Na manhã do dia 02 de julho de 2025, às 9h, no Palácio Apostólico do Vaticano, Sua Santidade o Papa Leão XIV recebeu em audiência os Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que estão reunidos no Pontifício Colégio Ucraniano São Josafat, participando do Sínodo anual que iniciou no dia 30 de junho e será concluído no dia de julho.
No início do encontro, o Santo Padre observou que, após acolher numerosos peregrinos da Igreja Greco-Católica Ucraniana na Basílica São Pedro no último sábado, ele está feliz por se encontrar hoje com os hierarcas que realizam sua sessão sinodal. Ele observou que o Ano Jubilar de 2025 é chamado a renovar a esperança de todo o povo de Deus, enfatizando que a esperança não decepciona, porque se baseia no amor de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor. “Este momento importante para vocês acontece no contexto do Ano Jubilar, que convoca todo o Povo de Deus a renovar-se na esperança”, disse ele, reconhecendo que, “nas atuais circunstâncias históricas, não é fácil falar de esperança a vocês e às pessoas confiadas aos seus cuidados pastorais”. Porém, o próprio Pontífice reconheceu que “não é fácil encontrar palavras de conforto para as famílias que perderam entes queridos nesta guerra insensata. Imagino que também seja difícil para vocês, que estão em contato diário com pessoas feridas no coração e no corpo. Apesar disso, recebo numerosos testemunhos de fé e esperança dos homens e mulheres do vosso povo. Este é um sinal do poder de Deus, que se manifesta nas ruínas da destruição”.
O Papa Leão assegurou sua proximidade ao povo ucraniano, que, apesar de viver momentos difíceis, é manifesta um testemunho de fé e esperança: “Estou perto de vocês e, por meio de vocês, estou perto de todos os fiéis da vossa Igreja. Permaneçamos unidos em uma só fé e uma só esperança. Nossa comunhão é um grande mistério: é uma verdadeira comunhão também com todos os irmãos e irmãs cujas vidas foram arrancadas desta terra, mas foram acolhidas em Deus. N’Ele, todas as coisas vivem e encontram seu pleno significado”, enfatizou Sua Santidade.
O Papa assegurou estar ciente da imensidão dos problemas que os bispos são chamados a enfrentar, tanto no âmbito eclesiástico quanto humanitário. “Vocês são chamados a servir a Cristo em cada pessoa ferida e sofredora que se dirige às suas comunidades com um pedido de ajuda concreta”, disse ele.
Leão XIV voltou a falar sobre a “guerra insensata e sem sentido”. Ele reafirmou sua sentença, já expressa no último sábado, contra o conflito que dura mais de três anos na Ucrânia. “A paz retorne o mais rápido possível em vossa terra natal”, foi a oração suplicante do Pontífice. Concluindo, ele observou que “somos sempre confortados pela certeza de que a Santíssima Mãe de Deus está conosco, nos ajuda, nos conduz ao seu Filho, que é a nossa paz”. Por sua intercessão maternal, a paz retornará à Ucrânia.
O Papa Leão XIV, amigavelmente, admitiu que gostou da oração do Pai Nosso no sábado e, portanto, pediu aos bispos para que a cantassem novamente. Após a entoação, ele concedeu sua bênção pontifical e recebeu os cumprimentos de cada um dos bispos particularmente.
Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk agradeceu ao Santo Padre por suas palavras sobre o zelo pastoral dos bispos da IGCU, bem como pelo apoio que o Papa demonstra constantemente ao povo ucraniano. Ele enfatizou que o Sínodo dos Bispos da IGCU, com esta audiência, testemunha que “toda a nossa atividade sinodal se realiza em plena e visível comunhão com o Bispo de Roma”. “Normalmente, escrevemos uma ‘carta de comunhão’, e hoje isso aconteceu de forma viva. Pagamos por essa comunhão com o sangue dos mártires e suportamos a perseguição. Mas também, graças ao fato de que nós, como Igreja e como povo, pudemos nos apoiar na ‘rocha de Pedro’, pudemos perseverar ao longo do milênio, especialmente no século XX”, enfatizou Sua Beatitude.
Em nome do Sínodo dos Bispos, Sua Beatitude Sviatoslav entregou a Sua Santidade o ícone de São Miguel Arcanjo, Padroeiro de Kiev. Além disso, entregou ao Papa listas de prisioneiros de guerra e de ucranianos desaparecidos.
Ao final do encontro, o Arcebispo Maior convidou o Papa Leão XIV a visitar a Ucrânia. Ele também garantiu que a Ucrânia reza pelo Papa todos os dias. Em resposta, o Papa Leão XIV assegurou que também reza pela Ucrânia e seu povo todos os dias.
Secretariado Metropolitano