No domingo, dia 26 de julho de 2020, tendo em vista a festividade de Santa Ana, na paróquia localizada no Bairro do Pinheirinho em Curitiba, transcorreu a Divina Liturgia em comemoração da Padroeira da Paróquia Santa Ana e da Congregação das Irmãs Catequistas de Sant’Ana, as quais exercem aí seu trabalho pastoral por várias décadas. A celebração contou com a presença de Sua Excelência Reverendíssima Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, do Pároco Edison Luis Boiko e do Diácono Romeu Smach, sendo cantada pelas Irmãs e por alguns paroquianos liderados pelo senhor Matias Herman, transmitida pelo Facebook.
Em observância das normas de distanciamento e isolamento social, a celebração ocorreu com a presença de poucos fiéis que, apesar de serem limitados em número e usando máscaras (tiradas somente para a foto geral), não deixaram que a Divina Liturgia tivesse seu brilho diminuído, entoando-a de forma encantadora.
Na homilia, a partir das duas leituras bíblicas e da solenidade, Dom Volodemer enfatizou três pontos que considerou importantíssimos. Discorrendo primeiramente sobre o tema da epístola, cantada pelo senhor Irineu Ivankio, falou sobre a advertência do Apóstolo Paulo à comunidade de Corinto por causa da divisão que nela ocorria. Paulo exortou os fiéis para que buscassem a união, agindo no mesmo espírito e modo de pensar, para que assim houvesse comunhão eclesial. Afinal, o próprio Jesus Cristo pede para que entre os cristãos se tenha a mesma união que há entre Ele e o Pai. O Arcebispo ainda enfatizou que a união é o ideal pelo qual devemos nos esforçar para alcançá-lo. É sabido o quanto há divisão por causa da incompatibilidade na forma de pensar e agir, até mesmo na Igreja, e isso é notado ao longo de sua história e da história da humanidade. Ao falar sobre o pecado original, disse que este foi uma grande divisão entre o homem e Deus, fazendo com que o homem fosse expulso do paraíso, se distanciando de Deus. Ao falar da atualidade, o Metropolita afirmou que até mesmo nos tempos de pandemia há muitas divisões e não se sabe a quem se deve ouvir ou seguir. Finalizando este ponto, disse que a fé cristã deve ser caracterizada pela união.
Ao abordar o tema da perícope do Evangelho, que fala sobre a multiplicação dos pães, o pregador enfatizou um dizer importante de Jesus Cristo ao dirigir-se aos apóstolos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Cristo quiz dizer para que eles tivessem iniciativa e não ficassem esperando somente a ação dele. Isso vale para nós para que não fiquemos esperando de braços cruzados a ação de Deus. Precisamos pedir o auxílio de Deus, sim, mas, ao mesmo tempo, tomar a iniciativa de “correr atrás” para que este pedido seja realizado. Precisamos sair do nosso comodismo.
Refletindo sobre a Padroeira da Paróquia e da Congregação, o Prelado falou sobre a dificuldade historiográfica de saber mais sobre a vida dela. Deu algumas informações sobre a devoção à Santa, muito antiga no Oriente. Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria Santíssima e avós de Jesus, foram cultuados desde o começo do Cristianismo. No século VI, a devoção a eles já era enraizada entre os fiéis do Oriente. No Ocidente, o culto a Santa Ana remonta ao século VIII. Em 710, as relíquias da avó de Jesus foram levadas de Israel para Constantinopla e, de lá, foram distribuídas para várias igrejas. A maior dessas relíquias ficou na igreja de Santa Ana, em Durem, Alemanha. No ano de 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Santa Ana em 26 de julho. Na década de 1960, o Papa Paulo VI juntou a esta data a comemoração de São Joaquim. Por isso, no dia 26 de julho comemora-se também o “Dia dos Avós”.
Dom Volodemer comentou que nos dias de hoje, com a pandemia, são os avós que mais estão sofrendo devido ao isolamento, não podendo vir nem para as celebrações. Enfatizou a importância dos mesmos na Igreja e na sociedade, na educação dos netos e nos ensinamentos que podem passar para as novas gerações. Ele citou o exemplo de uma professora de Filosofia, Maria Isabel dos Santos Gonçalves, que leciona no Colégio Estadual Rui Barbosa em Boninal, Bahia, que nesses dias ganhou o prêmio mais importante da educação brasileira – Prêmio Educador Nota 10. Inspirando-se na sua própria mãe, parteira e rezadeira, seguindo a cultura Ubuntu que preza pela coletividade, ela pediu aos alunos para que entrevistassem seus avós e coletassem seus ensinamentos.
O Metropolita prestou reconhecimento e parabenizou os avós. Por fim, demonstrou sua gratidão à Congregação das Irmãs Catequistas de Sant’Ana pelo trabalho na paróquia e pediu para que a Paróquia tenha a sua Padroeira como uma luz que ilumina e mostra o verdadeiro caminho a seus membros.
Ao término da celebração, levantando os “Mnohaia lita”, o Arcebispo parabenizou os membros da paróquia pela festividade de sua Padroeira, aos avós e as pessoas que possuem o nome de Joaquim e Ana. Fazendo uso da palavra, o Pároco Edison efetuou os agradecimentos ao Arcebispo pela presença e pela celebração junto com a comunidade, ao Diácono Romeu e as Irmãs pela passagem da Festa da Padroeira da Congregação e por tudo que estão fazendo pela comunidade. Por fim, parabenizou os cantores. Dom Volodemer foi homenageado pela comunidade, recebendo um belo vaso de orquídeas.
Após a celebração, o Arcebispo, o Pároco e o Subdiácono Michael foram convidados pela Superiora Geral das Irmãs Catequistas de Sant’Ana Ir. Aquelina Pelek, ICSA para o almoço. Depois, todos foram convidados para conhecerem o belíssimo museu organizado pela Irmã Beatriz Oribka, ICSA.
São Joaquim e Santa Ana, orem pela Paróquia do Pinheirinho e pela Congregação das Irmãs de Sant’Ana!
Subdiácono Michael Barbusa