A data dos 400 anos do martírio de São Josafat Kuntsevych, OSBM, 12 de novembro, foi celebrada com muitas solenidades em vários países, principalmente nas paróquias e centros religiosos onde existem fiéis da Igreja Católica Ucraniana, que têm devoção ao seu grande Santo, o primeiro do rito ucraniano canonizado oficialmente pelo Santo Padre o Papa. Aconteceram celebrações em Roma, Vilnus, EUA, Canadá e outros países onde existe a nossa Igreja e onde é viva a devoção ao nosso muito querido Santo. Também as comunidades de fiéis católicos ucranianos no Brasil acompanharam e deram grande destaque a essa memorável data, especialmente nos Estados do Paraná e Santa Catarina, onde a Igreja Católica Ucraniana está presente em maior número de fiéis. No Paraná, destaca-se especialmente a Paróquia São Josafat, em Prudentópolis, e nas paróquias que estão sob o cuidado dos Padres Basilianos de São Josafat. Na Paróquia de Mallet, Paraná, onde existe o Seminário Menor diocesano dedicado a São Josafat, também se destacou a data com programa especial.
Nas paróquias da Metropolia São João Batista e da Eparquia Imaculada Conceição, onde exercem trabalho pastoral os sacerdotes basilianos, foram programados tríduos de preparação para a celebração dos 400 anos do martírio de São Josafat. Especialmente, nas comunidades de Prudentópolis foi dada ênfase na preparação da solenidade, com o seguinte programa:
Em Prudentópolis, os tríduos ao Santo Mártir começaram em maio, incluindo palestras, celebrações da Divina Liturgia e Moleben a São Josafat com as relíquias do Santo dentro de um relicário, especialmente preparado para essa data. Os pregadores nos tríduos foram: o Pároco Dionisio Horbus, OSBM, que falou sobre a família, infância e juventude de Josafat, na sexta feira; e Pe. Paulo Serbai, OSBM, refletindo sobre o trabalho pastoral de São Josafat.
Nas capelas da Paróquia São Josafat em Prudentópolis, os tríduos começaram no dia 02 de maio e foram até o dia 12 de novembro, com celebrações nas sextas-feiras, sábados e domingos, visando a preparação do povo para a data dos 400 anos do martírio do Santo. Durante os tríduos, era exposta a urna com as relíquias de São Josafat e explicação sobre o valor do culto ao Santo em nossa Igreja Católica de Rito Ucraniano. Além dos padres pregadores oficialmente designados, Dionísio Horbus e Paulo Serbai, ofereceram ajuda nas pregações e celebrações os sacerdotes basilianos João Karpovicz e Dionísio Bobalo. A todos os sacerdotes que atuam nas igrejas e capelas da Paróquia São Josafat em Prudentópolis coube conduzir os tríduos nos sábados e domingos.
Foram as seguintes datas das celebrações nas comunidades da paróquia:
02-04 de maio – São Pedro; 26-28 de maio – Papanduva; 02-04 de junho – Queimadas; 16-17 de junho – Esperança; 23-24 de junho – Eduardo Chaves; 14-15 de julho – Palmital; 21-22 de julho – Ponte Alta; 28-30 de julho – Alto Barra Grande; 04-06 de agosto – Linha Paraná; 11-13 de agosto – Barra de Areia; 25-26 de agosto – Marcondes; 01-03 de setembro – Ponte Nova; 08-10 de setembro – Tijuco Preto; 15-17 de setembro – Ligação; 22-24 de setembro – Vista Alegre; 29 de setembro a 01 outubro – Concórdia; 06-08 de outubro – Piquiri; 13-14 de outubro – Herval; 20-22 de outubro – Perobas; 27-29 de outubro – Cachoeirinha. Em Marcondes Segunda Linha, a celebração será entre 01-03 de dezembro para não fazer dois tríduos seguidos, um a São Josafat e outro antes do dia do Padroeiro São Nicolau.
