Metropolia retoma curso catequético

Após três anos sem o Curso de Formação para Catequistas devido à pandemia e outros problemas, neste ano de 2023 o curso foi retomado e realizado na Casa Nossa Senhora do Amparo na Colônia Marcelino em São José do Pinhais. O presente artigo é um relatório bastante detalhado sobre as atividades que aconteceram durante toda a semana do curso, organizado nos seguintes pontos: abertura, programação diária, catequistas cursistas, disciplinas e professores do curso, equipes de cozinha, orações da manhã, Divina Liturgia, formatura.

Abertura

Os catequistas chegaram no domingo, dia 15 de janeiro à tarde e foram acolhidos pela equipe da Pastoral da Catequese. Às 18:30, na capela da Casa Nossa Senhora do Amparo, tivemos a abertura do curso com o Molebem, celebrado pelo Pe. Samoel Hupolo o qual fez a acolhida dos participantes na casa e também passou as instruções sobre o seu funcionamento. A Coordenadora Catequista Vera Lucia Vinharski, CSCJ deu as boas-vindas, falou da importância do curso para a Metropolia, para as comunidades e para os próprios catequistas. Passou o programa do curso e apresentou os membros que compõem a Pastoral da Catequese.

Às 19 horas, foi servido o delicioso jantar, preparado pelas senhoras voluntárias da Comunidade da Paróquia Santíssima Trinidade. Após o jantar, os catequistas tiveram horário livre até às 22 horas.

Programação diária

Vale destacar que todos os dias do curso foram de intenso trabalho, totalmente preenchidos, e os cursistas, motivados e interessados, tiveram ótimo aproveitamento. Também o ambiente da casa e a dinâmica didática dos professores contribuíram para o sucesso.

06:45 – Despertar; 07:00 – Oração da manhã; 07:15 – Café da manhã; 08:00-10:15 – 1ª, 2ª e 3ª aulas; 10:15-10:30 – Intervalo; 10:3012:00 – 4ª e 5ª aulas; 12:00-13:30 – Almoço; 13:30-15:45 – 6ª, 7ª e 8ª aulas; 15:45-16:00 – Intervalo; 16:00-17:30 – 9ª e 10ª aulas; 17:40 – Divina Liturgia; 19:00 – Jantar; 20:00-21:30 – Aula; 21:30 – Oração da noite; 22:00 – Silêncio/descanso.

Catequistas cursistas

Os catequistas que participaram do curso foram:

Primeira etapa: Ana Julia de Lima – São Josafat (Curitiba); Anita Korinoski – São Demétrio (SC); Cristiane Bugdanowiz – São José Operário (Curitiba); Denise do Rocio – Martim Afonso (Curitiba); Eduardo Ternouski – São João Batista (Curitiba); Joana Nogas – Santíssima Trindade (Marcelino); Leticia Grebogi Preisner – Paróquia São João Batista (Curitiba); Luis Gustavo Vaselechen – Paróquia Transfiguração de Nosso Senhor (Ponta Grossa); Maria Elaine Kuczer – Igreja Nossa Senhora da Paz (Mallet); Rosa Litvin – Igreja Sagrado Coração de Jesus) (SC); Silvana Guzik – Igreja Sagrado Coração de Jesus (Passo Amarelo); Thiago Cordeiro de Castro – Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus (Mallet); Zita Mikos Nogas – Santíssima Trindade (Colônia Marcelino).

Segunda etapa: Dirce Vaselechen – Paróquia Transfiguração de Nosso Senhor (Ponta Grossa); Elizeia Natalia Stempkoski – São José Operário (Curitiba); Matheus Zub dos Santos – Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus (Mallet); Emerson Gabriel Pascholok – Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus (Mallet).

Terceira etapa: Alda Riske Mischinski – Transfiguração do Senhor Bom Jesus (Antônio Olinto); Eugenia Bossei – Igreja São Nicolau (Iracema).

Quarta etapa: Margarida Drozda Symczaka – Igreja São Nicolau (Iracema).

Disciplinas e professores do curso

O curso é organizado em seis blocos: 1 – Fundamento da Igreja – Bíblia; 2 – Igreja na História; 3 – Fé da Igreja – Dogma; 4 – Vida da Igreja – Liturgia, Sacramentos, Moral, Espiritualidade; 5 – Igreja Mãe e Mestra – Catequética, Prática Litúrgica, Animação catequética, Cultura ucraniana; 6 – Igreja no mundo contemporâneo – Temas atuais.

