75 Anos de Missão das Irmãs Servas em Paulo Frontin

Domingo, dia 04 de outubro, às 09:30, cantando uma canção mariana, uma procissão partiu do Colégio Madre Anatólia para a Igreja São João Batista. Estavam presentes o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM e os seguintes sacerdotes: Pe. Sérgio Hriniewicz – pároco de Paulo Frontin, Pe. Paulo Markiv – superior provincial dos Padres Basilianos, Pe. Levi José Godoy – pároco da Paróquia latina São Joaquim e Santa Ana de Paulo Frontin, Pe. Vassilio Burko – pároco de Dorizon, Pe. Neomir Doopiat Gasperin e o diácono João Basniak vindos de Mallet. Aproximadamente 35 irmãs de várias localidades e o povo local seguiram até a porta de entrada da igreja sendo acolhidos pelas lideranças paroquiais ao som da Banda Marcial da Escola Coração de Maria de União da Vitória, dirigida pelo maestro José Carlos Gonçalves, que executava a canção “Oh spomahai nas Divo Marie”.

O Pároco Sérgio saudou o Metropolita e as autoridades presentes e acolheu o povo em geral. Ele fez um resumo da presença e missão das Irmãs Servas de Maria Imaculada em Paulo Frontin. A seguir, a menina Iohana Rita Dias entregou um vaso de flores ao Metropolita e o casal Luiz e Claudilene Kohut o saudaram com pão e sal.

Adentrando a igreja, o coral local, dirigido pela Ir. Celina Sloboda, SMI, de Prudentópolis, cantava “Bude imia Hospodne blahoslovene vid neni i do vika”, enquanto o Metropolita, os sacerdotes presentes, as irmãs e o povo ocupavam seus lugares na igreja.

Em seguida, iniciou-se a procissão com os símbolos jubilares, dirigida pela catequista Letícia Ribeiro. Ela disse: “Celebrar 75 Anos é resgatar a memória, valorizando a história, gestos, atitudes, ações, fazendo passar tudo pelo coração que hoje agradece e vibra de júbilo. Celebrar Jubileu de Brilhante é atualizar a experiência de Deus que caminha conosco. É um recordar agradecido, é memória celebrativa do passado, que se atualiza no presente e se abre para o futuro. Esta celebração é também um convite para nos colocarmos em atitude de súplica, a fim de pedir graças para os anos que hão de vir. São João Paulo, em seu documento sobre a vida consagrada, nos faz este alerta:  ‘Vocês não têm apenas uma história gloriosa para recordar e contar, mas uma grande história para construir. Coloquem seu olhar no futuro, para onde o Espírito impele a fim de continuar fazendo com vocês grandes coisas’”.

As catequistas Leandra Kretski e Vania Dias introduziram o símbolo nº 75. A Sra. Cleonice Dias, membro do Apostolado da Oração, apresentou o símbolo da vela acesa. A jovem Tamara Kohut trouxe o símbolo do grão de mostarda. Ir. Leonilda Nahirnei, SMI apresentou o quadro da Serva de Deus Ir. Anatólia Bodnar. Ir. Marta Antonio, SMI trouxe o incenso, como símbolo de ação de graças. Para finalizar a apresentação dos símbolos, Ir. Uliane Brecailo, SMI trouxe o quadro da bênção jubilar do Papa Francisco, cujo texto foi lido pela Ir. Margarida Hlatchuk, SMI – superiora provincial e entregue à Ir. Anselma Peremida, SMI – superiora da Casa Madre Anatólia pela passagem do Jubileu de Brilhante.

A solenidade prosseguiu com a celebração da Divina Liturgia. O Arcebispo Metropolita proferiu a homilia refletindo sobre o testemunho de vida evangélica dada por dois grandes santos canonizados e uma beata: São Basílio, São Francisco e Irmã Josafata Hordachevska. O primeiro foi grande reformador do monarquismo, tendo como referência a comunidade cristã primitiva; o segundo, cujo dia se celebra hoje, é exemplo do evangelismo radical e da fraternidade universal, sendo irmão dos irmãos e até mesmo “irmão da lua”; Josafata, fundadora da Congregação, santificou-se pelo sofrimento, pois passou por inúmeras provações. O pregador citou ainda alguns símbolos, como o grão de mostarda, o fermento na massa, o sal e a luz, que lembram o dinamismo da vida cristã em geral e, principalmente, da vida consagrada.

