida espiritual. Ele destacou que “caminhamos com a Santíssima Trindade, pois somos romeiros com Ela”. Desde o batismo, Deus já possui um plano para cada um de nós. O Pregador hierarquizou as virtudes teologais, explicando que do amor nasce a fé, e dela, a esperança. Também alertou sobre as três grandes tentações do maligno: o ser, o ter e o poder, enfatizando a necessidade de evitar companhias que não estão unidas a Cristo.

2ª conferência: Sair de si mesmo. O pregador destacou que o mistério de Deus não é fechado ao homem e criticou a formação de uma sociedade excessivamente presa às telas e ao isolamento. Ressaltou a necessidade de ouvir a voz da alma, da consciência e do coração, pois, se não escutamos nossa própria voz, não ouvimos a voz de Deus. Para vencer as tentações, é essencial deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, assim como Cristo no deserto.

3ª conferência: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Nesta conferência, Pe. Domingos explicou o papel da Santíssima Trindade na vida dos cristãos: o Pai é amor e fonte de toda bondade; o Filho é a imagem visível do Deus invisível, o novo Adão, nosso irmão primogênito e único mediador entre Deus e os homens; o Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão, iniciou a missão da Igreja e derrama dons e carismas aos fiéis.

4ª conferência: A missão de João Batista. Pe. Domingos destacou a importância da Metanoia – transformação espiritual através do arrependimento dos pecados, pois é o que realmente transforma o ser humano. Ele alertou sobre a facilidade de se perder do Reino de Deus e indagou os seminaristas para a seguinte reflexão: “Meus pensamentos, desejos, palavras e ações agradam a Deus?”

5ª conferência: A luta contra as tentações diabólicas. Desde a expulsão do homem do paraíso, ele é alvo constante da tentação. O pregador explicou as três tentações de Cristo no deserto, ressaltando a tentação do “pão”, que representa as riquezas. Jesus, ao ser tentado a transformar pedras em pão, responde: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4).

6ª conferência: O remédio contra a tentação. O Pregador ensinou que a oração é o caminho para sermos fiéis a Deus. Ele destacou a importância do silêncio para ouvir a voz de Deus, citando Mateus 7,7: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto”.

7ª conferência: Virtudes teologais e morais. O Pregador diferenciou as virtudes teologais fé, esperança e caridade, que nos levam a Deus, e as virtudes morais prudência, justiça, fortaleza e temperança, que nos fazem viver de maneira justa em sociedade. Destacou que a fé é o elemento essencial do justo, citando São Paulo: “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17).

8ª conferência: A esperança profética. Refletindo sobre Isaías 49,13-26, Pe. Domingos ressaltou três temas centrais: 1º Deus nunca abandona seu povo, comparando-o ao amor materno divino; 2º A reconstrução da cidade, simbolizando um futuro de prosperidade; 3º O poder soberano de Deus sobre os opressores, enfatizando que apenas o Senhor rege o destino de Israel. Ele citou Romanos 5,5: “A esperança não engana” e reforçou a mensagem do Papa Francisco, que afirma que a comunidade cristã deve ser sinal de esperança para o mundo.

9ª conferência: Os inimigos da esperança. Na última conferência, os seminaristas meditaram sobre o Salmo 25 – Ó meu Deus, eu confio em Ti. Pe. Domingos alertou sobre os perigos do ressentimento e do medo, que são grandes inimigos da esperança. Ele destacou que o perdão é essencial para transformar o futuro e viver sem rancor.

Ao final da última conferência, os seminaristas presentearam a cozinheira Dona Teresa Eulália com um buquê de flores, em agradecimento pelos dias de alimentação e carinho. No dia 5 de março, Quarta-feira de Cinzas, a Divina Liturgia de encerramento foi presidida pelo Pe. Domingos, que em sua homília reafirmou a importância da esperança e da oração. Ao final, concedeu a indulgência plenária aos seminaristas por terem concluído o retiro.

Após a Divina Liturgia, os seminaristas encerraram o retiro com o café da manhã, preparado pela cozinheira Dona Marli, compartilhando testemunhos de suas experiências espirituais e renovando seu compromisso com a vocação sacerdotal.

Que o Espírito Santo nos guie, fortalecendo nossas vocações e iluminando nossos caminhos com a Sua graça, fazendo-nos, assim como o Pe. Domingos, bons pastores e promovedores da esperança!

Texto: Seminarista Matheus Kreczkiuski

Fotos: Seminaristas Alexandre Pereira Hanchuck e Matheus Kreczkiuski