BÍBLIA: FUNDAMENTO DA IGREJA

Bíblia I – Introdução à Bíblia – Revelação, Cânon e Interpretação: Pe. Elias Marinhuk, OSBM

Bíblia II – História de Israel e Antigo Testamento: Pe. Elias Marinhuk, OSBM

IGREJA NA HISTÓRIA: ORIENTE, OCIDENTE, UCRÂNIA, BRASIL

História I – Igreja no Oriente: Pe. Mario Marinhuk, OSBM

História II – Igreja no Ocidente: Pe. Mario Marinhuk, OSBM

FÉ DA IGREJA: DOUTRINA, DOGMA, CREDO

Dogma I – Dogmática Geral, Dogma, Credo: Dom Volodemer

Dogma II – Trindade, Deus Pai, Cristo, Espírito Santo: Dom Volodemer

LITURGIA

Liturgia I – Liturgia em geral – Liturgias orientais: Pe. Edson Ternoski

Liturgia II – Ano Litúrgico: Pe. Edson Ternoski

SACRAMENTOS

Sacramentos I – Sacramentos da iniciação: Diácono Romeu Smach

Sacramentos II – Sacramentos da cura: Diácono Romeu Smach

MORAL

Moral I – Moral fundamental: Pe. Michael Barbusa

Moral II – Moral social: Pe. Michael Barbusa

ESPIRITUALIDADE

Espiritualidade I – Espiritualidade do leigo: Marcos Antonio Nogas

Espiritualidade II – Espiritualidade do catequista: Ir. Verônica Koubetch, SMI

IGREJA MÃE E MESTRA: EDUCADORA DA FÉ

Catequética I – História da Catequese e dos Catecismos: Pe. Samoel Hupolo

Catequética II – Fundamentos da Catequese: Ir. Ariane Andruchechen, OSBM

PRÁTICA LITÚRGICA

Prática litúrgica I, II – Altar, paramentos, rituais, cantos: Ir. Verônica Koubetch, SMI

ANIMAÇÃO CATEQUÉTICA

Animação catequética I, II – Organização, dinâmicas, cantos: Catequista Vera Lucia Vinharski, CSCJ

CULTURA UCRANIANA

Aspectos da cultura ucraniana I, II: Sra. Julia Regina Bordun Bertoldi

TEMAS ATUAIS

16/01 – Apresentação dos manuais de catequese e planejamento: Catequista Vera Lucia Vinharski, SCJ

17/01 – Lectio Divina – Jo 2,1-11: Ir. Maria Gaiocha, SMI

18/01 – Catequese inclusiva: Catequista Valdirene Cioato

19/01 – Vocação: graça e missão e vida de Ir. Josafata: Ir. Juliane Martinhuk, SMI

20/01 – Direito Canônico: Pe. Neomir Doopiat Gasperin

22/01 – Bordados Ucranianos: Sra. Adriana Nogas

Equipes de cozinha

Três equipes trabalharam em regime de voluntariado e com muito carinho para preparar as refeições. As duas primeiras equipes são da Paróquia Santíssima Trindade da Colônia Marcelino e a terceira é da Paróquia da Arquicatedral São João Batista de Curitiba.

Primeira equipe: Fernanda Lúcia S. Siedelaki, Anna Carla Buiar Krupa, Lúcia H. Boiko, Camila Boiko, Teresa Eulália Buiar.

Segunda equipe: Bernadete B. Senike, Anna Carla B. Krupa, Ana Paula P. dos S. de S. Rodrigues, Marta Nogas.

Terceira equipe: Teófilo e Zenaide Semchechem, Lídia Dierka Prado e Jair Prado, Maria Eduarda D. Prado, Ana Solovi, Zelia Potzenek, Luiz e Silvani Praisner, Maria Aparecida Pankievicz.

Orações da manhã

Todos os dias, após o despertar, os cursistas se reuniam na capela para a oração da manhã, dirigida por alguém da equipe ou alguém por ela indicado.

16/01 – Catequista Vera conduziu a oração e fez a reflexão do Evangelho de Mt 28,16-20. Jesus escolheu, preparou e enviou os 12 discípulos para anunciar e dar testemunho de tudo o que viram e ouviram. Hoje, Jesus continua chamando e enviando pessoas para serem seus discípulos, seguirem sua missão de anunciar o Evangelho e formar novos discípulos. Nesta semana, os catequistas se reuniram para preparar-se e ir até as nossas comunidades para anunciar o Reino de Cristo.

17/01 – Ir. Maria Gaiocha, SMI conduziu a oração, refletindo sobre o Salmo 138. Ela enfatizou a gratidão e a confiança que o catequista deve ter em Deus, primeiramente agradecendo pela oportunidade de estar no curso e depois colocando a sua missão e sua vida nas mãos de Deus, sempre tendo em mente que Deus está presente e conduzindo a nossa missão.

