No domingo, dia 7 de novembro de 2021, durante a celebração da Divina Liturgia, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch deu posse ao Conselho Administrativo Paroquial (CAP) da comunidade paroquial da igreja matriz Santíssima Trindade na Colônia Marcelino, município de São José dos Pinhais-PR. O Pároco-Presidente do CAP Pe. Neomir Gasperin Doopiat concelebrou. O ritual de posse foi elaborado pelo próprio Metropolita a partir do ritual usado na Paróquia Exaltação da Santa Cruz de Rio das Antas, Cruz Machado-PR.
Após a procissão do Evangelho e a entoação dos “tropários”, enquanto os membros nomeados se posicionavam junto ao hall de entrada da igreja, o Sr. Laertes Cardozo anunciou o rito de posse e fez a leitura da justificativa deste CAP ser nomeado e não eleito. Os motivos são os seguintes: o Metropolita e o Pároco acharam mais produtivo para o maior bem da igreja e desta Paróquia recém-criada não interromper o trabalho do atual CAP que preparou todo o processo de transição e elevação desta comunidade ao status de Matriz Paroquial. Os membros que tomaram posse hoje são quase todos membros do CAP da época anterior à criação da Paróquia. Alguns membros pediram para sair, outros trocaram apenas de funções. São novos no CAP: o vice-presidente executivo, a segunda secretária, a segunda tesoureira e alguns conselheiros. A pedido do Pároco e com a autorização do Metropolita, o primeiro CAP, empossado hoje, terá também um novo cargo que fortalecerá a equipe. Trata-se da função de “Diretor de Patrimônio”. O membro que ocupará esta função terá a incumbência de gerenciar, com a ajuda dos demais membros nomeados e do Pároco, a tarefa de zelar e proteger o rico patrimônio arquitetônico e cultural da Matriz Paroquial.
Dando continuidade ao ritual de posse, o Sr. Laertes pediu para que todos ficassem em pé e fez a invocação ao Espírito Santo para que sua luz ilumine sempre o Conselho Administrativo Paroquial. Enquanto o coral entoava o canto ao Espírito Santo, os membros adentraram a igreja em procissão, posicionando-se em frente ao altar. Laertes fez a leitura da provisão metropolitana pela qual foi nomeado o CAP: 1 – Presidente: Pe. Neomir Doopiat Gasperin – Pároco; 2 – Presidente Executivo: Sr. Pedro Valmor Nogas; 3 – Vice-Presidente Executivo: Sr. Deonízio Clemente Starepravo; 4 – Diretor de Patrimônio: Sr. Nilton José Roncoski; 5 – 1º Tesoureiro: Sr. Josimar Siedeliski; 6 – 2º Tesoureiro: Srª. Noeli Cristiane Nogas Ramos; 7 – 1º Secretário: Srª. Lucimara Lenita Nogas Krefer; 8 – 2º Secretário: Srª. Susana Incote; 9 – Conselheiros: Sr. Nicolau José Buiar, Sr. Idalino Ivankio, Sr. Miroslau Baran, Sr. Mario José Suacki, Sr. Vilmar José Ibes Mazur, Sr. Hermínio Eloi Incote.
No texto da provisão, lê-se o seguinte trecho, que transmite resumidamente a responsabilidade não somente administrativa, mas também pastoral e espiritual do CAP: “O Conselho Administrativo Paroquial assume um serviço em benefício da comunidade e da Igreja, auxiliando o Pároco, Administrador ou Vigário Paroquial nos trabalhos pastorais, sobretudo, nas questões materiais e necessidades administrativas. É uma responsabilidade que exige muito empenho; mas com fé, amor e esperança, com a graça divina e a colaboração de todos é possível superar todas as dificuldades e progredir na busca do bem comum e da santidade”.
Ao final da leitura da provisão, a comunidade saudou os novos membros do CAP com uma salva de palmas. Dom Volodemer proferiu as preces, com o responsório tríplice em ucraniano dos fiéis – “Senhor atendei-nos” – para a uma abençoada e frutífera missão da equipe. Em seguida, ele solicitou para que os membros desta maravilhosa equipe fizessem a oração de compromisso: “Queremos servir a Santa Igreja, a nossa Paróquia e nossa comunidade e, nela, também os nossos irmãos e irmãs com suas famílias. Assim, queremos contribuir no crescimento do Reino de Deus. Recebei, Senhor, a nossa liberdade inteira. Recebei a nossa inteligência e toda a nossa vontade de trabalhar. Para que a vossa vontade, Senhor, tudo governe. Dai-nos somente o vosso amor e a vossa graça. Nada mais vos pedimos, pois isso já será o bastante para o nosso trabalho em equipe. Que a nossa comunidade seja sempre uma ‘Paróquia viva – ponto de encontro com Cristo vivo’. Que o nosso testemunho e a nossa luz sejam uma tocha luminosa, que atrai muitos para a nossa comunidade. Que as nossas decisões e os nossos trabalhos comunitários sejam abençoados e frutíferos para o bem de todos os paroquianos, da nossa Paróquia como um todo, da nossa Metropolia, da Igreja de Cristo e do Reino de Deus!”