Durante o canto litúrgico mariano do “Dostoino” as jovens aspirantes, vindas de Mallet, trouxeram o quadro de Nossa Senhora do Amparo com a toalha e o terço, que foram colocados num suporte apropriado. A seguir, a Ir. Anselma proclamou a oração de súplica à mãe e padroeira Maria Santíssima.

Encerrada a celebração litúrgica, após os “Mhohaias litas”, fizeram uso da palavra: o Sr. Jamil Pech – prefeito municipal, que prestou homenagem à Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada entregando uma placa comemorativa pelos 75 anos de serviços prestados ao Município de Paulo Frontin; o Sr. Jonee Pech – vereador, entregou à Associação Imaculada Virgem Maria – Casa Madre Anatólia, na pessoa da Ir. Margarida Hlatchuk, SMI – superiora provincial, uma “Moção de Congratulações e Aplausos em reconhecimento pelo Jubileu de Brilhante – 75 anos servindo à Comunidade Frontinense”; o Sr. Irineu Carlotto – diretor do Colégio Monsenhor Pedro Busko, homenageou as Irmãs Servas de Maria Imaculada e agradeceu pelos seus relevantes serviços prestados de 1953 a 1974, fazendo a entrega de uma placa pela passagem dos 75 anos de trabalho educacional no município de Paulo Frontin; o Pe. Levi parabenizou as Irmãs pelo Jubileu e lhes desejou sucesso apostólico, ainda que em meio aos grandes desafios da atualidade; o Sr. Dionisio Retchestki falou em nome da Paróquia São João Batista, homenageando as Irmãs Servas pela missão e pastoral catequética exercida pelas irmãs junto à Comunidade, sua esposa Irene Retchestki e Teresa Stupka fizeram a entrega de flores à Ir. Margarida – superiora provincial e à Ir. Anselma – coordenadora da Casa Madre Anatólia.

Ir. Margarida fez o agradecimento ao Metropolita Dom Volodemer, aos sacerdotes presentes, especialmente ao Pároco Sérgio pela sua dedicação e zelo pastoral no trabalho conjunto com as Irmãs Servas, e ao Sr. Luiz Kohut, presidente-executivo da Comissão Administrativa Paroquial, pelo apoio concedido às Irmãs que aqui residem e trabalham.

Finalizando, as Irmãs Servas entoaram solenemente o hino congregacional em louvor e ação de graças pelos 75 anos. O Pe. Sérgio sugeriu ainda o “Parabéns” pela passagem do Jubileu de Brilhante da Casa Madre Anatólia.

Ao sair da igreja, todos puderam assistir ao alegre show da Banda Marcial. Depois, todos participaram do almoço festivo, servido no salão paroquial. Foram homenageadas as irmãs que prestaram seus serviços pastorais e educacionais em Paulo Frontin durante os 75 anos. A Equipe de Apoio Catequético e as Catequistas que trabalham junto com as Irmãs também receberam homenagens. A festividade terminou com o bolo jubilar e mais um solene “Mnohaia lita”, complementado por muitos votos de felicidades, sucessos e bênçãos divinas.

HISTÓRIA DAS IRMÃS SERVAS EM PAULO FRONTIN

 No dia 22 de maio de 1940, chegaram a Paulo Frontin duas Irmãs Servas de Maria Imaculada: Ir. Teresa Tecla Katerenhuk e Ir. Apolinária Ana Museka. Elas vieram cheias de coragem e expectativas para atender o povo ucraniano que migrou da Ucrânia para o Brasil, chegando para o sul do Paraná através do Rio Iguaçu.

A história da presença das irmãs nesta localidade sempre registrou uma resposta aos apelos do carisma da primeira religiosa da Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada – Irmã Josafata Hordachevska, beatificada pelo Papa João Paulo II, recentemente canonizado: “ir lá onde há maior necessidade”, bem como atender as necessidades da Igreja na área da pastoral, espiritualidade, educação, saúde e assistência social.

