Relato de Dom Amilton sobre a tragédia em sua Diocese

Dom Amilton – Bispo da Diocese de Guarapuava presenciou a tragédia do tornado na região, que afetou principalmente a cidade de Rio Bonito do Iguaçu na tarde de sexta-feira, dia 07 de novembro de 2025. Ele mesmo ficou preservado pelo atraso na chegada à cidade para celebrar a Crisma. Cansado devido ao peso da ocorrência e das providências a serem tomadas, mas com muita emoção, fé e louvor a Deus, ele disse que a Igreja foi poupada pela Providência Divina que, desta forma, protegeu um grande número de vidas. Ele descreveu essa situação dramática no início da reunião online do CEP – Conselho Episcopal Pastoral na manhã de terça-feira, dia 7, e à tarde publicou um texto sobre o fato no grupo WhatsApp da CNBB Regional Sul 2 e me deu permissão para publicá-lo no site da Metropolia. Vejamos.

Dom Volodemer Koubetch

Presenciei o fato (pois chegava para a Crisma, com 20 minutos de atraso), vi com os próprios olhos e fui poupado de ser arrastado pelo tornado, devido ao atraso. No sábado passei o dia lá… parece filme de ficção…

Relato à luz da fé: AS MÃOS DO PAI PROTEGERAM MUITOS FILHOS – SALVOS PELA MISSA DA CRISMA.

Afirmar que a Missa da Crisma livrou uma cidade inteira de uma tragédia maior (Rio Bonito do Iguaçu) é exagero, mas negar que as mãos de Deus protegeram muitos dos seus filhos, seria incredulidade.

Em se tratando de uma Missa no horário habitual (sexta-feira à noite), o número de fiéis, nem sempre encheriam a Igreja e, as pessoas, na sua maioria chegariam próximas do horário de iniciar a Missa, no caso, o horário era 19h, o que acarretaria uma tragédia maior; vejamos por quê:

Na sexta-feira, dia 07 de novembro, haveria um acontecimento marcante para a cidade de 14 mil habitantes, a crisma de 132 jovens. O horário para os crismandos chegarem à igreja era 18h; muitos pais, familiares, amigos e padrinhos os acompanharam (deixando suas casas vazias). Várias casas comerciais fecharam suas portas mais cedo, dispensando os funcionários, porque muitos proprietários e funcionários seriam padrinhos ou eram familiares (deixando estabelecimentos comerciais vazios). Não os supermercados, que funcionam até mais tarde. Neles, as pessoas foram surpreendidas pelo tornado (houve uma morte e dezenas de feridos).

No horário em que passou o tornado destruindo 90% da cidade (cerca de 18h40), a Igreja estava repleta de pessoas. Casas residenciais e comerciais vazias foram para os ares e seus proprietários estavam na Igreja… A Igreja sofreu pequenos danos pelo lado de fora, e curiosamente não teve rachaduras. O padre relatou que, no momento de maior barulho, todos se ajoelharam e rezaram a oração da Ave Maria seguidamente, a maioria aos gritos e prantos, implorando o socorro divino.

As mãos de Deus agiram poderosamente protegendo os seus filhos e filhas de uma tragédia, que poderia ter ceifado centenas de vidas, se estivessem em casa, no trabalho ou pelas ruas…

Sinais providenciais: dentro da Igreja o Santíssimo Sacramento – Deus presente, vivo/humano/divino. Na frente da Igreja, um guardião: a grande imagem de Santo Antônio, padroeiro da Paróquia e da cidade, que permaneceu firme e intacta. Externamente duas imagens de Nossa Senhora Aparecida: uma na lateral da Igreja (a Mãe segurou os lados) e outra no fundo da Igreja dentro de uma oratório de vidro, que ficou intacto (a Mãe resguardou atrás)… Nada é coincidência, tudo é providência.

EU CREIO! Deus seja louvado!

Obs: No sábado, pela manhã, outra turma seria crismada. O número maior de crismandos seria na sexta-feira. A adolescente Julia, que foi arrastada pelo vento, seria crismada no sábado.

Dom Amilton M. da Silva, CP