No sábado, dia 13 de dezembro de 2025, realizou-se na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, cidade de Mallet, a Assembleia Paroquial Sinodal, convocada e presidida pelo Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, com a presença do Pároco Daniel Horodeski, as Irmãs Servas de Maria Imaculada, as Irmãs de Sant’Ana e com representantes, coordenadores, tesoureiros, secretários e conselheiros dos CAPs – Conselhos Administrativos Paroquiais da Matriz e das capelas da Colônia Cinco, Colônia Seis, Santa Cruz, Vera Cruz, Lageado e Rio Azul.
A assembleia teve início com a recepção dos membros e o café. Em seguida, às 08h30, foi rezada a Divina Liturgia, presidida pelo Arcebispo e concelebrada pelo Pároco.
Durante a homilia, o Metropolita explicou o que é assembleia sinodal, o que é sinodalidade em nível paroquial e como ela funciona numa Metropolia, enfim, em toda a Igreja. A dinâmica da sinodalidade vem da palavra “sínodo”, que significa assembleia, reunião, concílio, dando o sentido de estar, viver e caminhar juntos. Com a realização do Sínodo, Papa Francisco quis dar uma relembrada, retomada, um novo direcionamento ao Concílio Vaticano II. Comentando os textos bíblicos de domingo (Lc 14,16-24 e Cl 3,4-11), Dom Volodemer falou que o texto do evangelho “nos dá um alerta para que nós, que nos consideramos escolhidos, não falhemos no nosso serviço à Igreja, na eucaristia, pois temos a responsabilidade de fazer o que deve ser feito”. “Aqui entra a sinodalidade, porque todos são convidados, sendo que a iniciativa é sempre de Deus, pois ele nos dá a graça e nós somos instrumentos da sua graça, estamos a serviço do banquete eucarístico, a serviço da sinodalidade eucarística. Eucaristia é um momento de altíssima sinodalidade, união, comunhão, perdão; precisamos perdoar e sermos perdoados. Isso é sinodalidade”, enfatizou o Metropolita. As instituições serão fortes, se tiverem pessoas sinodais, que tenham as virtudes cristãs e também humanas. A Igreja, por sua própria natureza, é sinodal, porque se fundamenta no Evangelho, que prega a união, o amor, a fraternidade, o perdão. Para ser sinodal, é preciso viver o amor, abandonar os vícios, os erros, desvestir-se do homem velho e se revestir do homem novo, Jesus Cristo, conforme ensina o texto de São Paulo aos Colossenses.
Após a celebração litúrgica, foi feita a foto oficial em frente à iconóstase, e todos se dirigiram até o pavilhão, onde seguiram as palestras.
Dom Volodemer dirigiu a oração de invocação ao Espírito Santo e falou mais detalhadamente sobre a sinodalidade, conforme o desejo do Papa Francisco: Peregrinos da Esperança – Por uma Igreja sinodal. O Papa deu um novo direcionamento, priorizando três elementos: comunhão, participação, missão. A partir da fundamentação dada pelo Papa, o Metropolita falou sobre a Metropolia sinodal, focalizando os seguintes objetivos: aplicação da sinodalidade, fortalecimento da união e unidade paroquial, melhoria da organização pastoral, formação de lideranças paroquiais, implantação do Conselho Pastoral Paroquial (CPP). A Igreja é carismática e canônica ao mesmo tempo; sendo carismática, ela é do Espírito; sendo canônica, ela tem códigos, normas, leis necessárias, pois ela é organizada, e se não tiver organização, não vai ser sinodal. “Para sermos sinodais, temos que ter virtudes, devemos seguir os mandamentos, vivê-los, pois se todos vivessem os mandamentos, teríamos um paraíso aqui na terra. Concretamente, é preciso ter atitudes, como a alegria, a empatia, a escuta, a proximidade, o diálogo, que está faltando tanto nas famílias”, disse o Metropolita.
O Metropolita apresentou rapidamente a estrutura canônica e pastoral da Metropolia e indicou os principais aspectos da sinodalidade metropolitana: obediência ao Papa e ao magistério da Igreja, cumprimento das normas canônicas gerais, pastoral de conjunto bem estruturada, atenção especial às vocações, engajamento mais intenso e formação dos leigos.