Na igreja matriz São Josafat em Prudentópolis, houve preparação com novenas a partir do dia 03 a 11 de novembro e a celebração dos festejos no domingo 12 de novembro, com a celebração da Divina Liturgia, às 19h, Moleben em louvor ao Padroeiro São Josafat e reflexões sobre sua vida, conforme a programação a seguir.
Primeiro dia – 03 de novembro, sexta-feira: abertura da novena e recepção da relíquia de São Josafat (fragmento do braço do Santo); tema: Família, descendência, infância; celebrante: Pe. Dionisio Horbus, OSBM; responsáveis: membros do Apostolado da Oração.
Segundo dia – 04 de novembro, sábado: tema: Juventude de Josafat; celebrante: Pe. Inácio Malinoski, OSBM; responsáveis: Marianos e Vesselka.
Terceiro dia – 05 de novembro, domingo: celebrante: Pe. Irineu Kraiczyi, OSBM; responsáveis: famílias da catequese dos Bairros e Imaculada, Pastoral Familiar e Grupo da Irmandade dos Cossacos. O Pe. Irineu Kraiczyi foi substituir um padre na Argentina e em seu lugar o celebrante foi o Pe. Marcos Chmilouski, OSBM.
Quarto dia – 06 de novembro, segunda-feira: tema: Vida monástica; celebrante: Pe. Genésio Viomar, OSBM; responsáveis: Pastoral dos Ícones.
Quinto dia – 07 de novembro, terça-feira: tema: Josafat religioso; celebrante: Pe. Roberto Lucavei, OSBM; responsáveis: diretorias da Paróquia, Clube, Museu, Cemitério, Marianos, Vesselka, Catequese da Imaculada e Bairros, Apostolado da Oração, Escolinha, Pastoral dos Ícones e Pastoral Familiar
Sexto dia – 08 de novembro, quarta-feira: Jubileu dos 400 anos do martírio de São Josafat Kuntsevycz; tema: Espiritualidade; celebrante: Pe. Deonizio Bobalo, OSBM; responsáveis: Coral São Josafat e Equipe de Casais Aliança Viva.
Sétimo dia – 09 de novembro, quinta-feira: tema: Amor à Igreja; celebrante: Pe. Antonio Royk, OSBM; responsáveis: MEJ e Catequese da Perseverança.
Oitavo dia – 10 de novembro, sexta-feira: tema: Martírio de São Josafat; celebrante: Pe. Tarcísio Zaluski, OSBM; responsáveis: Catequistas do Sagrado Coração de Jesus.
Nono dia – 11 de novembro, sábado: tema: Destino do corpo do Mártir; celebrante: Pe. Paulo Serbai, OSBM; responsáveis: Irmãs Servas de Maria Imaculada e povo em geral. Neste dia, às 18h, foi celebrada a Lytia, presidida pelo Pe. Soter Schiller, OSBM – Superior da Comunidade Basiliana de Curitiba e Vice Superior Provincial, com a participação do Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch e do Bispo Eparca Dom Meron Mazur. Após a Liturgia e novena, houve barraquinha no centro paroquial.
Todas as noites, as celebrações tiveram transmissão pela Rádio Copas Verdes e pelo Facebook da Paróquia São Josafat. Cada novena foi preparada pelas equipes das pastorais da paróquia, como consta no programa. A frequência de fiéis à noite foi exemplar: todas as noites a igreja São Josafat estava repleta de fiéis. Todo dia, às 18:15, antes da Divina Liturgia, eram celebradas as Vésperas (Vetchirnha) pelos sacerdotes e irmãos basilianos, com a presença de religiosas e fiéis que se reuniam para a celebração litúrgica, com início às 19h, ouvir a prédica do padre celebrante sobre algum aspecto da vida do Santo Mártir e participar do Moleben.
No dia 12, domingo, aconteceu a solenidade conclusiva do evento. Às 9h, saindo do convento basiliano, se fez a procissão com a relíquia do Santo, a cruz, os estandartes e os ícones dos padroeiros das paróquias e comunidades onde atuam sacerdotes basilianos. Os ícones eram carregados por membros das comissões administrativas de cada comunidade, seguidos pelos sacerdotes, acólitos e pelos Bispos Dom Volodemer e Dom Meron.
