Líderes da Metropolia na 38ª Assembleia do Povo de Deus

206 pessoas das dioceses que pertencem à Província de Curitiba participaram da 38ª edição da Assembleia do Povo de Deus, realizada na paróquia Santo Antônio de Orleans, nos dias 23 e 24 de setembro, na capital paranaense. Representantes das dioceses de Ponta Grossa, São José dos Pinhais, União da Vitória, Guarapuava, Paranaguá, Metropolia e Eparquia ucraniana e a arquidiocese de Curitiba, participaram do encontro e discutiram os novos rumos que a Igreja do Paraná tomará de acordo com a realidade vivida e também de acordo com a proposta do Papa Francisco para uma Igreja em Saída.

Simultaneamente, as Províncias de Maringá, Cascavel e Londrina que integram o Regional Sul 2 da CNBB também realizaram a Assembleia e discutiram os mesmos temas. O encontro por províncias é um pedido do Papa Francisco, com o intuito de priorizar as necessidades e anseios da Igreja local, para que, no ano seguinte, se realize uma nova Assembleia, em nível Regional.

O evento em Curitiba começou às 08 horas da manhã de sábado, com um café da manhã, credenciamento e uma celebração presidida pelo Bispo da Eparquia ucraniana Nossa Senhora Imaculada Conceição, de Prudentópolis, Dom Meron Mazur, OSBM e cantada pelos nossos seminaristas diocesanos e basilianos e Irmãs Servas de Maria Imaculada.

Depois da celebração, integrantes da Ação Evangelizadora das dioceses e eparquias participantes falaram dos trabalhos que vêm desenvolvendo desde a última assembleia realizada em 2016, bem como dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano de 2017. Também foram colocadas as urgências e desafios de cada uma delas.

Ainda que a Metropolia tem seu programa e metodologia própria de direcionamento e dinâmica pastoral, seguindo os projetos da UGCC, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM designou alguns líderes para que participassem do evento, buscando o intercâmbio e a colaboração recíproca com a Igreja latina, mas também com o objetivo de obter inspiração em sua missão pastoral e treinar ainda mais seus líderes, principalmente os leigos. O tema da Assembleia – Iniciação à vida cristã – é particularmente importante para a vida da Igreja em geral e especialmente para a nossa Igreja de matriz bizantino-ucraniana.

O Metropolita encarregou a Catequista Maria Aparecida Pankievicz para coordenar a nossa participação, que teve a companhia do Diácono Romeu Smaha e das Senhoras Danielle Muran Nogas e Laressa Cristina Gaudeda Marceniuk. Nas exposições das diversas dioceses, falando em nome da Metropolia, a Sra. Danielle Muran Nogas – Coordenadora da Pastoral Familiar fez um apanhado geral sobre o projeto “Paróquia Viva”, implantado em toda a Igreja Católica Ucraniana. Ela aproveitou a oportunidade para explicar os elementos estruturais básicos da nossa Igreja em nível mundial e local. Referindo-se às necessidades pastorais da Metropolia, ela disse: “A Igreja, para realizar a sua missão, precisa que as pessoas se coloquem à disposição e ao serviço, dedicando parte de seu tempo, seus talentos e tesouros espirituais e materiais a ela. … O que queremos é que você seja participante. Se ainda não existe o grupo de oração em sua comunidade, tome a iniciativa em formá-lo, não espere que o padre faça tudo; ele estará lá para te ajudar, mas nós leigos precisamos ter a iniciativa de fazer com que nossa paróquia seja viva, atuante, não podemos deixar somente nas mãos dos consagrados, pois o trabalho deles já é árduo e torna-se humanamente impossível eles fazerem tudo sozinhos”. Concluiu Danielle: “Colocando em prática as orientações da ‘Paróquia Viva’ e trabalhando a catequização verdadeira de jovens e adultos, com certeza teremos uma Igreja mais forte, com fiéis mais felizes, conhecedores das lições de Nosso Senhor Jesus Cristo e, com isso, uma Igreja apaixonada por Deus”.

O tema principal da Assembleia foi tratado no período da tarde por Dom José Antônio Peruzzo – Arcebispo Metropolitano de Curitiba sobre o documento 107 da CNBB – Iniciação à vida cristã: Itinerário para formar discípulos missionários. Dom Peruzzo, usando de linguagem dinâmica e divertida, fez com que os participantes da Assembleia se inserissem no contexto histórico e entendessem, de forma clara o verdadeiro sentido de ser cristão e de viver esta experiência. “Iniciação à vida cristã não é algo novo, mas precisa ser aventado, alimentado para que fecunde, germine e dê frutos. Viver a experiência, se permitir conhecer além do que se vê é o primeiro passo para se inserir na vida cristã e, de fato, conhecer Jesus Cristo. A partir da vivência, da experiência, superamos distâncias, barreiras e os caminhos se abrem. A fadiga, em se tratando de linguagem bíblica, não significa cansaço, apenas. Uma pessoa fatigada é aquela que está disposta a evangelizar, a falar de Deus em todos os âmbitos, sem se importar com as condições do ouvinte ou a que meio ele pertence. É preciso que vivamos esta experiência do inusitado, do diferente”, sublinhou o Arcebispo.

