Comunidade de Santa Cruz recebeu o Arcebispo Metropolita

A Visita Canônica do Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM na Colônia Santa Cruz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Mallet aconteceu entre os dias 20 a 22 de março de 2015. A comunidade é pequena, mas de qualidade cristã, constituída de 24 famílias, que participam da Divina Liturgia, orações e novenas celebradas na igreja São Josafat.

Atualmente, é o Pároco Irineu Vaselkoski que atende pastoralmente a comunidade, com a ajuda do Diácono João Basniak. O atual Conselho Administrativo Paroquial está no cargo desde 28 de outubro de 2012: Presidente-executivo Silvestre Pirog, Valdomiro Popovicz, Laura Popovicz Pirog, Ana Paula Olinek Pirog, Edson Marcos Olinek, Antonio Basniak, Metódio Olinek, José Olinek, Ladislava Basniak. É um grupo muito consciente de suas responsabilidades na comunidade e se esforçou para manter a identidade da Igreja Católica Ucraniana apesar do forte processo de assimilação.

A Divina Liturgia é celebrada uma vez por mês, com a participação dos fiéis do rito latino. Quando tem missa latina, os ucranianos também participam. Quando não tem Missa, algumas famílias vão para Mallet. A Catequista é a Sra. Ana Paula Olinek Pirog. O Zelador do grupo do Apostolado da Oração é o Sr. Valdomiro Popovicz desde 2008, quando faleceu seu pai Martiniano, que foi fundador e zelador.

Por ser uma comunidade pequena, a Visita Canônica foi realizada com um dia a menos em relação às outras maiores, ou seja, entre os dias 20 a 22 de março de 2015. O Arcebispo se acomodou num quarto junto ao pavilhão para o seu trabalho e pernoites. As refeições foram servidas na antiga casa da Família Popovicz, sob o comando da mãe Teodósia, vinda de Mallet, com o auxílio de suas filhas Laura e Andréia e do genro Celso.

Dia 20, às 18 horas, foi feita a recepção ao Metropolita em frente à igreja. A menina Bruna Pirog o cumprimentou em ucraniano e lhe entregou um buquê de flores. Falando em ucraniano, o “Revnêtelh” Sr. Valdomiro Popovicz, o Presidente-executivo Sr. Silvestre Pirog e sua esposa Sra. Laura Popvicz Pirog deram as boas-vindas ao Visitador com pão e sal. O Pároco Irineu Vaselkoski saudou o Arcebispo como o “bom pastor”. Lidas as intenções, foi dado início à Divina Liturgia. Falando aos presentes, Dom Volodemer fez a introdução à Visita Canônica e falou sobre a crise moral hodierna. Após a celebração eucarística, foi dado o programa de amanhã e realizada a reunião com a comissão da igreja.

Sábado, dia 21, às 8 horas, o Metropolita teve um encontro com a Catequista Ana Paula Olinek Pirog e seus catequizandos. Em seguida, falou com o grupo dos membros do Apostolado da Oração, lembrando a espiritualidade do movimento. Mais ou menos pelas 10 horas, o Metropolita celebrou a Divina Liturgia, explicando os Mandamentos da Lei de Deus. Após a celebração litúrgica, Dom Volodemer teve um encontro com os jovens. Depois atendeu espiritualmente algumas pessoas.

À tarde, Dom Volodemer visitou a propriedade e a família do Sr. Valdomiro Popovicz, casado com Ivone Maria Giboski Popovicz. Valdomiro mostrou vários documentos antigos da família por ele cuidadosamente preservados. Ele falou sobre a importância dos documentos e criticou aqueles que sepultaram documentos, colocando-os no caixão fúnebre de seus entes queridos.

A Sra. Laura Popovicz Pirog levou o Arcebispo para outras visitas. A primeira parada foi no Posto de Saúde, onde ela trabalha, junto à antiga escolinha abandonada. Dom Volodemer visitou a igreja latina Nossa Senhora do Monte Claro. O ministro da eucaristia Sr. Germano Robaskievicz mostrou a igreja e falou um pouco sobre a vida da comunidade. Daí, Laura levou o Arcebispo para a casa da Catequista Ana Paula Olinek Pirog, casada com Aloísio Pirog. Ana Paula serviu um lanche. Finalmente, Dom Volodemer visitou a casa de Laura, casada com Silvestre Pirog, que é o Presidente-executivo.

