Entre os dias 10 a 12 de março de 2025, os padres coordenadores da Ação Evangelizadora do Paraná estiveram reunidos na cidade litorânea de Matinhos, Diocese de Paranaguá, para atualizar e revigorar sua missão específica, promover a partilha de experiências, fortalecer a comunhão e aprimorar a gestão pastoral nessa porção da Igreja em nosso estado. Todos os coordenadores das 18 dioceses latinas estavam presentes, contando com a participação de 21 padres.
O Pe. Vassilio Burko Neto, Coordenador do Clero e da CRAE na Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, participou do evento. Ele relatou que, apesar das diferenças culturais, de rito, os desafios da Igreja Católica Latina e da Igreja Católica Ucraniana são os mesmos, porque se encontram e atuam no mesmo contexto social. Pe. Vassilio destacou o grande desafio atual da secularização, o abandono da fé num mundo multicultural e altamente tecnológico, que nos preocupa bastante. E a missão é a mesma de ambas as Igrejas, a de evangelizar e catequizar nesse contexto desafiador, levando Jesus Cristo a todas as pessoas e todos os lugares. “Foi uma experiência muito rica, de comunhão fraterna e de partilha, valeu a pena”, concluiu Pe. Vassilio.
Seguindo as publicações da CNBB Regional Sul 2, de autoria da jornalista Karina de Carvalho Nadal, o presente artigo apresenta as atividades, as ideias e projetos trabalhados durante os três dias de encontro. O artigo também explica a função de um Padre Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora.
Dia 10 de março – segunda-feira
O evento foi conduzido pelo bispo de Paranavaí e secretário da CNBB Sul 2, dom Mário Spaki, juntamente com o secretário executivo, padre Valdecir Badzinski.
A reunião iniciou às 16h30 com a saudação inicial de dom Mário, seguida de um momento de oração e da apresentação dos participantes.
Ao final do dia, aconteceu a missa de abertura na paróquia São Pedro Apóstolo, presidida pelo bispo da diocese de Paranaguá (PR), dom Edmar Peron; ladeado por dom Mário Spaki; e pelo pároco, padre Osvaldo Reginato; e concelebrada pelos demais padres e diácono.
Em sua homilia, referindo-se à primeira leitura (Lv 19,1-2.11-18), dom Edmar frisou que o que Deus pede a cada pessoa é que viva a santidade, seja qual for seu estado de vida ou função. Dirigindo-se aos padres presentes, o bispo disse: “Há um mandamento fundamental para todos nós: ‘sejam santos’. Claro que a missão de vocês é pensar a ação evangelizadora e pastoral nas suas dioceses, mas não como administradores, e sim como pessoas chamadas à santidade”.
Segundo padre Valdecir, esse grupo de padres exerce uma função muito importante e nobre nas dioceses e na Igreja do Paraná. “Esses padres são como o braço direito do bispo numa diocese. Eles têm a responsabilidade de conduzir e animar a ação pastoral e evangelizadora em suas realidades locais. Esse encontro é uma oportunidade para partilharem as iniciativas e os desafios que enfrentam em sua missão, além de pensar juntos novos passos”, afirmou o padre.
Entre os diversos assuntos foram tratados: os preparativos da 45ª Assembleia do Povo de Deus, que se realizará no próximo mês de setembro, em Foz do Iguaçu (PR); as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2025; o Jubileu 2025; a ação missionária nas dioceses; a Iniciação à Vida Cristã (IVC); e a Pastoral da Criança.
Dia 11 de março – terça-feira
Na manhã de terça-feira, dia 11 de março, as atividades do dia começaram com a celebração da Eucaristia, que foi presidida pelo bispo de Paranavaí (PR) e secretário da CNBB Sul 2, dom Mário Spaki; ladeado pelo padre Divo de Conto, da arquidiocese de Cascavel; e pelo padre Marcos André Oliveira, da arquidiocese de Maringá.
A preparação para a 45ª Assembleia do Povo de Deus, que acontecerá em setembro, na cidade de Foz do Iguaçu, foi um dos grandes temas de discussão deste dia. Para colaborar na reflexão os padres receberam o professor Dr. Diogo Pessotto, leigo da diocese de São José dos Pinhais (PR), que será o assessor da Assembleia. Sua presença teve como objetivo contribuir para a organização do evento e promover um diálogo sinodal sobre os preparativos.
