Retiro anual das catequistas

Aconteceu nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2023, na Casa Nossa Senhora do Amparo, Colônia Marcelino, São José dos Pinhais, o Retiro Anual das Catequistas. O retiro, além de ser um momento de oração, reflexão e encontro, é uma troca de experiência e descontração das catequistas das nossas paróquias e comunidades. Foi organizado em dois momentos: de formação e de espiritualidade mistagógica, com a prática da Lectio divina.

A maioria das catequistas chegou no sábado, dia 25 de manhã. Elas foram recepcionadas com o café da manhã, fizeram as inscrições e às 9 horas foram acolhidas na sala de palestras. As atividades iniciaram com as boas-vindas feitas pela Coordenadora Vera Lucia Vinharski e pelo Pároco e Diretor da Casa Pe. Neomir Doopiat Gasperin, que também conduziu a oração e concedeu a benção. A Coordenadora apresentou a palestrante e deu as boas-vindas à Catequista Valdirene Pranke e ao pregador Altierez dos Santos.

Altierez fez uma breve fala motivadora sobre a importância deste momento de espiritualidade e formação para a nossa missão de ser catequista e passou a palavra para a Catequista Valdirene. Com muita dinâmica e criatividade, ela mesclou teoria com prática para abordar o tema da catequese inclusiva, que hoje se faz necessária nas nossas catequeses. Os catequistas precisam de formação específica para poder melhor acolher e conduzir os nossos catequizandos com algum grau de deficiência ou síndrome e que procuram a catequese das nossas comunidades. Além de passar a parte teórica e compartilhar suas experiências seja como catequista, professora e terapeuta, Valdirene também ouviu as experiências relatadas pelos catequistas presentes. Foi uma manhã de muito aprendizado e troca de experiência.

Após o almoço, Valdirene concluiu seus trabalhos e o formador e palestrante Altierez deu continuidade ao retiro, agora voltado mais para a espiritualidade dos catequistas. Ele abordou a vida, o autocuidado, a vocação e a missão do catequista nas nossas comunidades, não apenas como mero transmissor de conteúdo, mas como aquele que indica o caminho e conduz o seu catequizando a Jesus. Para que isso aconteça, é necessário que, em primeiro lugar, o catequista seja uma pessoa de profunda intimidade com o Mestre através da oração, meditação da Palavra, Eucaristia, participação na Divina Liturgia e forte ligação com a comunidade.

O fio condutor das pregações e meditações foi o livro de Eclesiastes 1º, 2º e 3º capítulos pelos quais os catequistas rezaram as dimensões da vida, com ênfase na valorização da sua vocação como um chamado à missão. A vocação necessita ser cuidada e cultivada para que o catequista fique bem consigo mesmo e assim cumpra bem a sua missão. O catequista precisa se valorizar e ser valorizado. Os momentos de pausa para um retiro, formação, convivência e confraternização são importantes na vida das pessoas e muito mais necessários na vida dos catequistas, que são responsáveis não apenas em transmitir o conhecimento, mas, sobretudo, em conduzir os catequizandos até Cristo.

Com as leituras dos textos bíblicos e reflexões, conduzidas pelo formador, também houve tempo para meditar e rezar individualmente, usufruindo do espaço externo. Foi uma tarde de silêncio e oração, que ajudou os catequistas a refletirem e rezarem sua própria vocação. O Pe. Neomir esteve disponível para atender confissões.

Às 18 horas, na capela da Casa de Retiro, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch celebrou a Divina Liturgia com a concelebração do Pe. Neomir. A Catequista Ana Maria Lessenko Kalichak fez a leitura da Epístola. O Metropolita, em sua homilia, comentou o evangelho do dia – Mc 2,23-3,5, em que Jesus rompe o paradigma das atitudes discriminatórias dos fariseus e doutores da lei, que seguiam à risca as leis e acabavam excluindo muitas pessoas. Para eles, as leis eram mais importantes do que o ser humano. Jesus contestou tal ensinamento: “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado”. “A figura de Jesus se nos apresenta como espantosamente inclusiva”, disse Dom Volodemer. E concluiu que precisamos imitá-lo na nossa catequese.

Preparado pelos membros da Comunidade de Passo Amarelo, às 19 horas, foi servido o jantar. Uma hora depois, as catequistas se reuniram na capela para o momento de adoração e concluir o dia de oração. A adoração foi conduzida pelo pregador Altierez. Prosseguindo, em procissão e cantando, as catequistas se dirigiram para o parque, onde havia uma fogueira na qual elas depositaram os papéis em que estava escrito tudo o que atrapalha a vida pessoal e pastoral. Os papéis foram preparados durante oração e meditação da tarde. Altierez concluiu sua reflexão, dizendo que ali, de forma simbólica, estava sendo queimado tudo o que não faz bem para a catequista, para a família, para a comunidade, para a sua missão; enfim, todas as mazelas que a catequista encontra na sua caminhada de missão. O Metropolita fez uma breve reflexão destacando a importância de reconhecer-se pequeno e ter a coragem de queimar tudo o que não faz bem. Ele conduziu a oração final e concedeu a benção.

As atividades do domingo começaram bem cedo, com o sininho tocando às 6 horas para despertar as catequistas do sono bem merecido, já que a maioria saiu de madrugada para chegar cedinho em Marcelino.

