Instalação da Arquidiocese de Joinville

Na tarde de domingo, 23 de fevereiro, a Catedral São Francisco Xavier sediou a solenidade de instalação da Arquidiocese de Joinville, que conta hoje com 66 paróquias, 155 padres, 95 diáconos. Fazem parte de sua circunscrição 18 municípios do norte catarinense com uma população estimada de 1.350.000 pessoas. O Papa Francisco anunciou a elevação à arquidiocese em 5 de novembro de 2024 e assim a Igreja local iniciou uma nova etapa em sua missão evangelizadora.

Elevação canônica pontifícia

Com a promulgação do Papa Francisco, a Diocese de Joinville foi elevada à dignidade de Arquidiocese e seu Bispo, Dom Francisco Carlos Bach, antes Bispo Diocesano, a Arcebispo Metropolita. Assim sendo, a Igreja Particular de Joinville deixou de ser sufragânea da Arquidiocese de Florianópolis e passou a presidir a nova província eclesiástica, tendo as Dioceses sufragâneas de Blumenau e Rio do Sul.

O título de Arquidiocese é também um reconhecimento da Santa Sé da importância histórica, social e pastoral da Igreja Particular de Joinville, que tem se destacado ao longo do tempo prestando um serviço de qualidade aos seus fiéis e à sociedade civil como um todo.

O Metropolita não dispõe de poder de regime ou de governo nas dioceses sufragâneas, mas cabe a ele a presidência da província eclesiástica, convocar e presidir o concílio provincial e o desempenho de algumas competências elencadas no Código de Direito Canônico, Canon 436: vigiar pela disciplina eclesiástica; realizar a visita canônica em caso de omissão do Bispo sufragâneo e designar Administrador Diocesano nos casos previstos pelo Direito Canônico.

O título de Arcebispo Metropolita não representa um grau hierárquico a mais na Igreja Católica, contudo, para manifestar os laços de comunhão com a Sé Romana, ele recebe do Papa o Pálio, paramento litúrgico feito de lã branca, com seis cruzes, usado em modo de escapulário como sinal da condição de arcebispo.

Figura do arcebispo

Dom Francisco Carlos Bach recebeu do Papa Francisco a dignidade de Arcebispo Metropolita da nova Arquidiocese de Joinville. A palavra “arcebispo” vem do grego, arche e episcopos, e significa Bispo principal. A condição de arcebispo não se refere a um novo grau do Sacramento da Ordem, pois este se recebe somente nos três graus do diaconato, presbiterado e episcopado, mas representa uma dignidade que fica abaixo somente da dignidade cardinalícia. O título é concedido apenas pela nomeação do Papa.

Ao mesmo tempo, esse título serve para reconhecer a importância de algumas sedes episcopais do ponto de vista histórico e social. A esse título atualmente não estão vinculadas funções especiais de governo, mas de presidência de sua província eclesiástica.

Desde muito cedo, a Igreja reconheceu a algumas Igrejas Particulares um destaque especial como às sedes episcopais de Roma, Jerusalém, Alexandria e Antioquia. No século IV, temos notícias da organização metropolitana presidida por um bispo metropolita, que mais tarde recebeu o título de arcebispo. Desse modo, o arcebispo metropolita designa historicamente o ofício eclesiástico daquele que preside uma sede reconhecida pelo Papa como principal na província eclesiástica.

Província eclesiástica

Uma arquidiocese também é chamada de província eclesiástica e é uma divisão administrativa que abrange dioceses vizinhas. O Papa Francisco criou duas novas províncias eclesiásticas no Estado de Santa Catarina: Joinville e Chapecó, reestruturando a organização eclesial do estado catarinense. A Arquidiocese de Florianópolis foi criada em 17 de janeiro de 1927, antes pertencente a Província Eclesiástica de Curitiba, e todas as demais dioceses do estado lhe eram sufragâneas.

A partir desta nova configuração eclesiástica, o Regional Sul IV da CNBB, que corresponde ao Estado de Santa Catarina, passa a ser composto por três províncias eclesiásticas: Joinville, sendo-lhe atribuídas as dioceses sufragâneas de Blumenau e Rio do Sul, a nova província eclesiástica de Chapecó, sendo-lhe atribuídas as dioceses sufragâneas de Caçador, Joaçaba e Lages. Para arcebispo de Chapecó, foi escolhido Dom Odelir José Magri.