18/01 – Ir. Verônica Koubetch, SMI fez a meditação do Salmo 22 – o Senhor é meu pastor. O catequista deve ter Cristo como pastor, que conduz a sua vida, e também ele mesmo conduzir seus catequizandos ao pastor que nos guia pelas estradas. O catequista deve ter atitude de pastor, aquele que conduz o catequizando para Cristo.

19/01 – Ir. Ariane Andruchechen, OSBM dirigiu uma oração de diálogo com Deus, como resposta de amor ao amor de Deus.

20/01 – Seminarista Iwan Kerneski rezou o Salmo 5, como um modelo de oração da manhã, a fim de começar bem o dia.

Divina Liturgia

As celebrações da Divina Liturgia aconteciam na capela, presididas por algum sacerdote que veio ministrar sua disciplina no curso.

16/01 – Pe. Edson Ternoski e Pe. Elias Marinhuk, OSBM. Leituras: Tg 2,14-26 – Seminarista Eduardo Ternoski e Mc, 10,46-52. O Pe. Edson fez a reflexão sobre os personagens da cura do cego de Jericó. O cego estava sentado à beira do caminho e, ao ouvir que Jesus estava passando, gritava pedindo para que o curasse, mas muitos da multidão o reprimiam para que se calasse. Assim deve ser o catequista: enquanto o mundo quer calar o catequista, ele precisa ser ousado e não se intimidar, mas sempre ajudar os seus catequizandos a se aproximar de Cristo.

17/01 – Pe. Michael Barbusa e Pe. Elias Marinhuk, OSBM. Leituras Hb13,17-21 – Seminarista Eduardo Ternoski e Lc 6,17-23. O Evangelho de Lucas mostra um Deus que vem ao encontro dos excluídos. Diante dos milagres que Jesus realizava, as pessoas o seguiam. O catequista é aquele que vai anunciar Jesus para as pessoas o seguirem. Lucas mostra que devemos viver a vida aqui para contemplar a Deus na plenitude. O catequista é aquele que anuncia as maravilhas que Deus opera em nossa vida.

18/01 – Dom Volodemer. Leituras: Tg 3,11-4,6 – Mateus Zub dos Santos e Mc 11,23-26. O Arcebispo falou que as leituras, muito ricas, enfatizam a importância da paz. E a paz é fruto da humildade, que é como o adubo para a graça germinar, crescer e frutificar em nós. Maria é um belíssimo modelo de humildade: Deus nela e por ela fez maravilhas, porque foi humilde. Jesus ressaltou que a fé tem uma dinâmica muito forte: dela depende a vida, a Igreja, a salvação. Quando começamos a perder a fé, aí se desencadeia uma série de problemas que levam a pessoa para o fundo do poço. Para quem não tem fé, tudo perde sentido; para os que creem a vida tem outro sentido.

19/01 – Dom Volodemer, Pe. Mario Marinhuk, OSBM e Pe. Samoel Hupolo. Leituras: Tg 4,7-5,9 – Luís Gustavo Vacelechen e Jo 10,9-16. Pe. Mario elogiou a importância do conhecimento da cultura ucraniana. Se até o final dos anos 80 precisávamos preservar o idioma para preservar o rito, hoje precisamos encontrar novos artifícios para manter o rito, a Igreja e a cultura. “Vocês catequistas precisam ser este bom pastor, que conduz o rebanho para uma boa pastagem. Não precisamos de lobos, basta os que já temos e que procuram nos desviar do caminho que leva o rebanho para Cristo. Jesus Cristo critica os escribas e precedentes, que só buscavam conforto e defendiam seus próprios interesses. A catequista, em sua missão, muitas vezes vai ser tentada, manipulada, confundida para ser desviada do Evangelho, da doutrina na Igreja e, até mesmo, da sua fé por aqueles que buscam justificar suas ações e atitudes. Com a parábola do bom pastor, Jesus desperta a confiança e a esperança que nós catequistas devemos ter e também despertar nos nossos catequizandos a importância de seguir o bom pastor que é Cristo”, falou Pe. Mario.

20/01 – Dom Volodemer e Pe. Neomir Doopiat Gasperin. Leituras: Hb13,17-21 – Ana Júlia Lima Couto e Lc 6,17-23. O Pe. Neomir destacou as exigências das bem-aventuranças, principalmente a prática da justiça.

21/01 – Celebração na igreja Matriz: Dom Volodemer, Pe. Neomir, Pe. Samoel Hupolo e Diácono João Basniak. Leituras: 2Tm 4,9-15 – Seminarista Eduardo Ternoski e Lc 19,1-10. A partir da narrativa sobre Zaqueu, o Metropolita focou a grande transformação que acontece no encontro com Jesus.