Em frente da igreja São Josafat, sob a condução do Pároco Dionisio Horbus, os celebrantes ouviram a reflexão sobre o significado da celebração e assistiram a apresentação das 400 crianças, lembrando as fases da vida do Santo Mártir. Tendo feito a saudação, Pe. Horbus iniciou sua fala tocando numa ferida eclesial muito antiga: “Há 400 anos ele teve a sua vida tirada por uma causa que ainda não está resolvida: a unidade de todos sob o comando visível do Bispo de Roma a quem Cristo deixou como sucessor, seu primeiro líder, o Apostolo São Pedro”. Após ter falado detalhadamente sobre o testemunho de São Josafat, no final, ele disse: “Vivemos num mundo marcado por muitas divisões! Precisamos estar unidos com Deus para sermos ponte de unidade com os irmãos!” O texto proferido pelo Pároco pode ser conferido abaixo.
O momento de reflexão incluiu o conhecido canto a São Josafat “Pisniu slavy”, executado pelo pequeno Marcio Miguel Ladyka Martins. Foi muito emocionante a encenação do momento mais importante da infância de João Kuntsevycz diante do cruzeiro das missões: a senhora Marina Skvira representou Marina (bela coincidência!), mãe do Ivash, e o menino Rafael Prusnal representou o pequeno Ivash; quando este ouviu as explicações de sua mãe sobre quem era aquele crucificado, uma centelha de fogo caiu em seu coração e o inflamou de amor a Deus, ao próximo e à Igreja por toda a sua vida. Cânticos e músicas religiosas foram executadas sob a direção da Ir. Celina Sloboda, SMI e o Sr. Samuel Semchechen. Lindíssimo e emocionante espetáculo foi a entrada de 400 crianças em grupos de 100, representando os 400 anos da morte de São Josafat; cada centena estava vestida com túnica de diferente cor, colocando-se e girando ao redor da estátua do Santo. Finalizando o ritual, os Bispos abençoaram a estátua de São Josafat feita especialmente como lembrança do evento e colocada em frente da igreja e depois abençoaram os ícones de cada comunidade presente.
Adentrando a monumental igreja consagrada ao Santo Mártir, deu-se início à Divina Liturgia, presidida pelo Metropolita Dom Volodemer e concelebrada pelo Eparca Dom Meron, Pe. Soter Schiller, representando o Superior Provincial basiliano no Brasil – Pe. Antônio Zubek, OSBM, que nesses dias estava participando das celebrações dos 400 anos em Roma e em Vilnus, e por 39 sacerdotes basilianos. Com os serviços litúrgicos do Pe. Paulo Serbai, OSBM como mestre de cerimônia, Pe. Marcos Chmilouski, OSBM como diácono, Seminaristas Basilianos do Batel como acólitos e o canto do Coral São Josafat sob a regência da Ir. Celina Sloboda, SMI, a celebração fluiu harmoniosamente. Grande parte dos fiéis participaram da Divina Liturgia do lado de fora da igreja sob tendas e telões instalados para a ocasião.
Em sua homilia, o Metropolita se propôs a destacar alguns elementos mais importantes da vivência eclesial-sinodal de São Josafat, lembrando os principais momentos da sua vida, o seu amor e fidelidade à Igreja, sua dedicação à Ordem Basiliana, seu ideal de unir fiéis de todas as Igrejas numa só família de Cristo, conforme o desejo de Cristo; “que todos sejam um”. Ele conclui o sermão com uma oração: “Que São Josafat nos ilumine nesses tempos difíceis e de grande provação para a Igreja católica, no espírito de sinodalidade, na busca da verdade e do bem, na busca de Deus e no cumprimento de sua santa vontade!” A homilia pode ser lida em anexo nesta mesma postagem.