Dia de 22 de março, domingo, com início às 10 horas, foi celebrada a Divina Liturgia de encerramento da Visita Canônica, concelebrada pelo Pároco Irineu Vaselkoski, com os serviços diaconais de João Basniak. Em sua homilia, o Arcebispo Metropolita animou a comunidade para que mantenha a qualidade cristã de fidelidade às nossas tradições e na união fraterna e citou as palavras de Cristo: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20).

Após a celebração, no pavilhão da comunidade, foi servido um saboroso almoço de confraternização preparado pela equipe do Restaurante Recanto de Mallet.

FOTOS – Metropolia
1 – Igreja São Josafat
2 – Bruna Pirog saúda o Arcebispo
3 – Bruna recebe um abraço do Arcebispo
4 – Valdomiro Popovicz, Silvestre Pirog e Laura Popovicz Pirog saúdam com o pão e sal
5 – Divina Liturgia: Procissão com o Evangelho
6 – Reunião com o Conselho Administrativo Paroquial
7 – Encontro com a Catequista Ana Paula Olinek Pirog e catequizandos
8 – Encontro com o grupo do Apostolado da Oração
9 – Encontro com os jovens
10 – Sra.Teodósia Popovicz e familiares
11 – Homilia conclusiva
12 – Lideranças da comunidade
13 – Almoço de confraternização

HISTÓRIA DA COMUNIDADE DE SANTA CRUZ

Este resumo histórico foi elaborado pelo Diácono Sr. João Basniak que, além de seus conhecimentos pessoais, utilizou-se das anotações constadas no livro ata da comunidade de Santa Cruz e de um pequeno resumo histórico elaborado pelo Sr. Valdomiro Popovicz. O presente histórico divide-se em duas partes: primórdios e construção da igreja São Josafat.

Primórdios

Os primeiros imigrantes chegaram por volta do final do século XIX e início do século XX e se alojaram na fazenda de Moisés Machado o qual possuía 5.000 alqueires de terra. As primeiras famílias que aí chegaram foram: Palka, Myszga, Polisko, Stelmach, Semkiv, Kosak, Szewczuk, Nidzela, Boiko, Kosan, Popovicz, Czornabay, Demeterco, Petrek, Olinek e Bordun. Elas pagaram com o próprio trabalho a compra dos lotes ao fazendeiro.

Essas famílias trouxeram consigo a sua cultura e religiosidade, prova disso é que para participar das santas missas e novenas caminhavam 20 km até Serra do Tigre ou Colônia 5. Eram numerosas, tendo em torno de 8 a 10 filhos ou até mais.

Em seguida, chegaram as famílias Iltczechen, Krasniak e Waselek. Em 1950, chegaram as famílias Basniak de Fluviópolis, Kulibaba de Vera Guarani. Mais tarde, chegou a família Tomiak, também de Vera Guarani.
Desde o início, o povo se reunia em grupos para rezar, cantar, conversar. Assim, surgiram os grupos do Apostolado da Oração, das senhoras e dos jovens.

Em 1954, o Pe. Vigário Geral Clemente Preima convidou o Pe. Pedro Balczar, OSBM para organizar os grupos do Apostolado da Oração. As primeiras missas foram celebradas na casa de Paulo Miszga. A primeira “reunetelhka” (zeladora) das senhoras foi a Sra. Maria Miszga e do grupo dos jovens foi a Sra. Ana Polisko.

Em 1955, veio a Capelinha de Nossa Senhora das Graças, que passava em todas famílias e o povo então começou a se reunir para rezar o Moleben. A condutora das novenas era a Sr.ª Maria Miszga. Durante uma dessas novenas surgiu a ideia de fazer um grupo do Apostolado da Oração dos jovens. No Domingo de Ramos de 1956, o então professor Martynian Popovicz reuniu 15 jovens para a “Prenhathia” (recepção) na Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, sendo recebidos e consagrados no ano seguinte pelo Pároco Clemente Preima. As reuniões eram realizadas na casa de Maxem Popovicz. As novenas eram conduzidas pelo Sr. Martynian Popovicz, mas por problemas de saúde passou a função para o Sr. João Basniak.

O primeiro “reunetelh” (zelador) foi Jaroslau Polisko até setembro de 1956, quando foi trabalhar fora e passou a responsabilidade ao Sr. João Basniak, que permaneceu até 1978. O Apostolado de Oração se desenvolveu tanto que os pais também começaram a participar e quase todas as famílias eram do Apostolado de Oração.

Devido à distância e idade das pessoas, o grupo foi dividido em dois: o 1º grupo se encontrava na casa de Martynian Popovicz e o 2º grupo na casa de João Basniak.

