Dando continuidade ao trabalho de conhecer mais profundamente a realidade pastoral da Paróquia da Arquicatedral São João Batista, em Curitiba, nos dias 4 e 5 de agosto, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch dedicou um tempo a mais para ter um contato com as lideranças e com os fiéis. As comunidades pertencentes à Arquicatedral já foram visitadas em regime de Visita Canônica. Na própria sede, desde o início do ano, Dom Volodemer vinha fazendo um trabalho de consultas e diálogo intenso principalmente para montar a diretoria do Clube Poltava e também para formar uma equipe de leigos com o objetivo de criar o Conselho Metropolitano de Leigos, aproveitando a motivação do Ano do Laicato, e para estruturar o Conselho Metropolitano de Pastoral. Esse trabalho está sendo realizado com a ajuda do Sr. Marcos Nogas, que já há um ano vem sendo preparado para essa finalidade. Cursando teologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, com a aprovação da instituição, seu estágio supervisionado foi direcionado para auxiliar o Metropolita na criação do Conselho de Leigos.
Sábado, dia 4, às 15 horas, as lideranças se reuniram no salão da Arquicatedral para ter um diálogo com o Arquieparca, que iniciou a reunião com uma oração e posteriormente fez uma breve explanação sobre a Visita Canônica, sendo a última realizada no ano de 2009; porém, não foi concluída por causa da gripe suína. De acordo com Dom Volodemer, estas visitas devem acontecer a cada pelo menos cinco anos para terem realmente o resultado esperado. Ele falou sobre a atual metodologia aplicada nas visitas e apresentou o Diretório Metropolitano 2018. Publicação esta que contém a legislação, as normas, estatutos, regimentos e projetos destinados a cada pastoral e movimento da Metropolia.
Durante o encontro de pouco mais de uma hora, o Arquieparca enfatizou a necessidade de vários ajustes em todos os segmentos administrativos e pastorais da Metropolia. Quanto à Pastoral Familiar, o projeto ainda não está concluído; por isso, não foi liberada a implantação definitiva com a capacitação de líderes das paróquias e comunidades. No mesmo projeto, deverá ser incluído um capítulo com o título “Família Católica Ucraniana”. No que se refere à Pastoral Litúrgica, o Arcebispo informou que está praticamente parada devido ao acúmulo de funções do Padre coordenador, mas que, em breve, será retomada. Ainda neste ano, Dom Volodemer espera maior empenho no tema da Paróquia Viva deste ano – Vida e oração. Em relação às romarias, no Santuário Nossa Senhora do Rocio em Paranaguá, acontecerá um pequeno curso de capacitação dos párocos em cujas paróquias são realizadas romarias metropolitanas: Iracema, Antonio Olinto, Rio das Antas e Vera Guarani. Quanto à Pastoral da Juventude, o Arcebispo manifestou certo descontentamento por causa das dificuldades de engajamento de lideranças e de organização. Dessa forma, solicita mais apoio de leigos em geral, de jovens e casais jovens. Dom Volodemer está particularmente preocupado com a nossa muito fraca comunicação, elemento esse que vem causando fraqueza pastoral e cultural na Metropolia. Será necessário trabalhar com pelo menos alguns profissionais, como um jornalista e especialistas da área de comunicação. “Não podemos atuar como antigamente, fazendo sempre a mesma coisa, do mesmo jeito e com as mesmas pessoas”, completou o Arcebispo. Na sequência, Dom Volodemer falou sobre alguns desafios que deverão ser enfrentados, como o melhoramento das questões administrativas e patrimoniais.
Perguntado pela Sra. Ana Havrelhuk, catequista do nosso Instituto secular, sobre sua opinião em relação ao Apostolado da Oração, ele sabiamente disse que, de modo geral, o movimento é o mais bem estruturado não só nesta Metropolia, mas, sim, no mundo todo, referindo-se à riqueza de sua espiritualidade: oração, sentir com a Igreja, vida eucarística, devoções ao Sagrado Coração de Jesus, Maria Santíssima e Espírito Santo. No entanto, os grupos do movimento devem estar mais envolvidos com a Pastoral Familiar. A Sra. Magdalena Kovalechuk Ghirelli fez o uso da palavra, comentando sobre a necessidade da formação da Pastoral do Dízimo. Esta, de acordo com Dom Volodemer, é de extrema importância, mas deverá ser embasada numa espiritualidade, tomando-se os devidos cuidados para não cair no “dinheirismo”.
