Linha Cândido de Abreu: uma comunidade forte

Entre os dias 13 a 15 de maio de 2016, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM realizou a Visita Canônica na comunidade católica ucraniana da Linha Cândido de Abreu, situada no município de Paulo Frontin, pertencente à Paróquia Natividade de Nossa Senhora, com sede em Vera Guarani. Esta matéria é composta por quatro partes: 1 – História, 2 – Informações gerais, 3 – Vida eclesial, 4 – Visita Canônica.

1. HISTÓRIA

A igreja ucraniana Anunciação de Nossa Senhora está localizada a 1 km da BR 476, na Linha Cândido de Abreu, Município de Paulo Frontin. No tempo da colonização e do assentamento dos imigrantes, cada traçado ou picadas eram denominados como vicinais, linhas ou colônias. A vasta região é dividida por linhas como: Iguaçu, Gonçalves Junior, Cândido de Abreu e Limoeiro. A história da comunidade é em parte semelhante a todas as outras comunidades que hoje fazem parte das paróquias de Antonio Olinto, Mallet, Dorizon, Vera Guarani ou União da Vitória.

Os imigrantes ucranianos que chegavam ao Brasil a partir de 1891, depois de breve assentamento em Curitiba, foram transferidos e assentados nas comunidades das atuais paróquias acima citadas. Geralmente, a viagem de Curitiba era feita em embarcações a vapor descendo o rio Iguaçu, que na época era navegável. Os portos que mais acolheram imigrantes eram Antônio Olinto, São Mateus do Sul, Barra Feia (atual Fluviópolis), Sede do Iguaçu (Gonçalves Junior), Chapéu do Sol (Monjolos) e União da Vitória.

A diferença em relação a outros imigrantes, sejam poloneses, italianos ou alemães, que sempre vinham acompanhados de sacerdotes ou líderes religiosos, os ucranianos vinham por conta própria, em pequenos grupos e sem assistência religioso-espiritual. Os primeiros sacerdotes ucranianos chegaram bem mais tarde que os imigrantes.

Os imigrantes ucranianos, na medida em que chegavam e desembarcavam nos portos de Barra Feia ou Sede do Iguaçu, eram assentados nas linhas acima citadas. Enfrentavam não poucas dificuldades, sem recursos, longe de tudo e de todos. Frequentavam as igrejas da Serra do Tigre, construída em 1903, Colônia 5 de Mallet (1897), Fluviópolis (1908), Vera Guarani (1908) e Gonçalves Junior (1912), cuja construção foi iniciada no tempo do Pe. Paulo Petreski e continuada pelo Pe. João Michalczuck. A igreja de Gonçalves Junior, sob o patronato da Anunciação de Nossa Senhora, era a mais próxima, distante a 5 km da igreja atual de Vera Guarani e a 9 do local onde estava a primeira igreja na Linha Cândido de Abreu. O Pe. Michalczuk vinha de Antônio Olinto pelo Rio Iguaçu, desembarcava no porto da Linha Iguaçu para celebrar na Linha Gonçalves Junior.

Com o desenvolvimento da vila de Vera Guarani, na época atendida pelo Pe. Emiliano Ananevicz e Pe. Pedro Protzskiv, decidiu-se construir uma igreja maior em Vera Guarani, cujo início aconteceu por volta do ano de 1924. Esta igreja foi destruída por um incêndio em 1981.

A primeira igreja de Vera Guarani foi construída em 1908, no tempo do Pe. Petreski, e serviu para a comunidade até a inauguração da nova igreja em 1939. Com a assistência do Pe. Emiliano à comunidade de Vera Guarani e a dificuldade por causa da distância para o Pe. Michalczuck atender a comunidade de Gonçalves Junior, esta foi desativada. O povo que frequentava a igreja Anunciação passou a frequentar a igreja de Vera Guarani.

