A primeira visita do Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM no novo ano de 2016 aconteceu nos dias 02 e 03 de janeiro e foi a pequena comunidade da Linha Papua, situada no município de União da Vitória, pertencente à Paróquia Exaltação da Santa Cruz, com sede em Rio das Antas, município de Cruz Machado que teve esse privilégio. Em breve, a comunidade fará parte da nova paróquia a ser criada em São Cristóvão.
A comunidade é nova e não tem fontes históricas escritas. Teve várias dificuldades em sua organização administrativa e pastoral. A maior parte do seu histórico foi relatada oralmente pelos membros da comunidade num trabalho realizado pela Ir. Cecília Zamulhak, SMI, que também preparou um relatório sobre a situação atual.
Conversando com as pessoas presentes na reunião acima citada, a pessoa que mais aportou informações foi o Sr. Gregório Parastchuk, que hoje está com 69 anos. Segundo ele, as famílias ucranianas de Papua participavam das celebrações litúrgicas na igreja do Rio dos Banhados. Entre as famílias de referência, na categoria de primeiro elemento fundante, destaca-se a família dos já falecidos Valdomiro e Maria Klymtchuk, pais do falecido Pe. Vidal Klymtchuk, OSBM. Naquela ocasião, a filha do referido casal, Lídia Klymtchuk era catequista. Inicialmente, a casa desta família servia de capela na qual se reuniam os fiéis para as celebrações. Conta o Sr. Gregório Parastchuk que ele havia feito a primeira comunhão com nove anos na casa do referido casal e que o sacerdote de então era o Pe. Mateus Dmeterco, OSBM. As celebrações litúrgicas eram ocasionais e geralmente aconteciam quando o Pe. Vidal vinha visitar sua família.
Segundo o aporte das pessoas da comunidade, presentes na referida reunião, o segundo elemento fundante é a antiga Escola Carlos Treuka da Linha Papua, que recebeu o nome em homenagem ao Pe. Carlos Trehuk, sacerdote ucraniano que trabalhou em União da Vitoria e teve vínculos com a prefeitura desta cidade. Depois que a mesma foi desativada, cuja data não foi fornecida, o estabelecimento foi utilizado inicialmente pela comunidade latina. Por causa do pequeno número de fiéis, no tempo em que o Pe. Nivaldo Kozlinski já era pároco de Rio das Antas (1989-2008), a escola foi cedida à comunidade ucraniana local. Segundo o depoimento dos moradores, este fato ocorreu há uns vinte anos atrás (1995).
A Crônica das Irmãs Servas registra pela primeira vez que, no dia 31 de dezembro de 1997, o Pe. Nivaldo Kozlinski, após a celebração no Rio dos Banhados, deslocou-se para celebrar na Linha Papua (Crônica da Comunidade das Irmãs SMI da Casa Cristo Rei. Rio das Antas. 1996-2008. Folha 66, verso).
Segundo o Sr. Gregório Parastchuk, contam-se como fundadores da Comunidade Ucraniana Nossa Senhora das Graças de Papua, além da família de Valdomiro e Maria Klymtchuk, mais as seguintes: Pedro e Verônica Parastchuk, Miguel e Olga Olinek, Demétrio e Maria Korolhuk e Paulo e Genovefa Kraczkoski.
O atual Pároco Luiz Pedro Polomanei, ao assumir o atendimento pastoral e administrativo da Capela Nossa Senhora das Graças, estava com as “chaves na mão” para fechá-la. Mas ele foi dando um tempo por alguns meses e a comunidade continuou tendo assistência, com o auxílio das Irmãs Servas de Rio das Antas.
No início do ano 2015, algumas mães que tinham crianças com 8, 9, 10 e 11 anos que ainda não haviam realizado a catequese, vieram perguntar para a Ir. Egídia Pastuch, SMI e ao Pe. Luiz Pedro Polomanei se era possível ter catequese na comunidade e ainda queriam que fosse somente por um ano, assim como aconteceu em 2012. O Padre e a Irmã responderam que precisa ter preparação para a primeira Eucaristia, mas precisa formar antes uma catequista e que a preparação será por três anos. Como não encontraram ninguém para ser catequista que fizesse o curso e já haviam aparecido oito crianças para a catequese, então foi feito um acordo para que a Ir. Egídia viesse de Rio das Antas duas vezes por mês e que as famílias iriam ajudar nas despesas. As crianças vinham nos sábados com suas mães, que assistiam um pouco a catequese, traziam lanche e partilhavam com a Irmã. As crianças participavam na catequese e nas celebrações da Divina Liturgia, aprendendo a participar e cantando melhor do que o próprio povo. Das crianças que haviam feito a Primeira Comunhão no ano 2012 voltaram três, as quais participavam e ajudavam nas celebrações da Divina Liturgia.
Talvez, por ser muito pequena, a comunidade de Papua teve menos atenção por parte de seus agentes de pastoral. Tudo indica que a assistência religiosa a esta comunidade se dava apenas esporadicamente. Por ocasião do ano jubilar de 2000, a Crônica da Comunidade das Irmãs do Rio das Antas relata que no dia 19.12.2000 se fez em Papua uma renovação espiritual, um encontro de casais e paroquianos da localidade (Crônica, Folha 104 verso).
A comunidade é formada aproximadamente por umas 15 famílias. A atual diretoria da capela é composta pelos seguintes membros: Presidente-Executivo Célia Kavales Kapczuk, Vice-presidente Adriano Krazkoski, 1º Tesoureiro Marciano Kapczuk, 2º Tesoureiro Tereza Krazkoski, 1ª Secretaria Cleonice C. Kapczuk, 2º Secretário Gregório Parastchuk, Conselheiros fiscais: Leonardo Kozlowski, Vitalino Parastchuk, Eugênia Koslowski, Araci Granater, Fabio Krazkoski (Livro de Atas, Folha 04). Reunida no dia 27.12.2015, a comunidade tomou a decisão de, no momento mais oportuno, depois da Visita Canônica do Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM, convocar uma reunião para eleger a nova diretoria, que terá por incumbência registrar a respectiva ata no cartório e fazer os trâmites necessários para a obtenção da escritura do referido imóvel.
