Encontro sinodal intercongregacional

Em preparação para o Sínodo 2023, somos convidados a trilhar o caminho sinodal – comunhão, participação e missão. O Papa Francisco convida todos os fiéis a caminhar juntos, de mãos dadas, em comunhão, para escutar uns aos outros, atentos à voz do Espírito Santo.  Sendo assim, as Irmãs Servas de Maria Imaculada, através da Conselheira Provincial, responsável pela Pastoral, Ir. Eliceia Harmatiuk, SMI, organizaram o Encontro Intercongregacional, o qual aconteceu no último dia 30 abril, na Casa de Oração Irmã Josafata Hordachevska, em Ponta Grossa.

Participaram deste importante momento: Dom Volodemer Koubetch – Arcebispo Metropolita; Dom Meron Mazur – Bispo Eparca; Padres Basilianos: Antonio Zubek, – Superior Provincial dos Padres Basilianos, Dionísio Horbus, Antônio Royk Sobrinho, Inácio Malinoski, Ir. Irineu Letenski; representando o Clero Diocesano: Pe. Samoel Hupolo e o Seminarista Alexandre Hanchuck; Catequista Nadir Vozivoda – Diretora do Instituto Secular das Catequistas do Sagrado Coração de Jesus com outras três Catequistas; Ir. Edilma Vesolovski – Superiora Geral das Irmãs Catequistas de Sant’Ana com outras três irmãs; Ir. Marta Anatólia Marinhak – Vice Provincial das Irmãs Ucranianas de São José com outras duas irmãs; Ir. Maria Dmetriv – Superiora da Delegação das Irmãs Basilianas com outras seis irmãs, Ir. Deonisia Diadio – Superiora das Irmãs Servas de Maria Imaculada com outras trinta irmãs.

Após o café, os participantes se reuniram no salão principal onde foram calorosamente acolhidos pela Superiora Provincial, Ir. Deonisia Diadio, SMI, a qual enfatizou que “a Igreja Católica está vivendo um tempo de reconhecer que a sinodalidade não é uma ideia de alguns, mas é constitutiva do seu ser e agir. O caminhar ‘juntos’ não pode ser uma pequena frase a usar e a abusar. Terá de ter implicações e suscitar uma profunda atualização do nosso modo de ser cristãos e de viver responsavelmente em Igreja”.

Em seguida, Ir. Celina Sloboda, SMI conduziu o momento de oração fundamentado na passagem bíblica de Lc 21,13-25, que relata a passagem dos discípulos de Emaús. Disse ela durante a reflexão: “o texto de Emaús oferece para nós o modelo do caminho sinodal que a Igreja começa a viver desde agora. É o ‘caminhar juntos’ que queremos fazer, como Igreja, Congregação, Instituto, Paróquia e participando com alegria desse processo em que todos nós iremos crescer no caminho com Jesus e como Igreja”.

Cada instituição trouxe a imagem de seu fundador e a Ir. Celina lembrou que “nossos fundadores foram homens e mulheres que fundaram comunidades de Vida Consagrada, impelidos pelo Espirito Santo! Iniciaram um caminho juntos! E não se perderam no caminho, não perderam o carisma, o foco, a fé. Eles saíram de suas terras, trilharam um caminho longo. Os nossos fundadores eram tão sintonizados com a sua época e necessidades do seu tempo, que as suas respostas produziram verdadeiramente um movimento carismático que é o nosso instituto. O SIM que o fundador deu continua vivo, dando frutos na missão”.

Após este momento de espiritualidade, muito especial e profundo, tendo retornado ao salão, Dom Volodemer Koubetch – Arcebispo Metropolita foi convidado a conduzir a reflexão com o tema “Sinodalidade – comunhão, participação e missão na vida das comunidades de consagrados”. Dom Volodemer falou sobre sermos uma Igreja sinodal! Pois esta é a essência da Igreja, que tem sua raiz no próprio Deus, Uno e Trino, revelado em Jesus Cristo. Nesse sentido, apontou aspectos da Vida Sinodal na Trindade e da Vida Sinodal na Igreja e, diante de tais bases teológicas e eclesiológicas, a vida consagrada só terá que ser mesmo marcada pela comunhão e pela sinodalidade. Disse ele: “as comunidades de consagrados devem ser reflexo da Santíssima Trindade na Igreja”.

