Romaria mariana e jubilar em Vera Guarani

Nos dias 7 e 8 de setembro de 2025, a Paróquia de Vera Guarani celebrou a Festa da sua Padroeira – Natividade de Nossa Senhora e também o Ano Santo Jubilar com a Indulgência Plenária. Já é uma tradição, no dia da Festa da Padroeira, realizar a romaria mariana em nível paroquial, homenageando a pequena estátua do Imaculado Coração de Maria, que no dia 4 de agosto de 1981 foi encontrada praticamente intacta entre as cinzas do incêndio que destruiu a igreja de madeira. A Comunidade vê nessa imagem um milagre e um sinal de Deus e de Maria e a denomina como “Nossa Senhora de Vera Guarani”. “Não é uma simples coincidência”, está escrito no convite para a solenidade. Antes de relatar o fato da festividade jubilar, a presente matéria apresenta um breve histórico sobre a imagem.

Um pouco de história

A primeira capela na região foi construída na linha Gonçalves Júnior, depois Cândido de Abreu; e, por volta do ano 1908, a primeira capela na vila de Vera Guarani, hoje distrito de Paulo Frontin. A comunidade crescia e a pequena capela já não acolhia a todos; por isso, em 1924, iniciou-se a construção de uma nova igreja maior, no estilo bizantino. Na época, a comunidade era atendida pelos Padres Emiliano Ananevicz, Pedro Protzkiv e Pedro Busko. A igreja foi solenemente inaugurada em 1939, fruto de muito esforço, trabalho, suor e prova de muita fé. A madeira foi doada e preparada pelos próprios fiéis. A igreja ficou muito bonita, verdadeira obra de arte, motivo de muito orgulho para a comunidade. Os objetos sacros foram adquiridos com muito esforço pela comunidade ou frutos de doações especiais das famílias.

No dia 4 de agosto de 1981, em pleno inverno e um ano de muita seca, provocado por um curto-circuito, em poucos minutos um incêndio consumiu a bonita igreja. O Pe. Sérgio Hryniewicz, que atendia a comunidade na época, conseguiu salvar o cálice com o Santíssimo Sacramento. O calor foi tão grande que praticamente tudo foi destruído: castiçais, ostensórios, cálices, vidros que chegaram a derreter e ferros ficaram retorcidos.

Para a surpresa de todos, no dia seguinte, ainda entre vigamentos que continuavam a queimar, no meio das cinzas foi encontrada pelas crianças uma pequena estátua do Imaculado Coração de Maria, imagem de gesso comum e que estava exposta a quatro metros de altura. Como se pode comprovar pelas fotos do interior, a estátua está intacta, apenas chamuscada e manchada por vidro derretido.

O fato de a imagem encontrada entre os escombros estar praticamente ilesa, desde o início foi atribuído pela comunidade como um milagre, um sinal de Deus, um sinal de Nossa Senhora.

Em cima das cinzas, em pouco tempo, surgiu um santuário, que acolhe confortavelmente todos os fiéis da comunidade.

Nesses mais de 40 anos, muita coisa aconteceu, a comunidade sempre teve muita devoção, sempre cuidou da imagem com muito carinho e fé. Muita oração, novenas, inúmeras graças alcançadas.

A imagem do Imaculado Coração de Maria é fruto de uma promessa feita em 1939 pela Sra. Lídia Chandocha. Seu irmão Basílio se feriu gravemente num acidente com uma faca e a ferida não cicatrizava. Então, ela fez a promessa de doar para a nova igreja uma imagem do Imaculado Coração de Maria. Em pouco tempo, o menino ficou curado e ela cumpriu a promessa.

Em 2006, por iniciativa do Pe. Luiz Pedro Polomanei, foi organizada a primeira romaria em nível paroquial, com a participação de todas as comunidades pertencentes a esta Paróquia. Foi repetida nos anos seguintes, sempre aumentando o número dos participantes.

Celebrações

Os paroquianos já vinham se preparando para a Festa da Padroeira desde o início da semana, sendo que a maior movimentação se deu no final de semana. Sábado de manhã, dia 6 de setembro, no centro de eventos, o Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch visitou as equipes de trabalho, muito dispostas e animadas, apesar do tempo chuvoso e bastante frio. Lembre-se que, nos bastidores, de forma discreta, as Irmãs Catequistas de Sant’Ana sempre estão presentes e prestam sua ajuda na organização dos eventos e nos serviços.

