Visita Canônica e Romaria Mariana em Vera Guarani

Aconteceu entre os dias 28 a 31 de julho de 2016 na sede paroquial Natividade de Nossa Senhora em Vera Guarani a Visita Canônica do Arcebispo Metropolita Dom Volodemer Koubetch, OSBM. A visita teve uma beleza característica, pois seu encerramento coincidiu com a romaria mariana em louvor à imagem de Nossa Senhora que há 35 anos foi resgatada intacta das chamas do incêndio que consumiu a bela igreja de madeira.

De acordo com a programação, dia 28, quinta-feira, às 18.00 hs, sob a orientação das Irmãs Catequistas de Sant’Ana, foi feita a recepção oficial a Dom Volodemer pela comunidade. Em procissão, o Arcebispo e o Pe. Sergio Hrynievicz – Pároco, acompanhados pelos membros do Grupo Folclórico Molodh e pelo Grupo de Jovens JUNAC, seguiram até à frente da igreja, onde um bom número de fiéis os aguardava.

Primeiramente, a Sra. Maria Goreti Stupka Hrynievicz saudou Dom Volodemer. Ela lembrou a missão de Nossa Senhora na história da salvação e desejou ao Metropolita a proteção da Mãe de Deus. Em seguida, representando os dois grupos de jovens, Luana Gruba acolheu Dom Volodemer com sentimentos de afeto, reconhecendo a sua dedicação nas visitas às comunidades. “Grande é a alegria de recebê-lo, pois suas palavras produzirão frutos na comunidade, fortalecendo-nos na fé para levarmos adiante os ensinamentos cristãos. Vossa presença trará mais luz, esperança, sabedoria e conhecimento para fortalecer cada vez mais a nossa comunidade”, disse a jovem. Representando a comunidade, em seu discurso de acolhida, a jovem Cristina Hasse, disse que todos os fiéis deixaram seus afazeres e se fizeram “presentes para que, ouvindo suas palavras, possam abrir os corações ao anúncio da Boa Nova. A sua presença é um sinal de esperança. Significa que não estamos sozinhos em nossa luta e que junto de nós está a Igreja representada na figura de nosso pastor, o bispo. Sua visita também é sinal de amizade e comunicação com as pessoas que esperam uma palavra de incentivo e encorajamento na fé para levar adiante as lutas da vida”. Ela pediu ao Arcebispo para abençoar o pão e o sal, que são símbolos da vida, da alegria e da abundância. O pão e o sal foram apresentados pelo casal Pedro e Sofia Kravec. Entregando um buquê de flores, a menina Isabel Petrika fez uma pequena homenagem a Dom Volodemer, dizendo que “as flores revelam todos os sentimentos e emoções que preenchem as nossas almas e lhe são dadas com amor e carinho”. O Pe. Sérgio comparou a Visita Canônica do Metropolita com as viagens de Jesus, que percorria os lugarejos na Palestina, levando sua mensagem, doutrina e ensinamento: “hoje, Dom Volodemer, como pastor, tem a mesma função. Mesmo com tantos afazeres se dispõe a conhecer todas as comunidades, levando sua palavra e sua bênção”. O Pároco fez memória do incidente com a primeira igreja que queimou há 35 anos, data a ser lembrada no dia 04 de agosto. “E que neste Ano Santo da Misericórdia, através da abertura da Porta Santa, da prática do Sacramento da Confissão, da participação da Divina Liturgia e da renovação da fé, possamos todos receber a indulgência plenária”, concluiu o sacerdote.