Diogo explicou que o diálogo com os padres foi dividido em três momentos. O primeiro para definir o método; o segundo para dar alguns encaminhamentos práticos, como quem serão os convocados; e o terceiro para decidir como será o processo de escuta prévia nas dioceses. “Foi um momento bastante oportuno, muito agradável, cheio de graça nesse tempo que estamos vivendo, também pós-sínodo e já na expectativa das próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Portanto, são vários elementos, mas a palavra que fica é fraternidade, comunhão e espírito sinodal”, afirmou o professor.
A 45ª Assembleia do Povo de Deus terá como objetivo principal elaborar as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora para a Igreja no Paraná, a partir das Diretrizes Gerais da CNBB, que serão aprovadas durante da 62ª Assembleia dos Bispos do Brasil, que acontecerá em Aparecida (SP), nos dias 29 de abril a 9 de maio.
Para esse importante evento eclesial, os bispos do Paraná já definiram a data, o local e o assessor. Os padres coordenadores refletiram e discutiram como deverá ser a organização, a metodologia e quem serão os convocados. Os resultados dessa reflexão ainda deverão ser homologados pelo episcopado paranaense.
Padre André Boffo Mendes, coordenador da ação evangelizadora na diocese de Toledo (PR), explicou que no encontro foi discutido sobre as questões práticas ligadas à Assembleia. “Definimos a metodologia, definimos a equipe de trabalho e definimos também como nós faremos a síntese desse momento, que, entre outras coisas, deve ser um momento de comunhão. Deve representar o rosto da Igreja do nosso estado”, afirmou o padre.
O coordenador da ação evangelizadora na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR), padre Vagner Raitz, destacou que a 45ª edição da Assembleia reflete a riqueza histórica, a solidez e a robustez da caminhada evangelizadora da Igreja no Paraná. Ele explicou que, na fase preparatória, será realizada uma ampla escuta das dioceses sobre a trajetória dos últimos anos, com o objetivo de aproximar as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB à realidade das comunidades. “Queremos estar reunidos para recepcionar as novas Diretrizes da Igreja no Brasil e iluminar a caminhada da realidade de cada diocese do Paraná”, disse ele.
Quanto à escolha das lideranças que irão participar da Assembleia, o coordenador da ação evangelizadora na arquidiocese de Londrina (PR), padre Alexandre Alves dos Anjos, ressaltou que os padres pensaram em convocar as que possam ajudar a refletir e a jogar no chão da realidade do Paraná as novas Diretrizes vindas da CNBB. “Pensamos em convocar as lideranças que estão trabalhando diretamente com os objetivos da ação evangelizadora que serão apontados nas novas Diretrizes. Vai ser um trabalho intenso de olhar os conselhos diocesanos de pastoral, os conselhos de pastoral paroquial, que são o chão onde essas diretrizes precisam cair e frutificar”, justificou ele.
Ao longo de todo o dia, os padres dedicaram-se também a diversos outros temas: o Jubileu 2025; os encaminhamentos a partir do Ano Vocacional; a Iniciação à Vida Cristã; a Pastoral da Criança; a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, conhecida como COP 30, que acontecerá em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro; e a Pré-COP30 Sul, que acontecerá de 17 a 20 de julho, em Governador Celso Ramos (SC).
No último momento do dia, os padres realizaram um momento de partilha sobre as iniciativas de destaque das dioceses e principais desafios enquanto ação evangelizadora. Eles concluíram o dia com um momento de oração.
Dia 12 de março – quarta-feira
O último dia do Encontro dos Padres Coordenadores Diocesanos da Ação Evangelizadora do Paraná iniciou com a celebração da Missa, que foi presidida pelo padre Joel Nalepa, da diocese de Ponta Grossa; ladeado pelo padre Anderson Ulatoski, da diocese de Paranaguá; e pelo padre Lucas Pereira dos Santos, da diocese de Umuarama.