Às 19h, foi celebrada a Divina Liturgia em português para atender o pessoal que estava trabalhando nos preparativos da festa. Dom Volodemer celebrou, enquanto o Vigário Paroquial Pe. Sérgio Hryniewicz atendia confissões.

Em sua homilia, comentando a alegoria dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33-42), o Arcebispo falou sobre a conversão, que deve estar sempre acontecendo na vida de um cristão que, em profundo discernimento, se examina se está produzindo o bem para a sua comunidade ou não. Ligando a narrativa evangélica à Festa da Padroeira, ele disse que Maria Santíssima é modelo na busca e realização do bem, sempre visando a vontade de Deus.

Dia 7, ao amanhecer, o som dos sinos da igreja e a alvorada de fogos de artifício anunciavam um domingo alegre e festivo, apesar de que o tempo continuou meio tristonho, com céu nublado e frio intenso.

A partir das 8h, os romeiros vinham chegando e, iniciando às 08h30, realizou-se a Oração do Santo Terço dos Homens e das Mulheres. A seguir, diante do altar de Nossa Senhora e da imagem do Imaculado Coração de Maria, o Pároco Vassilio Burko Neto dirigiu a Novena a Nossa Senhora.

Após a reza do “Moleben”, formou-se a procissão saindo do centro de eventos até a igreja com o ícone da Padroeira, juntamente com todos os quadros e ícones dos padroeiros de todas as doze comunidades pertencentes à Paróquia. Adentrando a igreja, os quadros e ícones dos padroeiros foram acomodados em suportes colocados no presbitério ao redor do altar.

Foi lida uma longa lista de intenções, lembrando especialmente os romeiros, benfeitores e festeiros. Pontualmente às 10h, foi dado início à Divina Liturgia, presidida pelo Metropolita e concelebrada pelo Pároco Vassilio. O Pe. Alcione Zenin – Pároco da Paróquia Latina de Paulo Frontin marcou presença e concelebrou. A partir da procissão com os Santos Dons, o Pe. Sérgio também concelebrou.

Antes e durante a celebração litúrgica, o Pe. Sérgio Hryniewicz – Vigário Paroquial em Vera Guarani, o Pe. Daniel Horodeski – Pároco de Mallet, o Pe. Michael Barbusa – Pároco de Dorizon e o Pe. Luiz Pedro Polomanei – Vigário Paroquial de União da Vitória estavam atendendo confissões. A Divina Liturgia foi belamente cantada pelo coral da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Mallet, sob a regência do Sr. Tiago Oszust.

Estando no Ano Santo Jubilar, como peregrinos da esperança, e celebrando a Festa da Padroeira da Paróquia – Natividade de Nossa Senhora, Dom Volodemer falou sobre a esperança na vida de Maria Santíssima – uma esperança messiânica, que nela se concretizou, porque foi ela a escolhida por Deus para ser a Mãe do Messias, o Salvador Jesus Cristo. O Metropolita destacou que a imagem do Imaculado Coração de Maria é um sinal vivo da presença de Maria e que indica o caminho a seguir: sempre se voltar a Cristo, ao amor de Cristo, e ser instrumento desse amor. A nossa fé deve ser sempre messiânica, voltada ao Messias, na esperança da salvação eterna por Cristo e em Cristo.

Ao final da Divina Liturgia, todos se ajoelharam e foi concedida a Indulgência Plenária. Juntamente com o Metropolita, os Padres concelebrantes e os que atenderam confissões estenderam seus braços em oração pelo povo, acompanhando a Benção Apostólica em ucraniano e português. Após a oração do Pai nosso, Ave Maria e Glória na intenção do Santo Padre, também em ucraniano e português, os padres presentes aspergiram os fiéis.

A solenidade continuou com o almoço tradicional, servindo um churrasco bem preparado, a cozinha ucraniana impecável, os doces e outras iguarias. Não podiam faltar as diversões com diversas rodadas de bingo para os quais foram solicitados brindes. Ao entardecer, houve uma tarde dançante animada pelo Grupo Marca Fandangueira de Rio Negro.

Que a Padroeira Natividade de Nossa Senhora abençoe e acompanhe a caminhada de fé e esperança da Paróquia de Vera Guarani!

Secretariado Metropolitano