Terminada a recepção, deu-se início à novena de súplica – Abertura da Porta Santa, após a qual, entoando o canto “V nazareti zatsvela lelia”, os presentes adentraram a igreja para a celebração da Divina Liturgia. As intenções foram lidas pela jovem Sirlei Senczuk, que está cursando o 2º ano do Curso de Formação de Catequistas, realizado há alguns dias em Mallet. A epístola ficou sob a responsabilidade da jovem Kelly Nahirny. Dom Volodemer explicou o que significa Visita Canônica e qual é o papel de quem a faz, seja o arcebispo, seu auxiliar ou algum padre por ele delegado. Comparando com pequenos “rebanhos”, ele demonstrou a importância do Conselho Administrativo Paroquial (CAP), de todas as pastorais e movimentos eclesiais atuantes dentro da comunidade para seu próprio crescimento espiritual. Fez também uma menção especial ao Ano da Misericórdia, lembrando o lema “Ser misericordiosos como o Pai”.

Após a Divina Liturgia, houve a reunião com o CAP, momento em que Dom Volodemer aproveitou para conhecer mais a fundo a situação atual da comunidade, tanto na sua dimensão social como na dimensão eclesial. Foram revistos todos os aspectos em relação à Pastoral Catequética e aos demais movimentos e grupos existentes.

Na sexta-feira, dia 29, na parte da manhã, às 9.30hs, o Arcebispo teve um encontro com os membros do Apostolado da Oração. Conheceu a situação atual do movimento, que conta hoje com 64 membros, sendo 44 senhoras e 20 senhores. A atual coordenadora é a Sra. Tereza Hrenichen. São feitas reuniões mensais sob a orientação da Ir. Salete Melnik, ICSA. Dom Volodemer destacou o valor das intenções do Papa para o Apostolado da Oração. Explicou rapidamente os seis pontos da espiritualidade que devem ser o sustentáculo de todo o grupo e de cada membro do movimento, o que resulta num programa de vida espiritual completo: 1) Oferecimento diário; 2) Sentir com a Igreja; 3) Vida eucarística; 4) Devoção ao Sagrado Coração de Jesus; 5) Devoção ao Sagrado Coração de Maria; 6) Devoção ao Espírito Santo. Pediu atenção especial aos casais novos, à catequese de adultos, ao trabalho com as famílias, etc.

Para o almoço, o Metropolita foi recebido na casa da família do Sr. Mariano Kerniski e Oksana Boikivski Kerniski, pais do Seminarista Ivan Kerniski, que está no Seminário Maior São Josafat e faz o 3º Ano de Filosofia na Fasbam – Faculdade São Basílio Magno em Curitiba. Dom Volodemer aproveitou a oportunidade para levar a Santa Comunhão para a avó – “baba” do Ivan, Sra. Maria Boikivski. Ela está com 102 anos, bem lúcida, e ainda trabalha no quintal. Estavam presentes outros dois filhos: Verônica casada com Abel Stemposki e Daniel, o filho mais novo. Madalena, a filha mais velha trabalha em Curitiba. A família tira seu sustento do plantio do tabaco, são fumicultores. Criam alguns animais para o sustento e possuem uma bela propriedade.

De volta a Vera Guarani, Dom Volodemer visitou a Escola Santa Terezinha, onde se realizam celebrações mensais da Divina Liturgia. A zeladora e catequista é a Sra. Inês Stemposki Albin. A propriedade é da Antiga Sociedade Agrícola Instrutiva.

Às 18.00 hs, iniciou-se a reunião com os jovens, durante a qual Dom Volodemer se inteirou melhor das atividades dos dois grupos: o Grupo Folclórico Molodh e o Grupo JUNAC. A reunião foi concluída com uma reflexão sobre fé e vida. O Metropolita pediu para que, além de fortalecerem o corpo com os exercícios e a dança, os jovens também fortaleçam o espírito. Os dois grupos não podem separados, mas unidos, formando um movimento que enriqueça si mesmo e a comunidade.

Terminada a reunião, teve início a Divina Liturgia, celebrada pelo Arcebispo. Fizeram-se presentes, além dos grupos de jovens, um grande número de fiéis. A jovem Sirlei Senczuk fez a leitura das intenções e a jovem Marili Hrenichen fez a leitura da epístola. Dom Volodemer falou sobre o perdão, frisando a resposta de Jesus aos discípulos que perguntavam até quantas vezes se deve perdoar, ao que Jesus respondeu até 77 vezes.