Dia 5, domingo, na Arquicatedral, na escadaria da entrada, com início às 09h30min, a comunidade paroquial fez uma bela recepção ao Arquieparca. Primeiramente, o Reitor Padre Joaquim Sedorowicz fez uma saudação ao Metropolita; lembrando o mês vocacional e o Dia do Padre, ele colocou elementos de significado eclesial e profundeza teológica: “Queremos render graças ao Pai pelo seu sim, que a exemplo de Maria Santíssima se entregou a Deus, no serviço aos irmãos. Sabemos que é na comunidade da Igreja, que o fiel batizado descobre a sua vocação, e ouvindo as reflexões dos seus guias espirituais, entende como viver e desenvolver o seu chamado específico. O próprio Cristo nos compara a um rebanho que precisa ouvir a voz do seu pastor para seguir a direção correta. Hoje nos colocamos como rebanho que somos diante de Vossa Excelência, para ouvir a sua voz. Humildemente, queremos, com a vossa preciosa ajuda, encontrar o caminho certo a seguir, como comunidade, como Paróquia, como povo de Deus, como vocacionados. Com grande sabedoria, Vossa Excelência escolheu o lema do vosso episcopado: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21). A unidade se faz no encontro com os irmãos e hoje estamos aqui para celebrar esta unidade. Somos provenientes de diversos lugares, alguns já nascidos aqui, mas todos temos por princípio ir ao encontro daquilo que é nosso, que faz parte da nossa história, que nos deu a formação para a vida: a Igreja. Esta é diversa pela nossa origem, mas é única pela fé que professamos”.
Tomando a palavra, a Presidente-Executiva Sra. Madalena Kovalechuk Ghirelli e seu esposo Sr. Luiz Ghirelli saudaram o Metropolita com pão e sal, com motivações históricas, narrando o início e a atuação de muitos líderes, sobretudo a presença dos Bispos, e colocando a pergunta: “Quais foram os motivos que impulsionaram este desenvolvimento e crescimento?” para a qual respondeu dizendo: “Somos fiéis cristãos católicos que professamos nossa fé em Deus Trindade, através de um rito particular. Procuramos manter este rito e suas tradições. Procuramos transmitir esta Fé a nossos filhos e, por isto, a comunidade se mantém viva e perseverante. Somos uma comunidade paroquial que procura sempre caminhar na fidelidade a Deus, dentro de nossa maneira particular de rezar, de reunir-se, de celebrar”. Magdalena apresentou ainda os anseios e desejos paroquiais e concluiu: “Somos pessoas que vivem em um mundo em constante transformação. Por isto, é necessário ouvir a voz do Pastor. Nós o recebemos com esperança. Lhe pedimos suas orações e bênçãos por toda a comunidade, para continuarmos caminhando perseverantes na fé, esperança e amor cristão que nos une”.
A Catequizanda Julia Barão Brito leu um discurso em ucraniano, garantindo as orações das crianças pela saúde do Arcebispo e pedindo graças especiais e sucessos na construção da Igreja de Deus. “Pedimos para que seu olho paternal se volte especialmente para nós crianças, jovens e comunidade”, disse a pequena oradora. Outra pequena declamadora, Ingrid Rusalka Gubert, sob os olhares e o auxílio de sua mãe, declamou um versinho de saudação em ucraniano a Dom Volodemer e lhe entregou uma cestinha de flores.
Após o incensamento e proclamação do Diácono, um grupo de catequizandos circundaram o Metropolita com uma coroa de flores e o conduziram até o centro da igreja dizendo em ucraniano palavras de boas-vindas. Em seguida, a Capela de Bandurristas Fialka, incluindo vários flautistas, sob a direção da Catequista Isabel Krevey e Rafael Herman, executou um canto religioso.
Prosseguiu a Divina Liturgia, concelebrada pelo Reitor Padre Joaquim, com a diaconia do Sr. Romeu Smach e dos seminaristas acólitos. O canto litúrgico ficou por conta dos paroquianos, sob o comando do Seminarista Samoel Hupolo. O Coral da Arquicatedral havia assumido o compromisso de estar na Paróquia do Pinheirinho e assim não pôde estar presente.
Em sua homilia, o Arcebispo Metropolita lembrou as vocações celebradas no mês de agosto e, citando a Transfiguração do Senhor e os textos bíblicos de hoje, fez uma síntese sobre a vida cristã, que é uma subida ao monte Tabor, num processo permanente de santificação e divinização.
Durante a Santa Comunhão, a citada Capela cantou canções para o momento. Em solo a capela, as catequizandas Manuela Baran Sczczypa e Sofia Kovalchuk cantaram em ucraniano a canção “Jesus esquecido”.
Antes da bênção final, Dom Volodemer fez um agradecimento todo especial ao Reitor-Pároco Joaquim pelo seu belíssimo trabalho iconográfico e à comunidade pela recepção, colaboração e amizade. A Coordenadora da Catequese Maria Aparecida Pankievicz dirigiu uma homenagem ao Arcebispo, Padre Joaquim e Diácono Romeu pelo Dia do Sacerdote.
Finalizada a celebração litúrgica, o Coral Poltava, em brilhante execução dirigida pelo jovem maestro Igor Yulian Kovaliuk, entoou o canto religioso “Boje velekey”, que é uma oração pela Ucrânia, e a canção popular “Stoith hora vesokaia”.
Por ser amanhã a Festa da Transfiguração do Senhor, se fez a bênção das frutas. Executado o canto final pelos animados “Bandurristas”, feita a sessão de fotos e após o batizado celebrado pelo Pároco, aconteceu a confraternização no salão de festas da Arquicatedral.
Texto: Secretariado Metropolitano
Fotos: Juvino Grosco