As novenas eram celebradas no mês de maio e junho e o terço em outubro. As casas ficavam cheias de fiéis. Para as santas missas o povo caminhava, ia de carroça ou a cavalo até a igreja matriz que, na época, estava em construção. Todas as famílias ajudavam doando prendas e mesmo com o trabalho.

Ano após ano, os grupos do Apostolado de Oração foram diminuindo devido ao fato das famílias e os jovens irem embora em busca de melhores condições de vida. Os grupos ficaram pequenos, foram unidos novamente num único grupo e a reuniões continuaram na casa de Martynian Popovicz.

Em 1978, o Sr. João Basniak veio morar em Mallet e o grupo passou a ser conduzido pelo Sr. Martynian Popovicz, que foi um grande líder, deu catequese por muitos anos e ensinava cantos.

A Divina Liturgia era celebrada na Escola São Josafat por muitos anos até o início da construção da Igreja São Josafat.

Construção da igreja São Josafat

A ideia de construir uma capela já existia há vários anos, só faltava coragem aos antepassados. O Pe. Severo Preima tentou, mas não teve êxito. Em março de 1987, foram realizadas as Santas Missões na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e o pregador das missões foi o Pe. Taras Olinek, OSBM, que esteve dois dias, 24 e 25 de março, dando palestras na Escola São Josafat. A participação nas pregações do padre missionário era tão numerosa, que não cabia na pequena escola. Então, a exemplo de Jesus, o povo se acomodava ao ar livre. Para a celebração da Divina Liturgia, organizava o altar dentro da escola e o povo participava acomodado ao redor ao ar livre. Foi desta experiência que se consolidou a ideia de construir uma igreja. O Pe. Taras insistiu na necessidade da construção de uma capela na colônia. Nesta época, participavam da comunidade 35 famílias.

Passadas as missões, o Pe. Sergio Krasnhak, o então pároco, continuou a cultivar a semente semeada pelo padre missionário. Assim, em 11 de Abril de 1987 foi realizada a primeira reunião com o objetivo de dar início à formação da diretoria. Os irmãos Martynian e Pedro Popovicz comunicaram a doação do seu terreno, escriturado para a construção da igreja. Em seguida, foi realizada a votação para a nova diretoria, que ficou assim constituída: o Sr. Orestes Polisko Presidente-executivo e Vice- presidente o Sr. Martynian Popovicz.

Em março de 1988, o prefeito Cesar Loyola Flenik doou a terraplanagem e logo foi cavado um poço pelo sistema mutirão. Depois de iniciada a construção com o material comprado pelo dinheiro arrecadado em festas que foram realizadas no pátio da Escola São Josafat, no dia 6 de novembro de 1988 foi realizada uma festa no pátio da capela e a Divina Liturgia foi celebrada debaixo de uma barraca de lona. Chovia muito naquele dia. Por motivos de saúde, o Sr. Orestes Polisko desistiu do cargo de presidente, assumindo o Sr. Martynian Popovicz.

Em 5 de junho de 1990, a comunidade recebeu a verba do Adveniat da Alemanha no valor de U$$ 5.309,75 e com esse dinheiro praticamente foi possível concluir e pintar a capela.

No dia 14 de junho de 1991, foi feita a festa inaugural da capela com a presença do Pároco Sergio Krasnhak. Nesta data, a capela estava concluída e já tinha todos os móveis e bancos necessários.

No dia 7 de janeiro de 1992, o Sr. Antônio Petrek iniciou a pintura artística dos quadros e paredes e este trabalho foi concluído em junho de 1994.

No dia 4 de agosto de 1996, foi eleita a nova diretoria. O então Presidente-executivo Sr. Martynian Popovicz foi substituído pelo eleito Sr. Júlio Demeterco, com o Vice-presidente Sr. Leonardo Kulibaba. Em sua administração, foi construído o pavilhão de festas.

No dia 25 de janeiro de 1998, o então Bispo Eparca Dom Efraim Basílio Krevey, OSBM fez a bênção oficial da nova igreja São Josafat.

Em 2004, teve as primeiras missões com os padres missionários basilianos Vidal Klimczuk e Gregório Hunka. Em 2014, novamente a comunidade teve as Santas Missões com o missionário Pe. Gregório Hunka, OSBM.

A comunidade foi atendida pelos padres: Clemente Preima, Severo Preima, Flor Vodonis Edison Boiko, Josafat Gaudeda, José Hadada, Daniel Kozlinski, Samuel Kozlinski, Sergio Krasnhak, Bogdan Fleituch, Mario Carlos Lazoski, Joaquim Sedorovicz, Luiz Pedro Polomanei.