Nos dias 27, 28 e 29 de setembro, realizou-se o retiro do Apostolado da Oração na Colônia Marcelino, coordenado pela Ir. Juliane Martinhuk, SMI, com o apoio da dedicada equipe composta pela Ir. Marta Anatólia Marinhak, ISJ, Catequista Doroteia Naconeschen, ISCJ, Neli Terezinha Sobanski Costin, Basílio Tremba e Luciane Fagundes Tremba. Participaram deste valioso momento de oração e reflexão 105 membros do Apostolado da Oração de diversas comunidades da Metropolia.
No dia 27 de setembro, o retiro iniciou com o jantar às 18h30, seguido pela Divina Liturgia celebrada pelo Pe. Marcos Chmilouski, OSBM e concelebrada pelo Pe. Neomir Doopiat Gasperin – Pároco e o Pe. Iwan Kerneski – Vigário Paroquial. Após a Santa Missa houve um belo momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, preparado e conduzido pela Ir. Marta com a ajuda musical do Pe. Marcos. Foi um profundo momento de oração para os participantes do retiro.
No sábado, 28 de setembro, o dia começou com a oração da manhã na capela da casa, o qual foi conduzido pela Ir. Marta. Após o café, todos se dirigiram ao salão, onde os retirantes foram acolhidos pela Ir. Juliane e convidados a participar da dinâmica chamada “estoure o balão e cumpra sua missão”, preparada e conduzida pela integrante da equipe Neli Terezinha. Após a dinâmica, o Pe. Marcos, palestrante da manhã de sábado, iniciou sua reflexão com o canto “És Água Viva” e em seguida abordou o tema do retiro: “o que tem sede, aproxime-se” (Ap 22,17).
O Padre leu o texto do Apocalipse e falou sobre Jesus como a verdadeira fonte de água viva. Explicou que devemos nos aproximar de Jesus, que se antecipa a nós, colocando-se à nossa disposição antes mesmo de pedirmos. “Deus nos ama primeiro”, ressaltou. Ele também comparou a sede física à sede espiritual, afirmando que, assim como nos movemos para saciar a sede do corpo, devemos fazer o mesmo pela nossa alma. “Não basta que Deus exista; é preciso que nos movamos em sua direção e busquemos a santidade”, destacou. Ele aproveitou para alertar sobre os perigos das redes sociais, que “aproximam quem está longe, mas afastam quem está perto”, e aconselhou a deixar que o belo e o bom preencham nossas vidas.
A palestra seguiu com a reflexão de que devemos experienciar os momentos espirituais de forma plena, pois “bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus”. O Pe. Marcos ressaltou a importância de percebermos nossa sede espiritual e fez um apelo para que colocássemos Jesus no centro de nossas vidas, afirmando que a santidade deve fazer parte de nosso cotidiano.
Após um pequeno intervalo, o Padre leu, juntamente com os participantes, passagens do livro do Êxodo e do livro de Judite, tirando a seguinte mensagem: assim como a sede física afeta o corpo, a sede de Deus pode tirar nossa força espiritual. Moisés, no deserto, clamou a Deus pela água que saciaria o povo, assim também a nossa busca pela salvação deve ser contínua, pois “a fonte inesgotável é Deus”.
Na sequência, o Pe. Marcos fez uma reflexão baseada no livro de Isaías e no Apocalipse, ressaltando que “todos que têm sede devem vir a Deus”. Ele enfatizou que todos experimentamos uma sede espiritual que não pode ser saciada de qualquer maneira, sendo Jesus a verdadeira fonte. A palestra também trouxe passagens da Carta de São Tiago e do Salmo 62. Foram lembradas as palavras de Jesus à mulher samaritana: “A água que eu der se tornará uma fonte de vida eterna”.
Após o almoço, reunidos novamente no salão, a Ir. Juliane anunciou que seria feita uma caminhada no ambiente externo. Todos foram convidados a fazê-la em espírito de oração. Ela perguntou: “Quem veio saciar a sede e quem tem sede?” Iniciou-se o caminho ao som da canção “Terra seca”.
No primeiro momento de pausa, refletiu-se sobre a sede biológica da água, destacando sua importância essencial para a vida. Ir. Juliane mencionou que metade da população mundial não tem acesso à água potável. Ela explicou que, naquele momento, saborearíamos a água de forma diferente, saciando nossa sede em Jesus para alcançar abundância e plenitude. Nesse ponto, abriu espaço para testemunhos de quem já havia experimentado a sensação de não poder beber água; e vários membros compartilharam a angústia que sentiram. Em seguida, cada pessoa pegou um copo de água que estava sobre a mesa e houve um momento especial, no qual todos beberam a água em forma de oração, oferecimento e agradecimento.