Ao final da Divina Liturgia, o Eparca Dom Meron expressou seu reconhecimento ao Pároco e a todos que se empenharam em preparar esse belo evento. Também o Pe. Soter, representando o Provincial, expressou admiração pelo empenho das irmãs, catequistas, sacerdotes e todo o povo para preparar um evento tão emocionante, dando destaque para as 400 crianças da catequese da Paróquia que representam o futuro da Igreja. Essas crianças nos dizem que nossa Igreja vai continuar a existir e louvar a Deus no futuro. Motivando o canto dos “Mnohaia lita”, Dom Volodemer destacou a belíssima apresentação das crianças, dizendo que “é um sinal de esperança e, se as crianças forem educadas no espírito de São Josafat, teremos um mundo e uma sociedade melhor”.
Apesar do calor, o tempo colaborou maravilhosamente bem para que a solenidade religiosa se realizasse da melhor forma possível e, durante a tarde, prosseguiram os festejos populares.
São Josafat, dai-nos a paz da união e a coragem e perseverança de sermos fiéis à Igreja Católica de Rito Ucraniano!
Texto: Pe. Tarcísio Zaluski, OSBM
Fotos: Fernando Demenech e Facebook da Paróquia São Josafat
Redação final e postagem: Secretariado Metropolitano
REFLEXÃO DO PÁROCO DIONISIO HORBUS, OSBM
Excelência Reverendíssima Dom Volodemer Koubetch – Arcebispo Metropolita! Excelência Reverendíssima Dom Meron Mazur – Eparca! Reverendíssimo Pe. Soter Schiller – Superior Provincial em exercício! Reverendíssimos sacerdotes, pessoas de vida consagrada, comissões das paróquias e capelas, estimados radiouvintes, internautas e querido povo de Deus aqui presente!
Queremos, no dia de hoje, fazer memória do nosso Santo Padroeiro São Josafat. Há 400 anos ele teve a sua vida tirada por uma causa que ainda não está resolvida: a unidade de todos sob o comando visível do Bispo de Roma a quem Cristo deixou como sucessor, seu primeiro líder, o Apostolo São Pedro.
400 anos se passaram e nós, como sementes vivas do sangue do nosso Mártir, precisamos conhecer a história para que outros mártires não precisem derramar seu sangue pela mesma causa que tirou prematuramente a vida do Bispo Josafat.
400 anos, representados por cada uma destas 400 crianças, que são a prova viva de que o sangue do jovem Bispo não foi derramado e esquecido. Foi pela Igreja e pela fé – Він за Церкву й за віру – que ele entregou sua alma. Estas crianças são a mensagem viva que anuncia um futuro de fé, porque estão aqui!
Há 100 anos, quando era celebrado os 300 anos do seu martírio, os Padres Basilianos, para marcar aquela época, mudaram o nome do Padroeiro, que era São Basilio, para São Josafat e iniciaram a construção deste monumental templo. Hoje, temos o templo e temos pessoas… temos crianças que fazem deste lugar o ponto de encontro com Cristo vivo!
As 400 crianças divididas em meio século (grupos de 50), querem falar das diferentes fases da vida de São Josafat!
1 – Um grupo quer falar da sua infância…
2 – Outros querem falar do seu crescimento em idade, estatura e graça que ele crescia…
3 – Outro grupo quer falar do seu pai, comerciante honesto… e falar da sua mãe, mulher de fé…
4 – Outros querem falar da cruz… lugar da sua principal memória da infância e da catequese que sua mãe ensinou sobre o crucificado…
5 – Outro grupo quer falar do seu tempo de estudos, onde se fortalecia nas ciências, sem deixar do fortalecimento espiritual…
6 – Querem falar da sua decisão de ser um religioso para pôr em prática o que disse diante da cruz: “Eu preciso fazer alguma coisa por isso!”….
7 – Outro grupo quer falar dele como sacerdote dedicado para o com povo e com a vida espiritual acima de qualquer outra realidade e como Bispo exemplar, o bom pastor que expôs a sua vida em favor do seu rebanho em nome do ideal de Jesus Cristo: “Para que todo sejam um!”