Os padres seguiram reunidos, em momentos de partilha e convivência fraterna, até o almoço. No período da tarde, eles fizeram uma visita pastoral à sede nacional da Pastoral da Criança, em Curitiba (PR), onde encerraram o encontro com o jantar.
O bispo de Paranavaí (PR) e secretário da CNBB Sul 2, dom Mário Spaki, que coordenou todo o encontro, destaca que foi um momento de troca de experiências e conhecimento entre os participantes, que são padres que tem uma função de grande importância na organização da pastoral das dioceses do Paraná.
Um dos momentos de destaque do encontro foi a partilha de experiências, segundo dom Mário. “Nós tivemos, no dia de ontem, uma partilha dos destaques. Assim, a gente se inspira um no outro, entre aspas, um vai copiando do outro. Além dos destaques, dialogamos sobre os desafios que temos, e são desafios grandes no âmbito da pastoral, da evangelização da juventude”, afirmou o bispo.
O que é ser um padre Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora?
Os padres coordenadores da ação evangelizadora nas dioceses têm a missão de ajudar o bispo diocesano a organizar toda a ação pastoral. Eles ajudam a solucionar problemas e vencer desafios, propõe iniciativas, acompanham as ações em andamento. Tudo em sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil e do Paraná. Alguns padres partilharam sobre sua missão nessa coordenação.
Padre Vagner Raitz está a 5 anos e meio na coordenação da ação evangelizadora na diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR) e definiu a sua missão como uma riqueza e um desafio. “Na nossa diocese, nós podemos contar 37, entre pastorais, movimentos, serviços eclesiais, e isso é uma riqueza e, ao mesmo tempo, um desafio. Especialmente, o desafio da comunhão, porque nós corremos um risco de, muitas vezes, realizar caminhadas paralelas, particulares e, por isso, formar para a sinodalidade é o grande desafio. Dessas 37, nós podemos realizar processos comuns, eventos comuns e, muitas vezes, estarmos juntos para uma formação comum, o grande desafio é formar para a sinodalidade e, tanto mais rica será a ação evangelizadora, quanto mais sinodais nós formos com a diversidade que temos em nossas dioceses”.
Também a 5 anos e meio na coordenação da Toledo (PR), padre André Boffo Mendes afirma que a missão é exigente, mas muito necessária. “De certa maneira, nós fazemos às vezes de ouvidoria, tudo aquilo que acontece na diocese chega primeiro à coordenação da ação evangelizadora, e depois nós fazemos esse trabalho iluminação da prática. Nós pegamos aquelas que são as alegrias ou os desafios, iluminamos com a Palavra, usamos e pedimos a Deus a inspiração para que a criatividade flua, para que então nós possamos conseguir novos caminhos e possamos ver também novas indicações evangelizadoras”, afirmou o sacerdote.
Na arquidiocese de Londrina, o coordenador é o padre Alexandre Alves dos Anjos. Ele destaca que a disponibilidade é essencial para quem assume essa função. “O coordenador da ação evangelizadora tem que ser alguém disponível. Em primeiro lugar, disponível a escutar, disponível a achar caminhos para que o evangelho chegue no coração das pessoas. O coordenador tem, junto com a assessoria da ação evangelizadora, de fazer as perguntas certas para que o Evangelho chegue no coração de cada pessoa, de cada recanto da diocese. É um trabalho desafiador, é um trabalho grande, mas acima de tudo, é um trabalho que nos deixa muito felizes, porque pensamos como o Evangelho vai chegar no coração das pessoas”, disse padre Alexandre.
O padre João Sieklicki, coordenador na diocese de União da Vitória (PR), disse que vive sua missão como um peregrino de esperança. “Ser padre da ação evangelizadora, primeiramente, é ser peregrino de esperança, é o primeiro passo. E, claro, trabalhar na realidade da diocese, com as pastorais que existem, os movimentos da Igreja, mas sempre com esta motivação de que todo cristão católico é um peregrino de esperança, seguindo as Diretrizes da Igreja no Brasil, as Diretrizes também da diocese, para, assim, dar prosseguimento à ação evangelizadora nos diversos campos da evangelização”, disse padre João.
Karina de Carvalho Nadal
Jornalista da CNBB Sul 2