As dioceses de Tubarão e Criciúma permanecem como sufragâneas da Metropolia de Florianópolis. A província eclesiástica agrupa um conjunto de Igrejas Particulares vizinhas (dioceses) no âmbito de um mesmo território. O objetivo é favorecer as relações mútuas entre as autoridades que as governam. A iniciativa fortalece a unidade pastoral e o compromisso missionário.

Uma província eclesiástica pode ser erigida, modificada ou suprimida somente pela autoridade suprema da Igreja, o Papa. Esse modelo de organização foi inspirado na divisão administrativa do Império Romano, sendo adotado pela Igreja de modo oficial desde o Concílio de Niceia no ano 325, há 1700 anos. No Brasil, temos hoje 48 províncias eclesiásticas já contando as duas novas recém-criadas pelo Papa Francisco.

Missa de instalação da Arquidiocese

Após o anúncio da elevação, ocorrido no dia 05 de novembro de 2024, o passo seguinte foi a celebração da Missa de instalação, que não é apenas um rito formal, mas um passo significativo na caminhada de fé do povo de Deus, consolidando a Arquidiocese e celebrando a posse de Dom Francisco Carlos Bach como seu primeiro Arcebispo. A celebração aconteceu no domingo, dia 23 de fevereiro, a partir das 15 horas, na Catedral Arquidiocesana São Francisco Xavier, no Centro de Joinville.

Durante a cerimônia, foi lida a bula pontifícia de criação da nova Arquidiocese. Os novos brasões da Arquidiocese de Joinville e do Arcebispo Dom Francisco foram oficialmente apresentados. Num momento de elevação espiritual, de joelhos, o Arcebispo Francisco fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade. O ato reafirma o apreço, a dedicação e a devoção à fé, assim como revela o acatamento religioso e a vontade do Arcebispo em governar a Arquidiocese com zelo evangélico. O gesto marca ainda a sucessão apostólica.

Foi um momento de elevada comunhão eclesial e fraterna, de visível sinodalidade. Foi ainda uma manifestação de ação de graças por essa nova fase da Igreja em Santa Catarina. A cerimônia contou com a presença dos bispos das dioceses sufragâneas de Rio do Sul, Dom Adalberto Donadelli Junior, e de Blumenau, Dom Rafael Bienarski. Além deles, bispos, sacerdotes, religiosos, autoridades e grande número de fiéis participaram do evento. O prefeito municipal Adriano Silva marcou sua presença no evento.

Durante a homilia, o Arcebispo Francisco reconheceu o esforço das Dioceses sufragâneas e da Arquidiocese de Florianópolis para que fosse possível a nova reestruturação. Agradeceu também ao Papa Francisco pelo reconhecimento, assim como conduziu uma oração dedicada ao Papa, pedindo-lhe saúde. “O Santo Padre [Papa] e a Igreja estão reconhecendo a riqueza imensa de fé da história do povo de Deus em nosso estado de Santa Catarina”, enfatizou Dom Francisco.

Dom Volodemer Koubetch – Arcebispo Metropolita esteve presente, representando primeiramente o episcopado paranaense e depois a Paróquia de Mafra e a Comunidade São Nicolau de Joinville, num gesto de retribuição pela presença do Arcebispo Metropolita Dom Francisco na benção da igreja São Nicolau no dia 1 de dezembro de 2024 e também um gesto de gratidão pela ajuda financeira recebida da Arquidiocese para a compra do imóvel, que foi adaptado para servir como igreja aos católicos ucranianos de Joinville.

A Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, com sede em Curitiba, agradece à nova Arquidiocese de Joinville pelo convite e acolhida a seu Arcebispo Metropolita Dom Volodemer, parabeniza pela elevação canônica e pela belíssima celebração de instalação da Arquidiocese e deseja muito êxito em sua administração e evangelização.

Fonte:

https://www.arquidiocesejoinville.com.br/

Secretariado Metropolitano