Segundo o relatório da Ir. Cecília, “escutando e analisando os depoimentos dos presentes nesta reunião de pessoas de boa vontade, no marco da celebração do Natal do Senhor, a sensação que tivemos é que há sinais de esperança. O grupo, apesar de pequeno, deu a transparecer que necessita da Igreja. Decidiu empenhar-se neste projeto, que seguramente é do Pai”.
É notório o fato que, nos dois elementos fundantes da comunidade, está presente um sacerdote. No primeiro, o filho do casal Valdomiro e Maria Klymtchuk – Igreja doméstica, que gerou um grande sacerdote missionário, Pe. Vidal Klymtchuk, OSBM. No segundo, está o Pe. Carlos Trehuk, que deu seu nome à escola; sendo desativada, ela continua servindo como Capela Nossa Senhora das Graças dos católicos ucranianos. Segundo Ir. Cecília, isto “nos indica que esta comunidade não pode ser abandonada, mas sim, amparada, estimulada, evangelizada para que continue produzindo novos sacerdotes, missionários, consagrados e leigos comprometidos”.
Buscando o objetivo de finalizar mais rapidamente as visitas nas comunidades que vão fazer parte da Paróquia Santíssima Trindade a ser criada em São Cristóvão, a visita do Arcebispo Metropolita foi realizada em Linha Papua fazendo-se uma adaptação na agenda paroquial e simplificando o programa, como segue.
Sábado, dia 02 de janeiro de 2016, pouco antes das 14 horas, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM, o Pároco Luiz Pedro Polomanei e as Irmãs Servas de Rio das Antas Egídia Pastuch e Cecília Zamulhak, sob leve chuva, já se encontravam na Capela Nossa Senhora das Graças.
Após os preparativos e ensaios, os presentes reunidos em frente à capela, pois a chuva deu uma trégua, fizeram uma recepção ao Metropolita. As crianças da catequese cantaram em ucraniano uma canção de saudação. O catequizando André Olinek leu um discurso em português e sua colega Andrieli Kapczuk entregou ao Visitador um buquê de flores. O casal Adriano e Tereza Kratkovski saudaram Dom Volodemer com o pão e sal, rito precedido pelas palavras receptivas da Sra. Tereza.
Adentrando a capela, o Pároco cumprimentou o Metropolita, depositando em sua visita muita esperança de melhoria e crescimento para a pequena comunidade, que em breve será atendida pelo futuro pároco de São Cristóvão – Pe. Ricardo.
A maior parte da Divina Liturgia foi celebrada em português. Em sua homilia, Dom Volodemer falou sobre a força motriz de uma comunidade, que é a união e comunhão em Cristo. Fez uma rápida reflexão sobre o Ano da Misericórdia e citou do Catecismo da Igreja Católica Ucraniana as sete obras de misericórdia espirituais e outras sete corporais.
Após a celebração, os presentes se reuniram no pavilhão, onde foi servido um lanche. Quando todos se serviram, o Arcebispo Metropolita conversou com a comunidade principalmente sobre a localização da construção da igreja, que poderá ser no mesmo local da atual capela, se a comunidade conseguir a legalização do imóvel na Prefeitura de União da Vitória, ou no terreno, à margem do asfalto, que poderá ser doado pela família do Sr. Adriano e Sra. Tereza Kratkovski. A nova comissão a ser eleita no dia 06 de fevereiro verificará a primeira possibilidade, mas se forem constatadas muitas dificuldades e principalmente demora burocrática, partirá para a segunda alternativa, que é mais interessante e proveitosa em vários sentidos.
Dia 03 de janeiro, domingo, com início às 09:30, foi celebrada a Divina Liturgia, quase toda em português, com a concelebração do Pe. Luiz Pedro Polomanei. As Irmãs Cecília Zamulhak e Eugênia Kultchek auxiliaram na preparação e nos cantos litúrgicos. Dentro da temática do Ano da Misericórdia, a homilia do Metropolita discorreu sobre o perdão, no sentido espiritual, moral e também psicológico-emocional. Ao final da Divina Liturgia, o Pároco passou os avisos e agradeceu ao Metropolita pela Visita Canônica, seguindo as palavras de agradecimento da secretária do Conselho Administrativo Paroquial (CAP) Cleunice Costa Kapczuk em nome das lideranças locais. Também a jovem Francieli Kapczuk fez um agradecimento em nome dos catequizandos. O encontro do Metropolita com a comunidade de Linha Papua terminou com a bênção solene da água.
FOTOS
1 – Capela Nossa Senhora das Graças
2 – Recepção do Arcebispo Metropolita
3 – Catequizandos André Olinek e Andrieli Kapczuk
4 – Casal Adriano e Tereza Kratkovski
5 – Pároco Luiz Pedro Polomanei
6 – Homilia
7 – Fiéis
8 – Fiéis
9 – Reunião com a comunidade
10 – Agradecimentos: Pároco Luiz Pedro, Secretária Cleunice Costa Kapczuk
11 – Agradecimentos: Francieli Kapczuk
12 – Bênção da água
13 – Bênção da água
14 – Catequizandos
15 – Lucrecia Olinek, Ir. Eugênia Kultchek, SMI, Celia Kapczuk, Metropolita, Celina Katchuk, Andreia Santos Saldanha, Ir. Cecília Zamulhak, SMI