As Irmãs Servas de Maria Imaculada, através de seu serviço apostólico, educativo e assistencial deram continuidade ao grande sonho da Bem-Aventurada Josafata em servir o povo “de todo coração”, como aconteceu em Paulo Frontin. Fixando aqui sua residência com grandes dificuldades, as Irmãs iniciaram sua missão educativa numa escolinha construída pelos voluntários da Comunidade, onde atendiam os adultos, instruindo-os para os desafios da vida, porque a pobreza era grande. Ensinavam Catecismo às crianças e aos jovens. Curavam os doentes com ervas medicinais. Atendiam as pessoas que vinham buscar alívio para suas dores, porque não existia naquela época hospital ou posto de saúde. Assim, as irmãzinhas faziam o bem a todos como podiam e com o material que tinham. Eram tudo para todos: professoras, missionárias e enfermeiras.

Como as famílias aumentavam e eram pobres e necessitadas de recursos, em 12 de janeiro de 1951, foi inaugurada mais uma construção de madeira com o nome Colégio Santa Ana, onde as irmãs atendiam crianças pobres e órfãs, em regime de internato e semi-internato, para as quais ministravam aulas de ensino religioso, cultura básica, artesanato, trabalhos manuais e domésticos. As Irmãs recebiam auxílio do Governo para a manutenção das crianças órfãs e pobres.

Para sobreviver e ajudar na manutenção do Colégio e Orfanato, as irmãs trabalhavam no Grupo Escolar como professoras efetivas e administraram a escola do Governo de 1951 até 1974. Foram diretoras: de 1951 a 1958 – Ir. Eudocima Eufrosina Dobrovolski; de 1959 a 1968 – Ir. Efrema Josafata Spak e de 1969 a 1974 – Ir. Pelágia Maria Liszcyszyn.

Com o passar dos anos, o Colégio Santa Ana já não conseguia atender a demanda das crianças abrigadas, devido ao espaço e às necessidades da época. Aos 24 de agosto de 1966, iniciou-se a construção de um novo prédio em alvenaria para melhor atender as crianças pobres. A construção demorou vários anos por motivos financeiros, mas como a obra era divina, houve ajuda de benfeitores; e entre muitos sacrifícios e lutas incansáveis, o prédio foi concluído sob nova nomenclatura: Associação Amparo à Infância Madre Anatólia.

Desde 1980, a casa abriga meninas vocacionadas, isto é, pré-aspirantes, sob a responsabilidade de uma irmã formadora. Pré-aspirantado é uma etapa de formação inicial que possibilita à adolescente crescer no conhecimento de Jesus Cristo, nos valores humanos e cristãos, no desejo de conhecer o modo de vida das Irmãs Servas, como: oração, vida fraterna e missão apostólica para assim perceber a autenticidade de seu chamado à vida religiosa; aprofundar-se no conhecimento de si mesma e ser capaz de integrar-se no processo de formação pessoal. As irmãs dedicam o seu tempo na formação intelectual, espiritual, cultural, artística e social das pré-aspirantes.

As religiosas diligentemente continuam sua missão das origens: cuidam e zelam pelos altares da igreja local. Aos sábados atendem crianças, adolescentes e jovens na formação catequética, coordenam a Pastoral Catequética e realizam mensalmente reuniões de formação aos pais dos catequizandos junto à Paróquia São João Batista. Coordenam a Catequese e auxiliam o pároco nas seguintes localidades: Igreja Bom Jesus de Carazinho I, Igreja São Miguel Arcanjo de Carazinho II, Igreja Sagrada Família de São Roque, Igreja Assunção de Nossa Senhora de Vargem Grande. Organizam e conduzem grupos do Apostolado da Oração, jovens e Movimento Eucarístico Jovem (MEJ). Aos domingos, ensaiam cantos litúrgicos, preparam o povo para a Divina Liturgia, visitam as famílias, os doentes e pessoas idosas da Comunidade, levando palavras de conforto e apoio espiritual. Organizam cursos de Pessânkas, Língua Ucraniana e Artesanato.

Toda a missão que as irmãs realizam oferecem para a maior Glória de Deus, Louvor a Maria e paz entre as pessoas de boa vontade.

Ir. Anselma Peremida, SMI

FOTOS: Sra. Dirce Kornelhuk e Equipe