8 – E por fim, não queremos falar da morte!!! Querem falar da grandeza do seu ideal e da sua santificação… E o que aconteceu com o Bispo Josafat?
Manhã do dia 12 de novembro de 1623, era domingo, exatamente dia do sexto aniversário do seu episcopado. O Bispo Josafat, depois de retornar da igreja, onde celebrara as Matinas, se depara com os rebeldes massacrando seus confrades.
Vendo isso, o Bispo diz: “Meus filhos, por que matais meus irmãos inocentes? Se tendes alguma coisa contra mim, aqui estou!”
A multidão, por alguns instantes ficou chocada e se conteve! De repente, saltaram do meio da multidão dois conspiradores. Um deles com um bastão lhe feriu a cabeça e o outro com um machado o feriu gravemente na cabeça! Banhado de sangue, levantou sua mão episcopal para a última bênção, mas esta não saiu! Caiu ao chão, onde levou mais dois tiros! Os revoltados contra a unidade, enfurecidos, lançaram-se sobre seu corpo ainda com vida, começaram a arrastá-lo pelas ruas; e a multidão gritava contra o Bispo e contra a união com Roma. Chegaram perto do Rio Dziná, amarraram uma pedra sobre seu corpo e o jogaram no rio! Este foi o final da sangrenta tragédia em Witebsk.
E o que aconteceu? O céu azul imediatamente é encoberto com uma nuvem negra! Todos apressadamente se dispersaram! E Josafat? Já tinha conquistado a palma do martírio! Assinou com seu sangue o que pregava: “Para que todos sejam um, assim como Cristo tinha pedido!” Deus acolheu a semente do seu sangue e logo começaram a aparecer os frutos do seu martírio; entre outros, o seu corpo encontrado incorruptível e a conversão de muitos de seus inimigos e atraindo para a união mais gente com seu martírio do que com seu trabalho pastoral. Consta na ata da sua beatificação 80 milagres comprovados pelas testemunhas contemporâneas.
Hoje, somos protagonistas deste tempo de recordação dos 400 anos! Vivemos num mundo marcado por muitas divisões! Precisamos estar unidos com Deus para sermos ponte de unidade com os irmãos!
Convido o Arcebispo Metropolita para o rito da bênção da estátua do nosso Padroeiro e, nesse mesmo ato, conceder a benção aos ícones dos padroeiros das capelas que pertencem à Paroquia São Josafat e dos padroeiros das paróquias confiadas ao Padres Basilianos.
HOMILIA DURANTE A CELEBRAÇÃO DOS
400 ANOS DO MARTÍRIO DE SÃO JOSAFAT
Prudentópolis, 12 de novembro de 2023
В ім’я Отця, і Сина, і Святого Духа. Амінь.
Преосвященний Єпарху Владико Мироне,
Високопреподобний Місто-Протоігумене Отче Сотере,
Високопреподобні Отці, Дорогі Брати, Новики, Кандидати і Семінаристи Василіанської Провінції Святого Йосифа,
Преподобні Сестри,
Шановні Катехитки,
Дорогі Брати й Сестри!
Слава Ісусу Христу!
Свята Католицька Церква має біля 25 тисяч канонізованих святих. Менше більше половина їх це – святі мученики. І між тими мучениками знаходиться один з найбільших мучеників і найважливіший святий Української Католицької Церкви – Священномученик Йосафат Кунцевич: обновитель нашого Чину і нашої Церкви, піонер екуменізму новітніх часів, мученик з’єднання, приклад християнської праведності і приклад доброго пастиря. Наша найбільш співана пісня “Пісню слави заспіваймо” коротко і чітко пригадує нам хто був Святий Йосафат: “Він за Церкву і за віру як святий борець Христа все, що мав, приніс в офіру: душу, тіло, кров, життя”. Тому він є для нас чудовим прикладом відданості для Бога, для Церкви і для Божого народу.