Por volta do ano 1919, a igreja de Gonçalves Junior foi transferida para a Linha Cândido de Abreu. O terreno foi doado pela família de Valdomiro Kubrak. A madeira foi transportada em carroças. A madeira necessária para o término foi doada pela comunidade. Em pouco tempo, a igreja estava pronta e passou por uma reforma completa e ampliação em 1943. Desde o seu início, foi atendida pelo Pe. Emiliano Ananevicz. Algumas poucas vezes celebrou o Pe. Pedro Protzskiv, como também Pe. Waldomiro Haneiko. Com a ida do Pe. Emiliano aos Estados Unidos, o Pe. Pedro Busko (1938) passa a residir em Vera Guarani e é ele que atende a comunidade até mais ou menos o ano 1946. Depois, por breve tempo, foi atendida pelo Pe. Mateus Siantchuk. O Pe. Metódio Koval assume a Paróquia da Natividade em 1949 e fica à sua frente até 1978; de 1978 até 1980 – Pe. Jaroslau Susla; de 1980 a 1987 – Pe. Sergio Hryniewicz; de 1988 a 1995 – Pe. Dionizio Zaluski; de 1996 a 1999 – Pe. Sérgio Krasniak; de 1999 a 2000 – Pe. Mario Carlos Lazoski; de 2001 a 2008 – Pe. Luiz Pedro Polomanei; e em maio de 2008 reassume o Pe. Sergio Hryniewicz, que está até o dia de hoje.

A partir de 1961, com o aumento de fiéis, a igreja não comportava todo o povo nas celebrações e também estava se deteriorando. Começou-se a pensar na construção de uma nova igreja em um local que fosse mais no centro e a distância mais ou menos igual para todos. Nessa época, já estava em estudos o projeto da construção da BR 476. O terreno já tinha sido escolhido e a compra estava quase concretizada, mas antes de fechar o negócio, a comunidade resolveu consultar o DNIT para se certificar sobre o traçado exato da BR 476. Foi uma decisão acertada não adquirir o terreno, pois o asfalto iria passar ao lado onde estava se projetando construir a nova igreja, inclusive já havia material no local. Em nova reunião presidida pelo pároco Metódio Koval, foi decidido procurar outro local um pouco mais afastado do asfalto e chegou-se ao acordo com a família de Elias Buiar de quem foi adquirido por R$ 200.000.00 (duzentos mil cruzeiros) o terreno onde foi construída a atual igreja. A escritura está em nome da Mitra do Bispado Católico de Rito Ucraniano (19/06/1966).

Logo após a aquisição do terreno, iniciaram-se as campanhas de doações de madeira e dinheiro. Foi escolhido o mestre de obras – Sr. Gregório Krevorutchko, que já havia construído outras igrejas, como a São Basílio Magno, Carazinho Bom Jesus, Santa Luzia, todas de madeira. A parte do pedreiro e a colocação do piso ficou a cargo do Sr. Basílio Oleksechen. O presidente da Comissão Administrativa era o Sr. Valdomiro Kutianski, que se transferiu para Curitiba. Na época, o vice Sr. Demétrio Savitzski assumiu a comissão e ficou à frente até a conclusão da pintura. A pintura interna da igreja é uma verdadeira obra de arte feita pelo Sr. Antônio Petrek, que já havia pintado a igreja Sagrado Coração de Jesus. O Pe. Severo Preima também tem méritos na construção da nova igreja, em especial na pintura, pois ele era muito amigo do Sr. Antônio Petrek, os quais se entendiam muito bem. Infelizmente, não viu a obra concluída, porque veio a falecer em acidente aos 26/09/1976; inclusive neste dia veio visitar o pintor e ver os seus trabalhos. A pintura interna foi concluída no final de 1977. Em seguida, o Sr. Antônio Petrek passou para a pintura da igreja São João Batista, em Paulo Frontin.

Foram presidentes e membros das Comissões Administrativas Estefano Kubrak, Valdomiro Kubrak, por diversos mandatos, João Melnek como tesoureiro, Estefano Badelhuk, Maksem Deneka, Paulo Nahirniak, Paulo Delhavski, Basílio Kochan, João Huk, Miguel Szpak, Miguel Boitchuk, Izidoro Herman, Pedro Kutianski, Valdomiro Kutianski, Zenóbio Zacharias, Nestor Soika, Odilon Pech, João Marteniuk, João Kutianski, Tomás Zahalkevicz, Demétrio Sawitzski e mais recentemente Metódio Dubek, Nestor Derevlianei, Miguel Reptchuk, Miguel Procailo, Jacob Badelhuk, Irineu Zacharias, Nelson Fudal, Pedro Blagik, Irio Oleksechen, Sergio Derevlianei.

