Comunidade de Santa Luzia

Entre os dias 04 a 06 de dezembro de 2015, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM realizou a Visita Canônica na comunidade de Santa Luzia, Município de Paula Freitas, pertencente à Paróquia São Basílio Magno de União da Vitória; em breve fará parte da nova Paróquia a ser criada em São Cristóvão. O conteúdo desta matéria é composto dos seguintes elementos: informações gerais, breve histórico, vida comunitária e visita do Metropolita.

A igreja católica ucraniana de Santa Luzia está localizada às margens da BR 476, km 350, no município de Paula Freitas. Está a 15 km de distância da Paróquia São Basílio Magno de União da Vitória. A comunidade conta com 35 famílias, cuja subsistência é baseada na agricultura e no assalariado. Tem como padroeira Santa Luzia, porque antes de sua construção o local já era conhecido como Colônia Luzia; também, nas proximidades, existe o rio com o nome de Rio Luzia.

A comunidade começou a se formar no início da década de 40, com famílias oriundas de Rio Claro, Serra do Tigre, Vicinal Três, Vicinal Quatro (Mallet), Vera Guarani (Paulo Frontin), Carazinho (Paula Freitas), que foram pioneiras na colonização. Formada por descendentes ucranianos, era próxima da comunidade Colônia Macacos, com descendentes poloneses.

As primeiras famílias que se instalaram foram: Doroinko, Masepa, Herman e Fedechen. Quando estas famílias chegaram, ainda não havia estrada. Mais tarde, vieram outras famílias: Mocochi, Hriniewicz, Uniat, Balaban, Tomiak, Jaremchuk, Soberanski, Smeck, Futerco, Kutchma, Stachechen, Ferreira, Paullus, Katczka, Miketa.

Inicialmente, não havia escola nem igreja. Os ucranianos frequentavam a igreja em Paula Freitas. Para fazer a primeira comunhão, as crianças ficavam em casa de parentes em Serra do Tigre e Vera Guarani.

O Sr. João Doroinko cedeu o terreno para que fosse construída a primeira escola. Nesta escola, no ano de 1954, o Pe. Metódio Koval, de Vera Guarani, passa a celebrar a Divina Liturgia.

Nos anos de 1970-1971, neste mesmo local, foi construída a primeira igreja de madeira, que foi doada por pessoas da comunidade. O Sr. José Masepa foi o primeiro presidente-executivo do conselho administrativo. As primeiras festas da igreja eram realizadas na propriedade de João e Maria Doroinko.  Neste período, foi muito forte a “Hailka”, inclusive com a participação de descendentes de poloneses.

Em 30 de setembro de 1990, com a pedra fundamental, iniciou-se a construção da atual igreja em alvenaria. O presidente da comissão administrativa era Silvestre Ribarczik.

Em dezembro de 1993, Dom Efraim Basílio Krevey, OSBM inaugurou a nova igreja, sob o comando do Sr. Estefano Doroinka.

O atual pavilhão de festas foi construído quando o presidente do conselho administrativo era João Batista Matorizem. Também a pintura interna, paredes e ícones, foi concluída neste período.

Padres que atenderam a comunidade: Metódio Koval, Floro Vodonis, Paulo Barabach, Dionisio Zaluski, Nivaldo Kozlinski, Sérgio Hriniewicz, Valdomiro Barabach, Josafat Gaudeda, Jorge Chainiuk, Metódio Kravetz, Samuel Kozlisnki, Jaroslau Susla, Mário Carlos Lazoski, Demétrio Kovalski, Luis Pedro Polomanei, Josafat Roiko, Sandro Dobkoski.

Conselhos Administrativos Paroquiais: foram presidentes-executivos dos conselhos administrativos: José Masepa, Salvador Kutchma, Vicente Bischoff, Silvestre Ribarczik, Estefano Doroinka, Júlio Uniat, João Batista Matorizem, Vicente Bischoff, Mário Jureszek.

Religiosas que auxiliaram a comunidade: Irmã Hercília, Irmã Cristófora, Irmã Celina Sloboda, Irmã Jacinta Rodrigues, Irmã Vita, Irmã Lídia, Irmã Rosa, Irmã Virginia Ivankio, Irmã Matilde, Irmã Maria, Irmã Emília Nogas.