Os seguintes pontos tratados nessa apresentação:

– Ação evangelizadora – Constatou-se que as cinco urgências pastorais priorizadas encontram-se unidas de tal modo que trabalhar um desses aspectos implica que os outros sejam assumidos. A segunda urgência: “Igreja: casa da iniciação à vida cristã” precisa, portanto, incluir as outras, ao mesmo tempo que as outras urgências a supõem.

– Igreja em estado permanente de missão – Nesse sentido, a iniciação à vida cristã expressa a força da Igreja missionária e, ao mesmo tempo, gera novos missionários para a Igreja. “O estado permanente de missão só é possível a partir de uma efetiva iniciação à vida cristã”.

– Iniciação à vida cristã é um lugar privilegiado de animação bíblica – Os processos de iniciação se fundamentam na Sagrada Escritura e na Liturgia, educam para a escuta da Palavra e a oração pessoal, mediante a leitura orante, evidenciando uma estreita relação entre Bíblia, Catequese e Liturgia.

– Igreja – comunidade de comunidades – É dela e em seu nome que os agentes da iniciação à vida cristã recebem o mandato eclesial para introduzir no mistério de Cristo Jesus e da sua Igreja. A comunidade eclesial é o lugar da iniciação à vida cristã e da educação da fé dos adultos, jovens, adolescentes e crianças.

– A iniciação à vida cristã nos insere na vida plena de Deus, realizada em Cristo – Esta se expressa em atitudes concretas de missão e testemunho de fraternidade, solidariedade, justiça social, paz, salvaguarda da criação, diálogo ecumênico, construção de um mundo melhor para todos. A iniciação conduzirá a atitudes concretas de missão e testemunho transformador das estruturas desumanizantes e injustas.

A iniciação à vida cristã é uma urgência que precisa ser assumida com decisão, coragem e criatividade. Ela renova a vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes evangelizadoras e pastorais. Para a Igreja impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade operativa de iniciação cristã que, além de marcar o quê, também dê elementos para o quem, o como e o onde se realiza. Dessa forma, será assumido o desafio de uma nova evangelização à qual todos são reiteradamente convocados.

Esse documento tem como intenção desenvolver um processo que leve a uma maior conversão a Jesus Cristo, forme discípulos, renove a comunidade eclesial e suscite missionários que testemunhem sua fé na sociedade. O projeto contemplará a centralidade da Palavra de Deus e a inspiração catecumenal, numa Igreja em saída.

Durante a assembleia foi lançada a campanha vocacional “Cada comunidade uma nova vocação”, que prevê as seguintes atividades:

– Estimular, apoiar, divulgar para que cada cristão batizado assuma o compromisso pessoal colocando-se em oração, como um único corpo, pedindo ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, uma nova vocação para a Igreja.

– Adoção da oração da dezena do terço como oração inicial de cada encontro na intenção pelas vocações religiosas, sacerdotais, leigas e missionárias;

– Realização do 1º Congresso para os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão que acontecerá no dia 15 de novembro de 2017 para estímulo e repasse aos ministros a guarda da ação evangelizadora;

– Utilização da PASCOM Diocesana e Paroquial e TV Humaitá como divulgadoras das ações realizadas;

– Revitalização da Pastoral Vocacional;

– A Pastoral Catequética – catequistas como protagonistas da ação evangelizadora;

– Pastoral Juvenil como comunicadores privilegiados para a comunicação das ações.

Em entrevista ao jornalista e diretor da Central Cultura de Comunicação, Jorge Teles dos Passos para o programa semanal “A Voz do Pastor”, o Bispo diocesano de Guarapuava Dom Wagner disse que a Assembleia do Povo de Deus foi um momento “especialíssimo” para se compreender e se trabalhar as necessidades e as urgências da Igreja. A oração, conforme Dom Wagner, é o caminho correto para a construção de uma Igreja renovada, cheia de amor e responsabilidades. “Percebemos que cada diocese trouxe sua contribuição daquilo que viveu durante todo o ano em se tratando de Igreja. Ouvimos e vimos aqui, que cada diocese trabalhou um ponto necessário àquilo que se fazia urgente. É interessante ressaltar que as outras províncias também estão trabalhando os mesmos assuntos que possibilitarão a troca de ideias e entendimentos que serão levados às Assembleias Diocesanas e também à Assembleia dos bispos do Paraná”, discorreu Dom Wagner.