O Apostolado da Oração existe desde 1941 e foi iniciado pelo Pe. Pedro Busko. Começou com 10 senhoras e 5 senhores. A primeira coordenadora foi a Sra. Melania Kubrak; depois continuaram: Cristina Kulibaba, Tereza Kubrak Melnek, Catarina Kubrak Deneka, Helena Dubek, Cecília Banhuk Turkot, Rafaela Bridun Mazurek. Existia um grupo menor com 11 membros que se reunia na Escola Santíssima Trindade na Linha Gonçalves Junior, onde durante muitos anos foi coordenadora a Sra. Dalva Nahirniak, tendo o auxílio de sua filha Sra. Madalena Sytnek.

No início, a catequese era ministrada por catequistas leigas, sempre acompanhadas pelos padres que atendiam a comunidade. Com a chegada do Pe. Metódio, em 1949, a catequese passou a ser coordenada pelas Irmãs Catequistas de Sant’Ana, conforme o sistema da Eparquia Ucraniana. Era ministrado um curso intensivo por um mês ou pouco mais, geralmente nas férias de janeiro, e ao final se fazia a Primeira Eucaristia. Por causa da distância e do perigo das crianças atravessarem a BR 476, também era ministrada a catequese nas linhas mais distantes da igreja, onde as crianças se reuniam nas escolas, prática que continua até os dias de hoje (ver 3.3. Pastoral Catequética).

Nestes quase cem anos de história, a comunidade teve a honra e o privilégio de receber visitas ilustres, como a de Dom José Romão Martenetz, OSBM, em 1961, quando, entre os dias 8 a 14 de setembro, ele realizou a Visita Canônica e pregou Missões. No dia 02 de setembro de 1968, recebeu o Arcebispo Maior e Cardeal José Slipey em visita ao Brasil e a caminho de União da Vitória, quando não só visitou a comunidade, mas também abençoou a nova igreja recém-construída. O então Eparca Dom Efraim Basílio Krevey, OSBM visitou a comunidade diversas vezes. Também Dom Meron Mazur, OSBM esteve visitando a comunidade por ocasião da ordenação diaconal do Pe. Edson Ternoski em maio de 2011.

Segundo o Pe. Sergio Hryniewicz, o histórico da comunidade não está completo, sobretudo quando se refere ao seu início e à vida dos seus primeiros imigrantes. “Sabemos que frequentavam as igrejas existentes na época e que também celebravam e rezavam nas famílias. As escolas também eram poucas; a pobreza e as dificuldades eram enormes. Temos que agradecer a Deus e aos nossos antepassados, ‘didos e babas’, que educaram e transmitiram a fé, os costumes, as tradições e o amor à Igreja e a Deus, do jeito que sabiam e como podiam. Que Deus, Nossa Senhora sejam louvados, e aos antepassados imigrantes – eterna gratidão”, relata o Pe. Sergio.

2. INFORMAÇÕES GERAIS

Somando todas as famílias, sejam as que frequentam a igreja Anunciação ou as escolas desativadas e transformadas em capelas, são mais de 150 famílias.

A comunidade é praticamente toda agrícola: 90% das famílias são de agricultores que cultivam fumo, soja, feijão, milho, trigo; são hortifrutigranjeiros e também leiteiros; alguns são funcionários públicos ou comerciantes. Muitos jovens cursam faculdade em União da Vitória, Ponta Grossa ou Curitiba.

Se nas décadas de 1960 a 1980, muitos deixaram a comunidade em busca de mais conforto e melhores empregos na cidade, hoje, como a fase da agricultura está boa, são poucos os que se transferem para as cidades. Acontece até o contrário: quem não vendeu o terreno e pode voltar, está voltando para a sua terra – para a agricultura.

3. VIDA ECLESIAL

A vida eclesial da comunidade pode ser descrita considerando os seguintes pontos: administração, espiritualidade, Pastoral Catequética, movimentos.

3.1 Administração

O atual Conselho Administrativo Paroquial, eleito dia 22 de março de 2015, é assim constituído: Presidente – Pároco Pe. Sérgio Hryniewicz; Presidente-Executivo – Pedro Antochechen; 1º Vice Presidente – Marcos Paulo Romaniuk; 2º Vice Presidente – Pedro Slobodjan; Tesoureiro – Amauri Travinski; 1º Vice Tesoureiro – Sergio Dreviani; 2º Vice Tesoureiro – Eliane Azevedo; Secretárias – Glaucia Travinski; Berenice Rolinski; Roseli P. Semeonko; Januária Bahniuk; Conselheiros: Claudio Lumikoski, Dirceu Kutchma, Sergio Blaszko, Elias Nahirniak, Irio Olekscechen, José Edinei Semeonko, Nelson Paulo Antochechen, Rogério Bahniuk, Agenor Kutchma (mudou-se), Miguel Bahniuk Filho,  Almir Fudal, Jorge Zadereski, Mario Slobodjan, Eduardo Gurak, Clemente Kulibaba, Romão Dudas, Darci Oleksechen, Nicolau Kulibaba, Osvaldo Dubek, João Ambrósio Juk.

