Taquari é uma pequena comunidade localizada no Município de Cruz Machado, pertencente à Paróquia São José de Dorizon, Mallet, cujo Pároco é o Pe. Vassilio Burko Neto, desde junho de 2009. No final de semana, dias 18 e 19 de julho de 2015, a comunidade foi visitada por Dom Volodemer Koubetch, OSBM – Arcebispo Metropolita.
No início da década de 80, a comunidade recebeu a visita do então Bispo Eparca Dom Efraim Basílio Krevey, OSBM.
A Padroeira da igreja e da comunidade é Nossa Senhora do Amparo. 67 famílias, contando as do rito ucraniano e as do rito latino, fazem parte da comunidade, sendo que a maioria é do rito latino. Mais ou menos 10 famílias são genuinamente ucranianas. Grande parte das famílias são de pequenos agricultores, plantando fumo, milho, soja. Também muitos trabalham no abate de árvores reflorestadas, como pinos e eucaliptos para as empresas SEPAC, FUCK e outras.
Pe. Pedro Busko fundou a comunidade e começou a construção da primeira igreja de madeira em 1956, que foi inaugurada com a celebração da primeira Divina Liturgia em outubro de 1958. A Sra. Maria Sá doou o terreno para a igreja. Segundo informações da Sra. Maria Augusta Sobieranski, as famílias Polistchuk, Bereza, Prestupa, Kusianski, França e Seretny doaram a madeira e auxiliaram na construção. Depois dele, nos anos 80, chegaram os seguintes sacerdotes: Pe. Floro Vodonis, Pe. Edson Luis Boiko, Pe. Daniel Kozlinski, atual Bispo Eparca da Argentina, Pe. Metódio Kravetz, Pe. Samuel Kozlinski, Pe. Jaroslau Susla, Pe. Bohdan Fleituch, Pe. Dionísio Zaluski, Pe. Demétrio Kovalski, Pe. José Kerniski e, atualmente, Pe. Vassilio Burko Neto.
Mais ou menos em 2004, as duas igrejas, latina e ucraniana, estavam em condições precárias, do que se levantou a polêmica sobre a necessidade de construir ou não construir duas novas igrejas. Decidiu-se em construir somente uma, a latina, mas que fosse também birritual, ou seja, que pudesse servir aos dois ritos. Porém, com a decisão de algumas famílias do lado ucraniano, que ofereceram material e ajuda, e com o aval do Pe. Demétrio Kovalski, decidiu-se também pela igreja ucraniana. Iniciada a sua construção, o povo doou materiais, bem como, por meio de promoções, foi construída a nova igreja em alvenaria. Os bancos são provenientes da comunidade da Igreja São Miguel Arcanjo da Serra do Tigre que, recebendo bancos novos, doou os antigos para a igreja de Taquari.
No ano de 2012, a antiga igreja de madeira teve que ser demolida, pois qualquer pé de vento poderia fazê-la ruir, proporcionando riscos aos fiéis.
Infelizmente, em abril de 2014, a igreja nova teve que ser interditada por problemas estruturais, ou seja, por falta de tesouramento, a cobertura estava cedendo e praticamente derrubando as paredes laterais. Foram, então, tomadas as providências corretivas, sob o comando do Sr. Dionisio Dybach. Atualmente, a igreja ainda não está completamente pronta por causa da falta de recursos, já que a comunidade é bastante carente.
A comunidade é atendida pastoralmente uma vez por mês, com celebrações litúrgicas somente em português. Algumas pessoas mais velhas ainda falam ucraniano. Quando é celebrada a Santa Missa na Igreja Santo Antônio todos os ucranianos participam; e quando é celebrada a nossa Divina Liturgia na Igreja Nossa Senhora do Amparo, todos os latinos também participam, manifestando união e colaboração.
O Pe. Vassilio relata que é gratificante atender a comunidade de Taquari sob o patronato de Nossa Senhora do Amparo. Ele não cobra pela viagem, bem como não reembolsa o dinheiro ofertado pelas intenções de missas, visando colaborar na arrecadação de fundos para a conclusão da nova igreja. Em sua primeira viagem, ele ficou muito decepcionado ao entrar no confessionário, ainda na igreja antiga, quando se deparou com um enorme rato, o qual em seguida empreendeu fuga. O primeiro contato com o povo também foi desanimador, pois quase ninguém respondia a Divina Liturgia. Mas, terminada a celebração e voltando para casa, sentiu uma “compensação espiritual gratificante e inexplicável”, o que o motiva a continuar atendendo alegremente a comunidade.
Dia 18, sábado, por uma estrada difícil devido às recentes chuvas, o Pe. Vassilio levou o Metropolita de fusca até a localidade, distante há 30 quilômetros da sede. Às 10 horas, o Prelado teve uma reunião com os membros do recém-eleito Conselho Administrativo Paroquial, encabeçado pelo Presidente-executivo Sr. Dionísio Dybach, com a presença do Pároco Vassilio. Estavam presentes os seguintes componentes: Ademar Tzorney, Flávio Kusianski, Jacó Rogulski, Ambrosio Kusianski, Metodio Marciniuk, Teófilo Kusianski, Nito Harmatiuk, Wilmar Eduardo Zwieczykowski. A comissão está no cargo desde março deste ano. O assunto principal foi a questão da manutenção da igreja e o futuro da comunidade. A maioria das famílias é da Igreja Latina e não existe pastoral organizada. Mas, segundo o Pe. Vassilio e outras lideranças, “se existe participação do povo na Divina Liturgia, que é celebrada uma vez por mês, deve-se continuar o atendimento pastoral”.
Com a participação Pároco e dos membros do conselho administrativo, o almoço foi servido na casa do Sr. Flávio Kusianski, o atual vice-presidente-executivo, casado com Olga Sobieranski Kusianski.
Às 14:30, houve um encontro de toda a comunidade com o Arcebispo Metropolita, que celebrou a Divina Liturgia em português e deu uma mensagem sobre a vida cristã no mundo de hoje, equilibrando as dimensões fé e vida.
À tarde, Dom Volodemer se hospedou na casa do Sr. Flávio e Sra. Olga.
Domingo, às 10 horas, foi celebrada mais uma Divina Liturgia. Antes de iniciá-la, a comunidade prestou uma homenagem ao Metropolita em frente à igreja. O casal Flávio Kusianski e Olga Sobieranski Kusianski com o pão e sal e o Sr. Iziquiel Zwieczykowski proferindo um discurso saudaram o Arcebispo Metropolita. A seguir o Pároco Vassilio tomou a palavra e saudou o visitante, destacando que ele faz o que pede o Papa Francisco: vai em busca das ovelhas mais distantes e sente o seu cheiro. A menina Madalena Caroline Dilay Kroin e o menino Welliton Edivan Kusianski entregaram um buquê de flores a Dom Volodemer.
Adentrando a pequena igreja e lidas as intenções pelo jovem Wesley Jonatan Wieczorkovski, estudante de Filosofia, foi dado início à Divina Liturgia em português, tendo a animação do Sr. Iziquiel Zwieczykowski. Em sua homilia, o Metropolita reconheceu os valores da comunidade e a animou a cultivar a identidade específica de cada rito. Ao final da celebração litúrgica, os fiéis presentes receberam a unção com óleo da Terra Santa.
Encerrando a visita de Dom Volodemer, com muita alegria e paz no coração, a comunidade se reuniu em seu humilde pavilhão de festas, onde foi servido o almoço de confraternização, com um suculento churrasco e demais comidas bem gostosas. O tempo colaborou e o encontro foi muito proveitoso – com a graça de Deus e participação de todos!