Em seguida, Dom Meron Mazur – Bispo Eparca foi convidado a fazer uso da palavra refletindo sobre o tema “Igreja Sinodal: caminhar juntos – a esperança para a qual o Senhor nos chama”. Dom Meron afirmou que somos convidados a testemunhar o amor de Deus e todos somos responsáveis pelo anúncio do Evangelho. Para construir essa Igreja Sinodal é necessário exercitar e vivenciar três verbos: encontrar, escutar e discernir. Encontrar o Senhor, escutar o que Ele nos diz e então escolher o caminho a seguir. “O encontro com Jesus é a única esperança para todos nós”, disse Dom Meron.

Após as profundas e valiosas reflexões feitas pelos Bispos, ficaram vários questionamentos. O desafio é caminhar juntos na busca pelas respostas e corresponder àquilo que Cristo espera dos homens e mulheres consagrados hoje.

O período da manhã encerrou-se com a Divina Liturgia celebrada pelos Bispos e padres presentes e conduzida pelas Irmãs Basilianas. As leituras foram do Domingo das Mulheres Miróforas. Durante a homilia Dom Volodemer disse que precisamos “ser miróforas-miróforos: portadoras-portadores do santo óleo. Como as mulheres do Evangelho, precisamos levar consigo sempre o óleo do amor, da solidariedade, da paz, o óleo do diálogo e da escuta e ungir generosamente a quem necessitar. Que a experiência das mulheres miróforas com o Cristo Ressuscitado seja uma alegre motivação para a nossa missão de portadores da Palavra e do amor de Deus!”

Em seguida todos se dirigiram para o almoço.

Retornando do almoço, as Irmãs Ucranianas de São José conduziram uma dinâmica, enfatizando a importância da unidade e da comunhão e que a harmonia depende de cada um fazer a sua parte; para isso, fizeram uso da música “Jerusalema” (feat. Nomcebo Zikode).

Estando todos motivados e contagiados pela alegria da dança realizada, foi dado continuidade à programação que consistiu em minipalestras. Citamos aqui os palestrantes e os temas: Pe. Antonio Zubek, OSBM – “Como estimular confiança e faixar feridas entre os consagrados”; Pe. Samoel Hupolo – “Como entrançar relações e aprender uns dos outros na vida comunitária”; Ir. Deonisia Diadio, SMI – “Como fazer germinar sonhos, fazer florescer a esperança e ressuscitar uma aurora de esperança na nossa Igreja”; Catequista Nadir Vogivoda, CSCJ – “Como criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos dos consagrados e leigos”.

Tendo os palestrantes finalizado suas instigadoras colocações, os participantes foram divididos em sete grupos para dialogarem sobre o que foi abordado e cada grupo deveria elaborar uma pergunta para um dos palestrantes. Ao retornarem ao salão principal, as questões foram repassadas e respondidas. Com isso, fica evidenciado que são inúmeros os desafios da Igreja hoje e que se torna imprescindível organizar momentos de diálogo, partilha e escuta.

Para finalizar este memorável encontro, Ir. Edilma Vesolovski, ICSA conduziu o momento de espiritualidade que levou os presentes à interiorização e a tranquilidade, pois a certeza que emana é que Cristo está vivo e que caminha conosco, Ele é a luz em meio às trevas, Ele é a certeza em meio às dúvidas, Ele é a paz em meio a guerra, Ele é o amor que vence o ódio, Ele é a vida que vence a morte.

Recebendo a benção do Bispo Dom Meron, o encontro encerrou-se com um saboroso lanche.

Com certeza, este dia foi de grande alegria e crescimento. Com espírito renovado, todos voltaram para suas comunidades, na certeza de que é possível ser e construir uma Igreja sinodal. Deus seja louvado por este encontro que reuniu 56 pessoas.

“Há diversidade de dons, mas um só Espírito” (1Cor 12,4),

Ir. Juliane Martinhuk, SMI