Um grande salão de festas com salas de catequese está sendo construído. Será inaugurado em setembro deste ano, mas continuará sendo aos poucos concluído.

A cúpula da igreja está infestada por cupim e será providenciada uma solução definitiva.

Na reunião com o CAP por ocasião da Visita Canônica, o Arcebispo Metropolita orientou para fazer alguns rearranjos no interior da igreja, providenciar o “ikonostás” e construir um campanário por ocasião das festividades do Centenário de Fundação da Comunidade em 1919 e fazer melhorias no cemitério.

3.2 Espiritualidade

Na igreja Anunciação de Nossa Senhora são celebradas liturgias normalmente três vezes ao mês. As crianças da catequese sempre estão participando das celebrações na igreja, seja na Quaresma, Dia das Mães, Dia dos Pais, Corpus Christi, Dia da Padroeira, Dia das Crianças. As celebrações e homenagens são sempre preparadas pelas Irmãs e catequistas

De 6 à 7 vezes por ano são realizadas celebrações litúrgicas nas escolas desativadas e transformadas em capelas (ver 3.3. Pastoral Catequética). A Divina Liturgia é celebrada sempre antes do Natal, no “Iordán” quando se faz a bênção d’água, na Quaresma, no 7º dia ou 1º ano de falecimento de alguém da comunidade.

Apesar de alguns problemas, segundo o Pároco Sergio, “no geral, o povo, a comunidade é muito boa, participa e frequenta as celebrações e colabora com a Igreja”.

3.3 Pastoral Catequética

Algumas catequistas fizeram o curso completo em Prudentópolis, outras iniciaram o curso em Mallet. Neste ano, pretende-se enviar mais catequistas para o curso de formação.

Finalizando a construção do novo pavilhão com salas de catequese, as lideranças querem ver se resolvem os problemas referentes à catequese e à formação de catequistas. “Somos gratos e reconhecidos ao trabalho voluntário das irmãs e das catequistas leigas”, relatam os líderes.

Por causa do perigo em cruzar o asfalto, a catequese é ministrada em várias escolas, quase todas desativadas, e numa capela latina, como se lê a seguir: Limoeiro – Escola desativada Sagrados Corações – Eliane Azevedo – 11 crianças; Gonçalves Junior – Capela latina Santa Terezinha – Elizabete Slobodzian e auxiliar Ana Aparecida Turkot – 06 crianças; Gonçalves Junior – Escola desativada agora denominada Santíssima Trindade – Geovana Filus – 03 crianças; Cândido de Abreu – Escola União Brasileira – Terezinha Szpack Fudal e Glaucia Travinski e auxiliar Maria Buiar – 10; Cândido de Abreu – Escola desativada Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Maria Januária Banhuk e auxiliar Marciele de Fátima Podgurski – 18 crianças.

Durante o ano são realizadas 6 ou 7 reuniões com todas as crianças e seus pais na igreja Anunciação.

Está sendo planejado para este ou nos próximos anos fazer a catequese de férias, o que seria melhor em julho. Em janeiro, é quase impossível, porque é o tempo forte da safra. Em julho, portanto, se faria a catequese para os adolescentes, jovens e adultos, com formação catequética, ensaio de cantos e liturgia, História da Igreja, História da Ucrânia e também língua ucraniana. Seria um curso intensivo, manhã, tarde e noite, em três semanas.

3.4 Movimentos

Dois movimentos atuam na comunidade da Linha Cândido de Abreu: o Movimento Eucarístico Jovem e o Apostolado da Oração.

 3.4.1 Movimento Eucarístico Jovem (MEJ)

É um pequeno grupo, coordenado pela catequista Eliane Azevedo e pelas Irmãs de Vera Guarani.

A participação dos jovens nas celebrações é boa, o difícil é formar um grupo de jovens. Talvez, com o atual grupo do MEJ, seja possível formar um bom grupo de jovens. “Faltam mais líderes leigos, ninguém quer assumir compromisso ou responsabilidade”, disse o Pároco.