Hoje, o acompanhamento é feito pelas Irmãs Ucranianas da Congregação de São José.

Missões: 1993: Pe. Vidal Klemtchuk, OSBM, Pe. Taras Oliynek, OSBM, Pe. Bonifácio Zaluski, OSBM. 04 a 10 de julho de 1999: Pe. Mário Zavirski, OSBM, Pe. Bonifácio Zaluski, OSBM, Pe. Vidal Klemtchuk, OSBM, Irmã Amélia e Irmã Paulina. 17 a 23 de junho de 2012: Pe. Gregório Hunka, OSBM. Houve missões anteriores, no entanto, não foram encontrados registros das datas e pregadores.

A comunidade é atendida pelos padres da Paróquia São Basílio Magno: Pe. Josafat Firman, Pe. Ricardo Mazurek Ternovski, Pe. Dionísio Zaluski e Pe. Bogdan Fleituch. Atendem a comunidade com maior frequência os padres Ricardo Mazurek Ternovski e Dionísio Zaluski.

À frente do CAP está a Professora Terezinha Gelchaki; os demais componentes são: Osmar Matias Doroinko, Isabel Bycow, Sonia Froelich (Secretária da Educação de Paula Freitas), Matilde Bycow, Maria Stachechen, Estefano Doroinka, Sebastião Zankanal e Sérgio Kapczuk. Esta comissão foi eleita em março de 2013.

A partir da metade de 2013 foram realizadas várias melhorias. Já foi iniciada a campanha para a construção do muro, delimitando assim o espaço sagrado. A comunidade colabora generosamente para a melhor manutenção do templo e suas dependências.

A comunidade de Santa Luzia é formada por famílias simples e são bastante participativas na vida da Igreja. Há algum tempo, a comunidade passou por mudanças, que eram necessárias para um novo ânimo de caminhada comunitária. Foi eleita uma nova comissão, envolvendo novas famílias, que se comprometem com a casa de Deus, considerada extensão de suas próprias casas. Convencida da importância da localização estratégica da igreja que, mesmo vista por um rápido momento, faz com que os viajantes possam “lembrar de Deus”, a comunidade valoriza muito o cuidado da igreja e do cemitério, que ficam às margens da BR 476. A comunidade é muito unida e as pessoas têm boa vontade no trabalho. O grupo do Apostolado da Oração conta com 12 membros e é coordenado pela Sra. Adelina Fedechem por aproximadamente 20 anos.

A Visita Canônica iniciou na sexta-feira de manhã e foi encerrada domingo com o almoço de confraternização.

4.1 Dia 04 de dezembro – Sexta-feira   

Vindo de Curitiba, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM chegou à Colônia Santa Luzia pouco depois das 11 horas e fez os registros da igreja, pavilhão de festas e cemitério, que fica do outro lado da BR 476. Choveu torrencialmente ao meio-dia.

Às 16 horas, sob chuva mais branda, voltou à igreja, onde se encontrava a Presidente-Executiva Terezinha Gelchaki e alguns líderes da comunidade. Dom Volodemer preparou os paramentos e fotografou o interior da igreja. Em companhia do Sr. Julio Uniat, o Arcebispo foi até a casa de Terezinha para tomar um lanche. Ela mora com a mãe Regina Gelchaki (dos Doroinko). É professora de português em Canoinhas, atuando numa escola pública, no aguardo da aposentadoria. É também feirante, produzindo verduras.

