Faleceu o Pe. Eleutério Nestor Dmetriv, OSBM

Nasceu aos 21 de fevereiro de 1941 em Iracema, Itaiópolis – SC. Filho de João Dmetriv e de Estefania Tkacz Dmetriv. Batizado e crismado aos 10 de março de 1941 na igreja Sagrada Família em Iracema pelo Pe. Rafael Lototskey. Realizou a sua 1ª eucaristia em 1949.

Cursou o Ensino Fundamental I nos anos 1948 a 1954 em Iracema, Itaiópolis – SC; o Ensino Fundamental II nos anos 1955 a 1957 no Seminário São José em Prudentópolis – PR; o Ensino Médio nos anos 1960 a 1962 em Ivaí – PR; a Faculdade de Filosofia nos anos 1963 a 1965 no Colégio Arquidiocesano Rainha dos Apóstolos em Curitiba – PR e a Faculdade de Teologia nos anos 1965 a 1969 na Universidade Gregoriana em Roma – Itália.

Pe. Eleutério ingressou na Ordem Basiliana de São Josafat em Ivaí – PR, aos 19 de janeiro de 1958. Emitiu seus primeiros Votos Temporários diante de Deus e do Mestre de noviços Pe. Doroteu Shymchiy aos 30 de janeiro de 1960. Professou os Votos Perpétuos solenes aos 30 de janeiro de 1963, diante do então Superior Provincial Pe. Pedro Baltzar.

Terminado o estudo da Teologia na Universidade Gregoriana em Roma e retornado ao Brasil, Pe. Eleutério recebeu em Curitiba as Ordens Sacras Menores do Leitorado e do Subdiaconato das mãos de Dom José Martenetz no dia 16 de maio de 1970; no dia seguinte aos 17 de maio de 1970, também em Curitiba, foi ordenado diácono. Sua ordenação sacerdotal ocorreu na igreja Sagrada Família em Iracema aos 28 de junho de 1970 por Dom José Martenetz.

A partir da sua ordenação sacerdotal, Pe. Eleutério trabalhou nas seguintes comunidades. Nos anos 1970 a 1992, quando residiu e trabalhou em Prudentópolis, foi vigário paroquial da Paróquia São Josafat.

Entre 1970 e 1972, foi professor no Seminário São José, sendo que em 1972 também fora Vice-Diretor do seminário; depois de tempos em tempos também reassumia o professorado no Seminário São José.

Entre os anos 1973 e 1976 foi secretário provincial e superior do mosteiro.

Em 1977 e 1978, foi diretor espiritual no noviciado das Irmãs Servas de Maria Imaculada.

Entre 1979 e 1982, foi novamente superior do mosteiro e conselheiro provincial.

Entre 1983 e 1985 foi tesoureiro provincial.

Entre os anos 1986 e 1992 foi Diretor do Seminário São José, bem como nos anos 1988 e 1992 fora conselheiro provincial.

Nos anos 1992 e 1993 foi Conselheiro Geral da Ordem Basiliana em Roma e Pró-Reitor no Pontifício Colégio São Josafat.

Retornando de Roma no final de 1993 e 1994, foi tesoureiro no Seminário São Basílio em Curitiba e vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.

Em 1995 e 1996, foi vigário paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Ivaí – PR.

Entre os anos 1997 e 2008 foi vigário paroquial na Paróquia Imaculado Coração de Maria em Irati – PR, e de 2008 até o momento era vigário paroquial da Paróquia Sagrada Família em Iracema.

Nesses anos todos, Pe. Eleutério dedicou-se, juntamente ao Povo de Deus, à construção de igrejas, incentivo às associações e imposição das mãos. Dentre as importantes igrejas construídas com o povo de Deus, destacam-se a igreja Natividade de Nossa Senhora em Eduardo Chaves, igreja Imaculada Conceição em Cachoeirinha e igreja São Nicolau em Barra D’Areia, todas em Prudentópolis – PR.

Pe. Eleutério, em seus últimos anos de vida, enfrentou vários problemas de saúde e no dia 19 de junho complicaram os seus problemas, vindo no mesmo dia a ser transferido para o Hospital Bom Jesus em Ponta Grossa. Faleceu no dia 24 de junho de 2021 no mesmo hospital.

As orações de exéquias foram celebradas pelo Bispo Eparca Dom Meron Mazur, OSBM no dia 25 de junho de 2021, no horário das 14 horas, com a presença de cerca de duas dezenas de padres.

Além dos trabalhos pastorais, destacou-se pelo interesse no campo administrativo, para tanto que foi superior, tesoureiro e diretor do seminário. Quando ainda esteve em condições de trabalho, Pe. Eleutério era muito ativo e responsável nas funções que lhe confiavam.

Que descanse na paz do Senhor Deus! Вічна йому пам’ять!

Pe. Elias Marinhuk, OSBM

As fotos das exéquias foram obtidas pela Ferramenta de Captura Windows a partir dos dois vídeos publicados na página do Facebook da Paróquia São Josafat de Prudentópolis:

https://www.facebook.com/saojosafat/videos/234667848210597/?__so__=permalink&__rv__=related_videos

https://www.facebook.com/saojosafat/videos/480444249721903

HOMILIA DO BISPO EPARCA DOM MERON MAZUR, OSBM

Reverendíssimo Padre Antonio Zubek – Provincial da Ordem Basiliana, Reverendíssimos Padres Superiores, Padres e Irmãos Basilianos, Padre Eparquial, Queridos Familiares do Padre Eleutério, Consagradas, Seminaristas, Noviços, Irmãos e Irmãs!