Após uma pausa, Dom Volodemer falou sobre a implementação do Conselho Paroquial Pastoral (CPP), que é um passo importantíssimo para a prática da sinodalidade. A CPP vai dar maior grau de sinodalidade para a Metropolia, o que é o objetivo principal das Assembleias Paroquiais. O CPP é uma instituição canônica jurídica com a participação dos leigos na vida e missão da Igreja; um órgão consultivo dentro da paróquia que auxilia o pároco em sua missão de ensinar, santificar e administrar.
Foi dada a palavra ao Pároco Daniel, que falou sobre o tema da sinodalidade e implantação do CPP como “um grande desafio”. A maior dificuldade é o engajamento, principalmente na questão das lideranças, entre as quais têm coisas erradas; outras merecem elogios; outras ainda precisam de paciência e caridade. Ele enfatizou a questão da liderança em todas as pastorais e movimentos, nas quais é necessário procurar a bondade, ter comunhão de ideias, ter um caminho a seguir, não buscar o próprio interesse. A questão financeira precisa de padronização. “Devemos unir mais a comunidade”, concluiu o Pe. Daniel.
Retornando aos trabalhos, após o almoço, a Ir. Margarida Hladchuk, SMI falou sobre a catequese, que está bem, mas a preocupação é com a perseverança, porque entre os adolescentes quase não tem participação. O Arcebispo falou sobre o modelo da nossa catequese que é praticamente só de conhecimento e que precisamos mudá-la, introduzindo uma catequese mistagógica. O problema é como fazer isso.
O Coordenador do Conselho Administrativo Paroquial da Matriz Tiago Oszust falou que falta sinodalidade na sua comissão e deu a ideia de reunir de vez em quando todos os líderes da Paróquia para dar orientações e, assim, seguir um caminho unificado de ação administrativa. Dom Volodemer falou que em Prudentópolis, nos anos em que lá trabalhava, era feito assim.
A Ir. Teofania Oribka, ICSA, Coordenadora do Apostolado da Oração, falou que auxilia na catequese e que o grupo do Apostolado da Oração está “um pouco parado”, mas está contente com a participação dos seus membros nos retiros e que é preciso organizar um retiro com toda a comunidade para explicar o sentido e valor desse movimento eclesial.
Tendo sido levantado o problema da administração dos sacramentos, o Metropolita falou sobre a implantação dos cursos de batismo, noivos, preparação dos pais e padrinhos em algumas paróquias e que isso deverá ser introduzido, obrigatoriamente, em todas as paróquias da Metropolia. Segundo o Pároco, já está em estudo o projeto para a implementação desses cursos em Mallet.
Em seguida, foram formados os grupos para a discussão das seguintes questões: Em que aspectos os Movimentos do Apostolado da Oração e do MEJ podem se tornar mais sinodais? Em que a Pastoral da Catequese precisa melhorar em relação à sinodalidade? Como viver a sinodalidade na Paróquia para atrair casais jovens e também os nossos jovens? Em que pontos a administração paroquial financeira e econômica precisa melhorar com o objetivo de cultivar a sinodalidade?
Após os estudos em grupos, foi realizada a plenária. A secretária ou alguém da Paróquia fará uma síntese do que foi falado nos grupos. Uma cópia da síntese ficará na Paróquia e outra deverá ser enviada para a Metropolia. Quando o Arcebispo Metropolita realizar a Assembleia Paroquial em todas as paróquias, será elaborada uma síntese geral para o conhecimento de todos. Essa síntese servirá para atualizar, melhorar e implantar novos projetos pastorais e administrativos na Metropolia com suas paróquias.
A assembleia foi encerrada com um lanche de despedida. Os participantes tiveram um dia muito proveitoso no sentido de ter um conhecimento melhor sobre o verdadeiro sentido de ser Igreja, praticando e vivendo a sinodalidade, unindo as forças e ideias para caminhar juntos.
Texto: Neli Terezinha Sobanski Costin
Fotos: Wilson Surmacz