Formatura

Domingo, dia 22, às 10 horas, na igreja matriz Santíssima Trindade, foi celebrada a Divina Liturgia durante a qual a Sra. Margarida Drozda Siymczaka foi enviada oficialmente como catequista da Metropolia num rito próprio. O Metropolita Dom Volodemer presidiu a celebração e o Pároco Neomir concelebrou.

Lida as intenções pela Catequista cursista Zita Mikos Nogas, da Comunidade paroquial da Colônia Marcelino, a Catequista Vera Lucia Vinharski – Coordenadora da Pastoral da Catequese saudou a todos e fez uma introdução à celebração litúrgica com o rito de formatura e envio da Catequista Margarida.

Após os “tropários”, o Seminarista Eduardo Ternoski e também cursista fez uma explanação sobre a missão do catequista na Igreja nos tempos atuais: serviço na gratuidade. Ele citou uma frase do Papa Francisco: “Ser catequista é uma vocação e não um trabalho, porque envolve a vida; o catequista leva ao encontro com Jesus, com palavras, vida e testemunho”.

Introduzindo o cerimonial, Eduardo fez uma breve apresentação da Catequista Margarida: a primeira a se formar após a pandemia, a primeira aqui na Paróquia Santíssima Trindade da Colônia Marcelino, também no primeiro curso ministrado na Casa Nossa Senhora do Amparo; nasceu no dia 29 de novembro de 1976, em Itaiópolis; é casada com Reinaldo Siymczacka e tem dois filhos; faz parte da Comunidade São Nicolau de Colorado, Paróquia Sagrada Família de Iracema, Município de Itaiópolis, Santa Catarina; atua na Pastoral da Catequese e no Movimento do Apostolado da Oração.

Acompanhada de seus padrinhos de formatura, Margarida depositou um buquê de flores no altar de Nossa Senhora, como oferta de sua vida e pedindo a intercessão da Mãe Deus. Posicionando-se em frente ao altar-mor, Margarida recebeu da Coordenadora Vera um exemplar do nosso Catecismo – a fonte principal da nossa Catequese; e do Metropolita ela recebeu uma vela acesa, simbolizando a luz de Cristo e a missão de ser a “luz do mundo” (Mt 5,14).

O rito do envio prosseguiu com a proclamação de envio, oração do Metropolita e promessas da catequista, finalizando com a bênção especial.

Em sua homilia, Dom Volodemer destacou a necessidade de mediações, suportes (Bíblia, oração, Lectio divina, livrinhos, etc.) para aproximar-se de Deus e de Cristo, assim como Zaqueu se utilizou de uma árvore (sicômoro) para ver Jesus, o que lhe garantiu uma mudança radical de vida. Ele concluiu dizendo que os catequistas e todos os agentes de pastoral devem ser suportes, o que também supõe suportar o peso da missão e os fardos dos outros.

Ao final da Divina Liturgia, antes da bênção final, Dom Volodemer manifestou sua alegria em poder presenciar a retomada do Curso após três anos, agradeceu à equipe da Pastoral da Catequese pelo êxito na realização do Curso e aos cursistas, que foram motivados e animados e “aguentaram uma semana de ‘chá de cadeira’ sem reclamar”. Tomando a palavra, a Coordenadora Vera fez seu pronunciamento, agradecendo à sua equipe pela ajuda, aos professores, aos paroquianos, ao Pe. Neomir – Pároco e Diretor da Casa Nossa Senhora do Amparo, às três equipes da cozinha e aos cursistas que colaboraram para que o curso de retomada acontecesse da melhor forma possível.

O Pároco fez os anúncios paroquiais e, em seguida, o Metropolita entregou o diploma para a Catequista Margarida, que por três anos aguardou ansiosa por esse momento tão significativo para ela, sua família, comunidade, paróquia e para a Metropolia.

A última atividade foi a confraternização no refeitório da Casa Nossa Senhora do Amparo. As equipes de cozinha e alguns professores receberam homenagens e presentes. A Catequista cursista Dirce Vaselechen da Paróquia Transfiguração de Nosso Senhor (Ponta Grossa) falou em nome dos cursistas, manifestando contentamento pelos dias que foram muito proveitosos e agradecimento a todos que trabalharam no curso. Vários parentes dos cursistas participaram desse momento alegre e fraterno. Mas os olhares se voltaram principalmente para a nova Catequista Margarida, que teve todo o direito a um bolo bem caprichado e gostoso e um solene “Mnohaia lita”.

Deus seja louvado por essas graças tão especiais! Que o Reino aconteça por meio desses dedicados e amáveis catequistas!

Texto: Vera Lucia Vinharski, CSCJ e Secretariado Metropolitano

Fotos: Ir. Ariane Andruchechen, OSBM e Thaicia Nogas

Postagem: Secretariado Metropolitano