Às 19 horas, a comunidade ucraniana de Santa Luzia se reuniu para a recepção do Metropolita. A Professora Terezinha – Presidente-Executiva fez um pronunciamento em português. “Somos uma comunidade pequena, mas com uma história marcada pelo empenho de tantas pessoas que se doaram por ela. … E hoje, nosso esforço e desafio está em manter a identidade religiosa e cultural ucraniana nesta comunidade. Dom Volodemer, estamos ansiosos e animados, pois sua visita e permanência entre nós por alguns dias, e a criação da nova paróquia da qual faremos parte nos enche de alegria e esperança”, disse Terezinha. A menina Vanessa Szeremeta, neta de José Szeremeta, entregou ao Arcebispo um buquê de flores. O Sr. Julio Uniat saudou-o em ucraniano, manifestando a honra da comunidade em poder recebê-lo. Os jovens Felipe Fersch e Clara Carolina Uniat o saudaram com pão e sal. Finalmente, o Pe. Ricardo Ternovski Mazurek cumprimentou o Metropolita, enfatizando o fato de ser a igreja dedicada a Santa Luzia a única na Metropolia e, talvez, no mundo católico ucraniano. Ele ainda destacou ser a igreja e o cemitério oportunidade para milhares de pessoas que por aí circulam se lembrarem de Deus. As Irmãs Eleutéria Karolus e Marta Marinhak auxiliaram nos preparativos da recepção.

A seguir, foi celebrada a Divina Liturgia. Dom Volodemer falou sobre os motivos de sua visita e sobre o Ano da Misericórdia, durante o qual será necessário refletir sobre o autêntico amor a Deus, ao próximo e à natureza e realizar obras concretas de caridade.

Às 20:30, houve uma reunião do Metropolita com o CAP durante a qual foram tratados assuntos administrativos e pastorais.

Para o jantar e repouso, Dom Volodemer dirigiu-se à residência do Sr. Júlio Uniat, casado com Maria Luíza Kutchma Uniat. O casal formou três filhas: Celina Celi, Cristina de Cássia e Clara Carolina.

4.2 Dia 05 de dezembro – Sábado 

Às 10:45, na companhia do Sr. Julio, o Arcebispo Metropolita visitou a capela Cristo Rei e daí se dirigiu à casa do Sr. José Szeremeta, de 82 anos, que mora numa casinha ao lado do Filho Antônio, cuja esposa é a Sra. Izabela Melnik Szeremeta. O casal tem duas filhas: Claudinéia e Vanessa. Antônio trabalha para a Prefeitura de Paula Freitas como operador de máquinas.

O almoço foi na casa do Sr. José Bycow. Ele é viúvo; foi casado com Natália Antostchechen. As filhas Izabel e Matilde e o filho Claudio estão em casa. Claudio é funcionário público de Paula Freitas na função de serviços gerais.

Às 14 horas – reunião com o Apostolado da Oração. Ao pequeno grupo, Dom Volodemer falou sobre as “pilastras” do Apostolado da Oração e deu orientações práticas para uma renovação.

Às 17 horas, o Metropolita visitou a família de Luiz Mocochi, que é o Presidente-Executivo da capela Cristo Rei. Ele é casado com Cristina Kulibaba Mocochi e tem um filho, Felipe. Luiz trabalha para o atacadista Ludovico Tozzo e Cristina é diarista. Às 17:30, na capela, o Metropolita teve uma reunião com os principais líderes da comunidade do Rio Vermelho. Às 19 horas, houve uma recepção ao Arcebispo Metropolita. O Sr. Antônio Kulibaba, sua esposa Sra. Matilde Guiz Kulibaba e sua nora Cristina Kulibaba Mocochi, que fez um discurso de boas-vindas, saudaram Dom Volodemer com pão e sal. A seguir, foi celebrada a Divina Liturgia em português, com a presença das Irmãs Eleutéria Karolus, ISJ e Márcia Marinhak, ISJ.

4.3 Dia 06 de dezembro – Domingo   

Com início às 10 horas, foi celebrada a Divina Liturgia solene pontifical de encerramento da Visita Canônica. A homilia discorreu sobre a vida sacramental, com ênfase no Sacramento do Matrimônio – base da família cristã. A solenidade contou com a presença e ajuda das Irmãs de São José Eleutéria Karolus e Marta Marinhak. O almoço de confraternização foi servido no pavilhão de festas com a participação dos membros do CAP.

Santa Luzia, rogai por nós!

FOTOS

  1. Igreja Santa Luzia
  2. Cemitério local
  3. Reunião com o CAP
  4. Encontro com o Apostolado da Oração
  5. Família do Sr. Julio Uniat
  6. Família do Sr. José Szeremeta
  7. Família do Sr. José Bycow
  8. Capela Cristo Rei do Rio Vermelho
  9. Família do Sr. Luiz Mocochi
  10. Recepção ao Metropolita