Às 06:30, a Coordenadora Vera conduziu a oração da manhã com a oração do Angelus e a reflexão da Carta de São Paulo aos Efésios 3,16-19, onde ele escreve sobre a dimensão do amor de Deus. Só podemos compreender qual a sua largura, o comprimento, a altura, a profundidade, na medida em que conhecemos o amor de Cristo. Para mergulharmos neste amor, é possível somente na medida em que cultivamos a nossa intimidade com Deus por meio da oração pessoal, comunitária, participando da Divina Liturgia, dos sacramentos, da misericórdia, do perdão. Neste período de Quaresma, quando somos convidados à prática de oração, jejum e penitência, podemos olhar para a cruz de Jesus e ver a manifestação do amor autêntico, sem medida. A cruz deve remeter à plenitude do amor.

Após o momento de oração, chegou a hora de tomar o delicioso café e dar continuidade ao retiro. As catequistas retornaram à sala de palestras, onde a Coordenadora Vera fez os agradecimentos ao Metropolita pela sua presença, ao Altierez, às Irmãs Servas, Irmãs de São José, Irmãs de São Basílio e Catequistas do Instituto Sagrado Coração de Jesus e a todos os catequistas que se fizeram presentes, “porque o retiro aconteceu por causa a presença de todos”.

Na sequência, o Altierez conduziu a sua última meditação, utilizando o livro de Eclesiastes 3,1-8. O catequista não deve estar nos limites, mas na fronteira, sempre buscar o conhecimento, sendo perseverante, aproveitando as oportunidades, enfrentando os obstáculos, que nunca são limites, mas sim situações que levam à superação e aprendizagem. Tudo tem o seu tempo e muitas situações que aconteceram ao longo do tempo precisam ser ressignificadas para podermos nos cuidar e também cuidar da catequese, sendo que é uma nobre missão.

A Catequista Rosane Starepravo Roik deu um belíssimo testemunho da comunidade de Passo Amarelo, que teve seu crescimento a partir da catequese. Não foi fácil. Por alguns anos, a comunidade era estagnada, apática, sem motivação para participar do Curso de Formação para Catequistas. Com a valorização e engajamento com a catequese, a comunidade começou a ver a realidade com outros olhos e atualmente vive uma realidade bem diferente, tornando-se uma comunidade viva, participativa. Por sinal, a cozinha durante o retiro foi assumida por voluntários da comunidade de Passo Amarelo.

Dom Volodemer fez uso da palavra, em primeiro lugar agradecendo pela presença dos catequistas das diversas paróquias e comunidades que fizeram o esforço e sacrifício de participar; agradeceu aos palestrantes pela preciosa contribuição, compartilhando seu conhecimento e sobretudo seu testemunho de vida. Ele falou sobre os planos e projetos pastorais da Metropolia, que estão sendo retomados. Diante dos desafios passou um ar de otimismo e incentivo para as catequistas, no sentido de que precisamos seguir em frente, buscando novos métodos e caminhos para que Jesus seja conhecido e sua mensagem vivida.

Não poderíamos terminar diferente o retiro se não com a Divina Liturgia. Às 10 horas, na igreja matriz Santíssima Trindade, Dom Volodemer celebrou a Divina Liturgia. Concelebraram o Pe. Neomir e o Diácono João. A celebração litúrgica foi cantada pelo coral da comunidade. A leitura da Epístola foi feita pela Catequista Nilce Marli Lessenko Zimermam.

Em sua homilia, o Metropolita destacou que este 1º Domingo da Quaresma foi um dia especial pela presença das catequistas que estavam reunidas, dedicando um tempo para oração e reflexão. Agradeceu o empenho, esforço e trabalho que é extremante importante na Igreja. Comentando o texto do Evangelho de São João, que relata o chamado dos primeiros discípulos, ele disse ser uma narrativa muito bonita, muito humana e muito concreta, assim como é a nossa vida concreta, seja dos consagrados, dos agentes de pastoral, das famílias e de todas as pessoas. O principal é saber o que Deus quer de nós, qual é a nossa vocação. E o Evangelho nos apresenta três elementos para viver a nossa vocação. O primeiro elemento é o conhecimento: conhecer a realidade, procurar se instruir por todos meios, conhecer a Deus para amá-lo; conhecer Jesus, a Igreja; ama-se o que se conhece. O segundo elemento é o conhecimento prático de aproximação: é a vivência, o ver pessoalmente; devemos nos aproximar daquela realidade que queremos conhecer, se aproximar daquela pessoa que nós queremos bem. O Papa Francisco, nos seus discursos, repete com insistência sobre a proximidade na vida da Igreja; é preciso estar próximo dos outros, dos sofredores e necessitados. O Papa Bento dizia que Jesus Cristo não é uma teoria, mas alguém vivo, de quem nós sempre devemos nos aproximar, fazendo a experiência de conversão e de poder segui-lo de perto. E o terceiro conhecimento é o comunitário: convidar os outros para que conheçam Jesus Cristo; os apóstolos não falaram muita coisa, mas convidaram para vir ver. Assim, nós devemos convidar as pessoas para virem conhecer a nossa comunidade, o pároco, o vigário, o diácono, a catequese e assim por diante. É preciso que as pessoas venham conhecer a nossa comunidade e assim conhecer a Jesus e, sendo conhecido, também amado e vivido.

O retiro encerrou-se com um delicioso almoço, após o qual as catequistas retornaram para as suas comunidades.

A Pastoral da Catequese agradece a todos os envolvidos pelo empenho e dedicação para que este retiro acontecesse de melhor forma possível. Que tudo seja para a honra e glória de Deus e para o bem e crescimento da nossa Igreja.

Coordenação da Pastoral da Catequese

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+Volodemer