Ao concluir a oração, a comunidade presente rezou em ucraniano o Pai nosso, Ave Maria e Glória, confiando seus líderes aos cuidados de Deus. Os membros do CAP receberam uma bênção especial do Metropolita e foram aspergidos com água benta.
Encerrando o ritual de posse, o Metropolita agradeceu ao CAP pelo trabalho já realizado, elogiou sua capacidade administrativa e lhe desejou votos de muito sucesso, encorajando-o diante das dificuldades, que são inevitáveis. “Que Deus os abençoe! Coragem! Eu sei que é difícil nos dias de hoje ter qualquer cargo de liderança, qualquer compromisso com um grupo, com a comunidade; porém unidos, trabalhando juntos, tudo se contorna, tudo se resolve!”, disse Dom Volodemer. Ele ainda apresentou três tarefas fundamentais para o CAP e para toda a Paróquia: 1) sinodalidade – ser uma Paróquia sinodal, onde todos dialogam e trabalham juntos, conforme pede o Papa Francisco; 2) extensão cultural em duas direções: formação de um coral misto e criação de um museu a partir da igreja antiga, buscando, através do diálogo com os órgãos competentes, as verbas necessárias para subsidiar esta ação; 3) laboratório pastoral: considerando as qualidades pastorais da nova Paróquia de Marcelino, de suas lideranças e agentes de pastoral, ela poderá ser uma espécie de laboratório pastoral para testar novas experiências, como a catequese catecumenal, antes de serem aplicadas às demais paróquias.
A homilia girou em tornou do poder da fé em comentário sobre a cura de uma mulher que sofria de um intenso fluxo de sangue e sobre a ressurreição da filha de Jairo (Lc 8,41-56). Os ditos de Jesus “minha filha, tua fé te salvou” e “não temas, crê somente” (vv. 48 e 50) Jesus dirige também hoje a cada fiel. Apesar do progresso da medicina e da ciência, a fé, a nossa fé em Deus, tem uma grande força; ela ajuda, tem um significado. A própria ciência reconhece que quem confia em Deus e nos médicos tem maiores chances de cura. “A fé tem um grande valor, um grande peso para a nossa vida, para a nossa existência, para superar tantos males, provações e sofrimentos”, destacou Dom Volodemer. “A fé é uma força espiritual e moral muito grande, que precisamos aumentar e cultivar muito mais, precisamos pedir ao Espírito Santo para que ajude em nossa incredulidade”, completou. Citou o exemplo de um senhor dos tempos da juventude de padre, que lhe relatou suas enormes dificuldades e disse: “Se eu não tivesse fé, há muito tempo estaria louco e internado num hospício”. A fé manteve aquele homem em pé; ele não perdeu a energia, se manteve fiel a Deus, à Igreja, à comunidade, se manteve fiel à família, em tudo.
Após a homilia, seguiu-se a Divina Liturgia. No final da celebração, o coral, que brilhantemente entoou toda celebração, cantou o “Mnohaia lita” em homenagem ao CAP, após a prece do Arcebispo. O Pároco Padre Neomir deu os avisos gerais à comunidade e o coral finalizou com o canto.
Para o almoço, o Metropolita, o Pároco e o Seminarista Leandro Zazula, que foi de motorista ao Metropolita, dirigiram-se para a casa de Jair da Cruz e Vanessa Nogas. O casal tem dois filhos: João Victor e Joaquim. Com a família mora a jovem Sandra, irmã de Vanessa, filhas de Marquiano Nogas. Sandra tem dificuldade de locomoção, tendo que usar moletas, mas ela não se intimidou com essa limitação, se embrenhou nos estudos e já está terminando a faculdade de Pedagogia. Um exemplo de superação! Dom Volodemer lembrou com emoção a imagem que ficou em sua memória: em 2003, quando atendia a comunidade como padre, último ano de sua missão presbiteral, o pai Marquiano vinha receber a comunhão com a pequena Sandra nos braços, acompanhado pela Vanessa, na época uma adolescente. Os anos passaram e os familiares encararam e superaram muitas outras dificuldades. O prato principal foi um “entrevero” bem caprichado, servido num clima de fraternidade e descontração.
Texto: Lucimara Lenita Nogas Krefer
Fotos: Thaicia Nogas e Dom Volodemer