 3.4.2 Movimento do Apostolado da Oração

Atualmente, o grupo da igreja Anunciação conta com 38 os associados, cuja zeladora é a Sra. Elisaveta Banhuk Spack, há dois anos mais ou menos.

O grupo que funcionava na Linha Gonçalves Junior passou para o grupo da igreja.

4. VISITA CANÔNICA

O Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM esteve em Visita Canônica na comunidade da Linha Cândido de Abreu entre os dias 13 à tarde a 15 de maio de manhã de 2016.

13 de maio – sexta-feira

Ainda na quinta-feira, dia 12 de abril, vindo de União da Vitória, onde esteve auxiliando o Pároco Josafá Firman a organizar a Visita Canônica em sua paróquia, o Arcebispo Metropolita chegou à tarde à Casa de Formação Pe. Emiliano Josafat Ananevicz, onde pernoitou.

No dia seguinte, sexta-feira, dia 13, às 14:30, Dom Volodemer dirigiu-se à Linha Cândido de Abreu, distante há 12,5 da casa de formação. O tempo estava nublado e chuviscou em alguns momentos.

O Metropolita foi recebido pela família de Amauri Travinski, que mora em frente à igreja e o acolheu para a hospedagem em sua casa.

Na sacristia da igreja, Dom Volodemer preparou os paramentos para as celebrações litúrgicas, verificou os objetos e a manutenção da igreja e fotografou a parte interna.

O Metropolita instalou-se na casa da família que o hospedou e conversou um pouco com seus membros. Amauri Travinski é casado com Izabel Slobodzian. O casal tem três filhos: Glaucia Fernanda, Bruno Matias e Ana Vitória de apenas quatro meses. Trabalha com a produção de fumo, soja e outras produções para a sobrevivência familiar.

Quando chegou o Pároco Sérgio Hryniewicz, ele levou o Metropolita para uma visita ao cemitério, localizado embaixo da serra há mais ou menos um quilômetro da igreja.

Às 17:30, Dom Volodemer, em companhia do Pároco Sergio Hryniewicz e das Irmãs Lucia Salete Melnik e Amélia Makohin, teve uma saborosa janta na casa de Renato Slobodzian e Ivete Blascho Slobodzian. O casal tem uma filha de nome Sandielli. Os pais de Renato Pedro Slobodzian e Maria Kulibaba, que moram ao lado, também participaram do jantar. Maria é zeladora da igreja. Ela guarda com cuidado em sua casa objetos e paramentos mais antigos, que um dia servirão para algum museu. Renato lida com fumo, soja, “criação e de tudo um pouco para o gasto”.

Às 19:00, em frente à igreja, aconteceu a acolhida ao Arcebispo Metropolita, sob a coordenação geral das Irmãs Catequistas de Sant’Ana Lucia Salete Melnik e Amélia Makohin. A recepção iniciou com o discurso em ucraniano da jovem catequista Maria Januária Banhuk. “Nossa localidade de Cândido de Abreu sente-se espiritualmente fortalecida, porque o bom pastor veio nos visitar”, disse Januária. A seguir, a catequista Eliane Azevedo discursou em português, enfatizando o significado e as expectativas em relação à visita: “A sua presença entre nós como representante da Igreja nos completa como uma família eclesial e nos confirma na fé apostólica que nos une como Igreja única e faz-nos sentirmos gloriosos por professá-la. Tudo isso faz brotar em nossos corações uma profunda alegria e gratidão a Deus. … Que o Senhor Deus lhe conserve a saúde para que possas continuar levando a mensagem do Evangelho aos fiéis, combatendo o mal e fortalecendo as estruturas de nossa Igreja, para que possamos juntos professarmos a fé até o dia em que cantaremos a glória junto ao Filho de Deus no paraíso”.

Sob as significativas palavras de Eliane “que possamos ser uns para os outros, sustentados por vossos cuidados e conselhos, o pão que alimenta e o sal que dá sabor”, o Presidente-Executivo Sr. Pedro Antochechen e sua esposa Sra. Luciana Semeonko Antochechen saudaram o Metropolita com o pão e o sal. A catequizanda Nicole Dreviane entregou um buquê de flores ao ilustre visitante.

Adentrando a igreja, foram lidas as intenções e deu-se início à Divina Liturgia. Em sua homilia, Dom Volodemer desenvolveu longamente o tema da catequese para adultos, explicando o projeto da Metropolia.

