Prêmio Pablo Neruda concedido à Metropolia

O dia 7 de dezembro de 2022 foi um dia bem diferente para a nossa Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, que participou de uma solenidade civil. Com início às 20 horas, na Câmara Municipal de Curitiba, aconteceu a Sessão Solene de entrega do Prêmio “Pablo Neruda – Ano 2022” aos 24 homenageados, pessoas e instituições, que se destacaram na luta pelo direito à liberdade ideológica, de credo religioso, de opinião e em prol da democracia e da justiça social. E uma dessas instituições foi a Metropolia, que recebeu o prêmio por indicação do Vereador Tito Zeglin por ter apoiado e ajudado nas campanhas humanitárias à Ucrânia, que padece os horrores da guerra da Rússia, dirigida por Vladimir Putin, um psicopata nazista e genocida.

O Prêmio Pablo Neruda é entregue anualmente pelo Legislativo curitibano, conforme a Lei Municipal 11.258/2004, revogada, mas atualmente regulamentada pela lei complementar 109/2018, que unificou as homenagens da Câmara Municipal de Curitiba. O objetivo dessa honraria é destinado a valorizar pessoas físicas ou jurídicas não governamentais do Município de Curitiba que tenham se destacado na promoção dos valores humanos, hoje em dia configurados principalmente nos Direitos Humanos. A cada ano todo vereador tem o direito de indicar uma pessoa ou entidade a diversos prêmios.

Quem foi Pablo Neruda? Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, nascido em Parral, no dia 12 de julho de 1904 e falecido em Santiago, no dia 23 de setembro de 1973, mais conhecido pelo seu pseudônimo e, mais tarde, nome legal – Pablo Neruda, foi um poeta-diplomata chileno e político que ganhou o Prêmio Nobel da Literatura em 1971. Neruda ficou conhecido como poeta quando tinha 13 anos e escreveu numa variedade de estilos, incluindo poemas surrealistas, épicos e históricos, manifestos abertamente políticos, uma autobiografia em prosa e poemas de amor apaixonados como os da sua coleção Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (1924).

A cerimônia foi presidida pelo vereador Tico Kuzma (PDT), presidente da Câmara. Abrindo a sessão, ele disse: “a Câmara é palco de diárias discussões sobre os mais diversos temas da cidade, mas hoje nos unimos para prestar homenagem àqueles que lutam pelos direitos das pessoas. A cidade de Curitiba agradece e pede a todos os senhores que continuem empenhados em suas lutas”.

Compuseram a mesa os vereadores Alexandre Leprevost (Solidariedade), primeiro-vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara municipal de Curitiba; Tito Zeglin (PDT), segundo-vice-presidente da Mesa Diretora; Jornalista Márcio Barros (PSD), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública; Carol Dartora (PT), recentemente eleita deputada federal; Sargento Tânia Guerreiro (União); e também Dom Volodemer Koubetch, arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista.

Estavam presentes também os seguintes vereadores: Osias Morais (Republicanos); Ezequias Barros (PMB); Sidnei Toaldo (Patriota); Marcos Vieira (PDT); Dalton Borba (PDT); Leonidas Dias (Solidariedade); João da 5 Irmãos (União); Nori Seto (PP); Marcelo Fachinello (PSC); Denian Couto (Podemos), eleito deputado estadual nas últimas eleições; Zezinho Sabará (União); Pastor Marciano Alves (Solidariedade); e Hernani (PSB). Tico Kuzma também destacou as presenças de Alexandre Salum de Oliveira, presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná e do padre Joaquim, pároco da Paróquia São João.

O vereador Leonidas Dias proferiu a saudação oficial da Câmara aos homenageados. Ele lembrou a origem e o significado da premiação, que tem por motivação principal os Direitos Humanos, e que na data 10 de dezembro é celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.  Leonidas explicou ainda que os Direitos Humanos se manifestam por meio de normas que buscam proteger a dignidade humana nos âmbitos individual e social, incluindo a relação entre os cidadãos e o estado. Ele destacou especialmente a figura do poeta chileno Pablo Neruda, que empresta seu nome à honraria. “O poeta viveu entre os anos de 1904 e 1973 e não tratou somente do amor em suas poesias. Ele também fez dos seus escritos instrumentos de expressão política”, ressaltou. “A avaliação da trajetória de Neruda indica um claro engajamento nas questões pertinentes aos Direitos Humanos, o que justifica nosso prêmio ostentar seu nome”, declarou o vereador.

A Metropolia Católica Ucraniana São João Batista foi indicada pelo vereador Tito Zeglin (PDT). A ofensiva militar deflagrada pela Rússia contra a Ucrânia mobilizou a comunidade internacional. A partir de Curitiba, a Metropolia promoveu uma série de ações para enviar ajuda humanitária ao povo ucraniano. A campanha “Pela Ucrânia, Pela Vida!”, acionada junto com a CNBB Regional Sul 2 e a Cáritas do Paraná, teve como objetivo levantar recursos para enviar ajuda humanitária ao povo ucraniano. Encerrada essa campanha, a Metropolia continua contribuindo para o lançamento de uma plataforma digital de ajuda às famílias necessitadas, na Ucrânia e fora, dentro de um sistema de apadrinhamento. A campanha é encampada pela Humanitas, dirigida por Vitor Hugo Burko.

Fábio Ribeiro Brandão, magistrado dirigente da Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Paraná, um dos homenageados, agradeceu em nome de todos os demais homenageados. “A vida não começa quando se nasce. A vida começa quando se ama”, citou Brandão referindo-se à frase do poeta Neruda. Para o orador, Neruda foi uma das personalidades mais marcantes de seu tempo. “Seu texto é o amor vertido em poesia, mas não apenas o amor romântico. O conceito de amor para o poeta engloba o amor pela humanidade no seu sentido mais sublime”, esclareceu Brandão. Ele ainda frisou o fato de que Neruda, ao ganhar o prêmio Nobel de Literatura em 71, tornou-se uma referência na luta pelos Direitos Humanos, “tão universais quanto o amor que ele descreveu”. Neruda teve muita projeção no momento pós-guerra em que o tema dos Direitos Humanos estava sendo amplamente debatido em todo o mundo, o que culminou com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Brandão agradeceu à Câmara pela iniciativa da premiação. “A Câmara que é um pilar da nossa democracia representativa e que, com excelência, reverbera e converte em leis os anseios do povo curitibano. Agradecemos aos vereadores pelas escolhas”, disse. “Agradecemos, pois os vereadores identificaram em nossas ações a essência do amor universal e da promoção dos Direitos Humanos preconizada por Neruda”, concluiu Brandão.

O Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch estava acompanhado pelo Pároco da Arquicatedral Pe. Joaquim Sedorowicz, pela Catequista Maria Aparecida Pankievicz e pelo Vitório Sorotiuk – Presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira.

A sessão foi transmitida e ainda pode ser conferida pelo YouTube e outras redes sociais.

A Metropolia agradece de coração ao vereador Tito Zeglin pela indicação e a todo o elenco de vereadores da Câmara Municipal de Curitiba pela homenagem prestada através do prêmio Pablo Neruda de Direitos Humanos e o interpreta como um impulso a mais para continuar corajosa e firmemente na promoção da ajuda humanitária à Ucrânia e da caridade cristã, que deve se traduzir também na justiça social.

Secretariado Metropolitano