Caros Irmãos e Irmãs em Cristo!
A figura de São Josafat é uma grande luz para a Igreja, considerando especialmente as trevas, as crises pelas quais passa a Igreja e o mundo de hoje. Ele tem muita coisa bonita e valiosa a nos ensinar. É um grande testemunho da fé cristã e de fidelidade à Igreja católica. São Josafat é o mártir da união. Lembrando que recentemente a Igreja celebrou em Roma a primeira etapa do Sínodo sobre a sinodalidade, gostaria de apresentar alguns elementos mais importantes sobre essa dimensão fundamental da vida da Igreja conforme a vivência de São Josafat. Sinodalidade significa união, unificação, convergência de caminhos.
No tempo de São Josafat, os caminhos da vida da Igreja, do clero, da Ordem Basiliana e dos fiéis em geral estavam totalmente desalinhados, dispersos e sem rumo certo. A decadência cultural, espiritual, moral e pastoral era enorme. Porém João, nome de batismo de Josafat, desde a infância, principalmente quando, na igreja de Santa Parasquévia, sendo instruído pela sua mãe Marina sobre o Cristo crucificado, uma faísca-centelha de fogo caiu em seu coração, ele já estava se alinhando e se preparando para caminhar pelo caminho de Deus.
No início da sua vida monástica, não podendo se espelhar em seus coirmãos, por causa da decadência geral, Josafat traçou para si próprio um caminho de espiritualidade. Fazia sacrifício e penitência, rezava dia e noite em sua cela monástica. Rezava na igreja e no cemitério. Ele se aprofundava na teologia e na fé a partir dos livros litúrgicos e textos dos Santos Padres. Rezava especialmente pela união das Igrejas.
Orientado pelos padres jesuítas, Josafat amadureceu espiritualmente e assim ele buscava a verdade que fundamenta a Igreja Católica. Num contexto no qual existia a Igreja protestante, a Igreja ortodoxa da qual ele mesmo provinha, e a Igreja católica, ele procurava a verdadeira igreja. E foi a União de Brest dos bispos da Metropolia de Kiev, em 1595-6, que lhe tirou dele essa dúvida. Rezando muito e pedindo a luz de Deus, ele chegou à conclusão de que o seu verdadeiro caminho estava na Igreja católica de rito oriental-ucraniano, mas unida ao Papa.
Como presbítero e como bispo, Josafat exerceu um apostolado sinodal. Ele fazia grande esforço em levar o maior número de fiéis à verdade. E os meios que ele usou foram a oração, a palavra viva, a palavra escrita e o exemplo de sua vida. Atendia confissões em todas as oportunidades e lugares. Muitos encontros com ortodoxos e protestantes terminavam em confissão e conversão. Ele se destacou pelo diálogo e pelos contatos diretos com todo o tipo de gente: sabia conversar em alto nível com a elite da cidade, discutir questões doutrinais com os intelectuais, como também sabia conversar com o povo simples, com os jovens e com as crianças. Assim, Josafat construía uma Igreja sinodal. Por essa força espiritual de atração, Josafat ficou conhecido como “cativador de almas – душехват”, o que atraiu sobre sua pessoa a ira dos adversários.
Espiritualmente motivado e forte, Josafat estava bem preparado para aceitar o episcopado e colaborar com o metropolita José Veliamyn Rutskyi na restauração da vida religiosa basiliana e na renovação da Igreja e do seu clero. Especialmente, Josafat se dedicou a seu objetivo maior: a unidade da Igreja, a união da Igreja de Kiev em torno do Vigário de Cristo, o Papa. E é este nobre ideal que o levou a entregar sua própria vida há 400 anos, no dia 12 de novembro de 1623, fazendo dele o grande São Josafat – Santo Mártir da União.
Que São Josafat nos ilumine nesses tempos difíceis e de grande provação para a Igreja católica, no espírito de sinodalidade, na busca da verdade e do bem, na busca de Deus e no cumprimento de sua santa vontade! Amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Volodemer Koubetch