Ontem ao entardecer o Reverendíssimo Padre Eleutério terminou a sua missão terrena. Pode ele, afirmar juntamente com o apóstolo Paulo extraindo da carta ao Timóteo, que “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda”(2 Tim. 4,7-9).

Também a Epístola Paulina aos Coríntios, proclamada hoje, nos afirma. “O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo veio do céu, qual o homem terreno, tais os homens terrenos, e qual o homem celestial, tais os homens celestiais. Assim como reproduzimos em nós as feições do homem terreno, precisamos reproduzir as feições do homem celestial.

Ontem a missão do nosso irmão padre Eleutério terminou aqui na terra – “És terra, pó e cinza, e obedecendo aos desígnios de Deus, à terra retornas” – assim rezamos. O nosso corpo mortal, corruptível diz apostolo Paulo a terra retorna e o homem celestial – vai para participar da vida eterna. A morte é fechar a porta da vida aqui na terra e abrir a outra porta – a da eternidade. É deixar uma morada para ir para outra eterna. O Evangelista João nos transmite as Palavras de Jesus, que afirma: “Quem tem fé pela morte passa para a vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue ele ressuscitará no último dia!” Padre Eleutério fez a sua passagem – pela morte passou para a vida eterna, pois diariamente participava do Banquete Divino que Jesus lhe concedeu através da graça sacerdotal – a celebração da Divina Liturgia e a comunhão com o Corpo e Sangue, o Pão da vida, que garante a vida eterna.

A nossa celebração de hoje é pelo sufrágio do Padre Eleutério. Um sacerdote religioso. Consagrou a sua vida à Igreja dentro da Ordem dos Padres Basilianos. O consagrado é chamado para antecipar da vitória de Deus sobre a morte já nos dias da sua existência terrena. Animado pela graça do Espírito Santo, vive aqui na terra antecipando aquilo que viverá no céu. Vive os votos, os conselhos do Evangelho. A exemplo de Cristo, se faz, humilde e obediente, resignando a sua vontade, obediente ao Pai através dos superiores. Vive pobre, a exemplo de Jesus, pobre, despojado, Vive casto, renunciando a família, vivendo assim como Cristo afirmou, no céu…  “os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, 35.mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido”( Lc, 20, 34-35).  A vida consagrada é a concretização do desejo de estar sempre em união com Jesus que inicia já neste mundo como preparação para a plenitude no céu. Em uma sociedade que nos quer convencer a acreditar, que a alegria e a felicidade encontram-se nas coisas aparentes e terrenas, a vida religiosa através da resignação nos ensina o total desprendimento das coisas passageiras e materiais. A morte do nosso irmão, é o início da vida eterna, a qual ele preparou desde o início da sua consagração.

Para todos nós o testemunho do Padre Eleutério que seja um convite para vivermos com radicalidade a nossa vocação.

No “curriculum vitae” do Padre Eleutério, ouvimos que durante a sua trajetória de consagrado ele desempenhou muitas funções. Na Ordem fez parte do Conselho Geral. Na província exerceu muitas funções, economia, conselheiro, superior, diretor do seminário, residindo em vários mosteiros e residências. Prudentópolis, Roma, Curitiba, Ivaí, Irati, Iracema.

Na Igreja exerceu o cargo de Pró-reitor do Pontifício Colégio São Josafat em Roma. Aqui no Brasil, trabalhou como coadjutor na Paróquia São Josafat, Nossa Senhora Auxiliadora, Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria e Sagrada Família.

Na pastoral dedicou-se com muito zelo pelas comunidades. Lembro eu, quando menino, os primeiros anos de vida pastoral do Padre Eleutério, juntamente com o Padre Gregório Mazepa,  atendiam 12 colônias nos finais de semana. Durante semana com toda dedicação se empenhavam para lecionar aulas no Seminário São José. Amava a matéria (ciências) que lecionava, falava com tanta convicção que nós seminaristas o chamávamos de “cientista”.

Nas colônias sempre se preocupou com a formação do povo. Sempre pedia catequese nas férias de janeiro. As catequistas do Sagrado Coração de jesus, Irmãs SMI. Tudo para melhorar o canto litúrgico, catequese e conhecimento da cultura ucraniana. Pediu as irmãs de São José para a Colônia Eduardo Chaves e acompanhou a construção da residência.

No tempo, da pastoral do Padre Eleutério em Eduardo Chaves, ingressei no Seminário Menor. Certamente a sua pastoral e seu modo de ser me influenciaram. Da comunidade depois vieram muitas vocações.

Para a Igreja Ucraniana no Brasil, deixou grandes marcos. Construiu várias Igrejas durante o longo tempo que atendeu as comunidades. Entre outras, em Eduardo Chaves, Barra d,Arreia, Cachoeirinha, Nova Galícia, Linha Paraná … Igrejas que com as suas torres apontam para o céu glorificando a Deus Pai Criador.

Sensibilizados pela morte do Padre Eleutério e tocados pelo seu exemplo de consagração, peçamos a Deus, que também nós vivamos o nosso chamado com inteira doação e dedicação.

Em nome da Metropolia São Joao Batista e em nome da Eparquia Imaculada Conceição quero agradecer primeiramente a Deus pelo religioso e sacerdote que o Senhor nos concedeu. Agradeço a Ordem Basiliana, que através do trabalho do Padre Eleutério desempenhou relevante papel na formação do clero no Pontifício Colégio de Roma e muita dedicação no trabalho pastoral na Igreja Ucraniana no Brasil. Que Deus o acolha na morada celeste, “no jardim florido, no lugar de luz e de paz, onde não existe dor, nem angustia, nem sofrimento”. Вічная Память!

+ Meron, OSBM