O segundo momento de pausa para a reflexão foi sobre a sede emocional: sede de elogios, de afeto e de reconhecimento, que muitas vezes causa tristeza e desânimo. A Irmã explicou que, nesse aspecto, era necessário cuidar da nossa alma, sem deixar que ela se enfraquecesse. Também mencionou a sede de atenção, aceitação e apoio, que pode deixar as pessoas carentes. Neste momento, cada membro escreveu sua sede emocional em uma folha e a depositou no simbólico coração de Jesus, fazendo o pedido de cura. Durante este momento, a canção “Cura Senhor” ajudou todos a fazerem o momento de entrega.
No terceiro momento, refletiu-se sobre a sede espiritual, que está em todos nós. Ir. Juliane ressaltou que nossa vida vem de Deus e que um dia voltaremos a Ele. Ela destacou a importância de revermos nossa vida, pois estamos neste mundo apenas de passagem. Em seguida, leu uma metáfora e pediu que cada um refletisse sobre sua missão, lembrando que todos têm um propósito a cumprir. A Irmã também compartilhou que esteve em Lourdes, na França, e recebeu a graça de trazer água para os membros, pois o tema do retiro tinha como elemento principal a água. Esta água da fonte de Lourdes foi colocada em uma vasilha, e cada um traçou uma cruz na testa do próximo, dizendo: “você é filho amado de Deus, herdeiro do céu”.
Após este momento de profunda reflexão, oração e partilha, os retirantes foram conduzidos à igreja para realizar o exame de consciência e aproximar-se do Sacramento da Confissão. Após as confissões, a Catequista Doroteia conduziu a oração do Terço luminoso, com reflexões dos mistérios. O sábado encerrou-se com a Divina Liturgia, seguida por um momento de convivência e cantos religiosos, liderado pelas belas vozes do Pe. Marcos e Ir. Marta, e acompanhado com entusiasmo e alegria pelos participantes do retiro.
No domingo, 29 de setembro, a oração da manhã foi conduzida pela Catequista Doroteia, que destacou a importância da oração em nossas vidas. Após o café da manhã, o grupo se reuniu novamente no salão, onde foi desenvolvida uma dinâmica de acolhida conduzida pela Neli Terezinha. Prosseguindo, a Ir. Juliane conduziu sua reflexão, destacando a frase de Jesus na cruz: “tenho sede” (Jo 19,28). Durante sua fala, ela mostrou a sede que Jesus tem, com base no caminho da via sacra, esclarecendo que Jesus tem sede que cada pessoa acolha a vontade de Deus; que abrace sua cruz; que uns ajudem aos outros a carregarem suas cruzes; que as pessoas perdoem; enfim, que as pessoas estejam dispostas a entregarem a vida por Ele.
Encerrando o retiro, os participantes fizeram uma reflexão sobre como poderiam amenizar a sede de Jesus em suas comunidades, agora que eles próprios haviam sido saciados espiritualmente durante estes dias. O momento de reflexão foi finalizado pelo Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, que proferiu umas palavras sobre o simbolismo da água a partir do encontro de Jesus com a mulher samaritana. Ele abençoou os frascos com a água trazida de Lourdes pela Ir. Juliane e que cada participante pôde levar para casa.
Todos se dirigiram até a igreja para a Divina Liturgia, que foi celebrada pelo Arcebispo e concelebrada pelo Pe. Marcos e Pe. Sergio Ivankio, OSBM – Superior do Convento basiliano de Iracema. Os serviços litúrgicos foram feitos pelo Diácono João Basniak. Em sua homilia, Dom Volodemer refletiu sobre o Evangelho do dia, explicando os tipos de amor: físico, emocional, cristão, místico.
Após a bela celebração, cantada pelos participantes do retiro e dirigida pela belíssima voz da Ir. Marta, foi feita a foto oficial e todos seguiram para o almoço.
Cada participante voltou para sua casa com o espírito renovado e saciado pela Água Vida. Damos graças a Deus por permitir que este retiro fosse um sinal de bênção e confiamos cada participante ao Sagrado Coração de Jesus para que consiga cumprir bem sua missão.
Texto: Neli Terezinha Sobanski Costin e Ir. Juliane Martinhuk, SMI
Fotos: Luciane Fagundes Tremba