Logo após a celebração litúrgica, houve uma reunião com os membros do CAP. Dom Volodemer fez questão de conhecer cada um dos integrantes da numerosa equipe. Reforçou a questão da recuperação da história e deu orientações práticas sobre a colocação do confessionário e dos pequenos altares laterais nos seus devidos lugares.

14 de maio – sábado

Com início às 9 horas, houve um encontro com os membros do Apostolado da Oração e adultos em geral. Verificou-se o funcionamento do grupo na comunidade e foram dadas orientações práticas sobre o modo de fazer as reuniões. O Arcebispo Metropolita insistiu na nova missão do movimento em dar respaldo à Pastoral Familiar que está sendo introduzida na Metropolia. A Pastoral Familiar, por sua vez, irá favorecer uma catequese de adultos.

Dom Volodemer fez um atendimento espiritual a um casal.

A catequista e professora de matemática Eliane Azevedo levou o Metropolita ao cemitério do Limoeiro. Adiante, ela mostrou a escola desativada que serve atualmente como sala de catequese. Ao lado, existe um clube antigo, onde funcionava a filial da Sociedade Instrutiva. O clube está abandonado, apodrecendo. Em frente à escola mora a Sra. Elisaveta Kochan, com quem Dom Volodemer conversou por alguns minutos.

Um pouco mais adiante ainda, na mesma linha Limoeiro, foi servido o almoço na casa da Sra. Rosa Reptchuk. Ela reuniu seus familiares e vizinhos para o almoço com o bispo. As Irmãs Amélia Makohin e Lucia Salete Melnik estiveram presentes.

Às 14:30, as crianças da catequese de todas as linhas, uma parte dos pais e os integrantes do MEJ, sob a coordenação das Irmãs e catequistas, reuniram-se para um encontro com o Metropolita. Ele lhes falou sobre a responsabilidade na vida de estudante e de família e sobre a corrupção. Foram distribuídos doces e sorteados alguns pequenos prêmios.

A Divina Liturgia para toda a comunidade teve início às 16 horas. A mensagem foi dirigida especialmente para a juventude. O Arcebispo falou detalhadamente sobre o problema da Pastoral da Juventude na Metropolia. Insistiu muito para que se forme um grupo organizado de jovens.

Após a Divina Liturgia, o Metropolita fez a verificação dos livros por ocasião da Visita Canônica. Ficou muito contente por ter encontrado as anotações de Dom José Martenetz, OSBM, que esteve na comunidade de 08 a 14 de setembro de 1961, fazendo a Visita Canônica e pregando Missões. Dom José anotou que “encontrou tudo em ordem”.

O Sr. Mario Podgurski levou o Metropolita para a janta na casa de seu sogro Sr. Eduardo Zenobio Spack, casado com Elisaveta Banhuk Spack, zeladora do Apostolado da Oração. O filho Cézar estava no seminário em Curitiba; atualmente, é professor em Curitiba e lida com informática. O casal formou dois filhos adotivos: Dionísio e Maria Margarida. Dionísio trabalhou por algum tempo em São Paulo, é casado no civil com Tais Melo Alves. Maria Margarida é casada com Mario Podgurski e tem dois filhos: Márcio e Marciele de Fátima.

15 de maio – domingo

Às 09:30, foi dado início à solene pontifical Divina Liturgia presidida pelo Metropolita Volodemer com a concelebração do Pároco Sergio Hryniewicz e serviços litúrgicos do Diácono João Basniak, vindo de Mallet. Ele trouxe consigo três seminaristas menores que serviram o altar como acólitos. A homilia discorreu sobre a atuação do Espírito Santo na Igreja e nos Sacramentos. “Para que aconteçam maravilhas em nossas vidas, precisamos ser obedientes e dóceis ao Espírito Santo a exemplo de Maria Santíssima”, disse Dom Volodemer.

Ao final da celebração, o Vereador Marcos Paulo Romaniuk, em nome do CAP e de toda a comunidade, agradeceu ao Metropolita pela Visita Canônica. “Sabemos o quanto existe a necessidade de revermos diversos aspectos de nossas responsabilidades de cristãos ativos, pertencentes à Igreja. … a cada dia devemos reforçar nossas orações e firmar cada vez mais o nosso compromisso com a Igreja e a comunidade”, afirmou o Vereador.

Após a longa sessão de fotos, Dom Volodemer ainda fez um atendimento espiritual.

Às 13 horas, na chácara dos irmãos Buiar, foi servido o almoço de confraternização, reunindo as lideranças da comunidade, amigos e parentes.