Ao final da celebração, todos os fiéis dirigiram-se ao pavilhão, onde aconteceu uma pequena apresentação realizada pelo Grupo Folclórico Molodh. Foram apresentadas três danças e um canto – para o aplauso de todos os presentes. Todos foram convidados a participarem de uma pequena confraternização organizada pela comunidade.

No sábado, dia 30, na parte da manhã, às 11.30 hs, na Linha Santana, Dom Volodemer foi recebido na casa da família do Sr. Fernando e Tereza Malkut para almoçar. Toda a família estava reunida. Ela tira seu sustento do plantio do tabaco e também possui horta para o próprio consumo.

Às 14.30 hs, o Arcebispo reuniu-se na sala de catequese com as crianças, catequistas, membros do MEJ e alguns pais para uma pequena reunião. Dom Volodemer iniciou o diálogo com as catequistas procurando informar-se sobre o andamento da catequese. Depois, fez perguntas às crianças sobre o Ano da Misericórdia e explicou as obras de misericórdia corporais e espirituais. Com a participação das crianças, explicou a parábola do filho pródigo.

Estando todos no interior da igreja, prontos para a Divina Liturgia, os adolescentes do MEJ e as crianças da catequese fizeram uma breve encenação chamada “A estrela verde”, dirigida à pessoa do Arcebispo. Nela, os integrantes interpretaram as estrelas que conversavam com Deus, cada uma mostrando sua função; mas sentiram a falta da estrela verde, que é a esperança. Esta estrela é Dom Volodemer, que leva a esperança a todas as comunidades; suas palavras são sementes que germinarão e produzirão frutos para o futuro. As intenções foram lidas pela Ir. Salete e epístola foi lida pela jovem Flavia Alessandra Stemposki. Na homilia, o Arcebispo enfatizou ainda mais o tema da misericórdia, relacionando-o com o amor e o perdão. Chamou a atenção para o mau exemplo que vem da parte dos adultos em diversos setores da vida social e cristã. Destacou sobretudo a importância do bom exemplo dos pais na educação dos filhos e a necessidade da Igreja em trabalhar mais intensamente com as famílias.

Após a Divina Liturgia, Dom Volodemer fez uma visita ao cemitério, onde se deparou com a precariedade da capela do Pe. Metodio Koval. Ele projetou uma reforma total para aproveitar melhor o espaço, pensando na estética e também na funcionalidade.

Ao retornar ao convento, o Metropolita iniciou a verificação dos livros documentais pertencentes à comunidade.

Às 19.00 hs, Dom Volodemer foi recebido para o jantar na casa do Sr. Pedro Hrynievicz e de sua esposa Maria Goreti Stupka Hrynievicz. Pedro é irmão do Pe. Sergio, que atende pastoralmente a comunidade. Também se faziam presentes os pais de Maria, Sr. João Stupka e Sra. Tereza Stupka. Sr. Pedro trabalha com o comércio de madeira e a Sra. Maria Goreti é professora. Possuem uma bela propriedade, fruto do seu trabalho.

Domingo, dia 31, a partir das 8.00 hs, começavam-se as orações na igreja, devido ao dia de romaria mariana, num encontro com todas as comunidades pertencentes à Paróquia de Vera Guarani, bem como das comunidades vizinhas. Às 9.00 hs, deu-se início à procissão. Cada comunidade trouxe o ícone do seu padroeiro. Além da comunidade de Vera Guarani, estavam presentes fiéis das seguintes comunidades: Cândido de Abreu, Carazinho I e II, Colônia Eufrozina, Gonçalves Junior, Paulo Frontin, São Roque, Vargem Grande, Dorizon.

Adentrando a igreja, cada comunidade colocou seu ícone nas mesas disponibilizadas em torno do altar-mor. Logo foi iniciada a Divina Liturgia Solene Pontifical, presidida por Dom Volodemer e concelebrada pelo Pe. Sergio Hrynievicz. O Diácono João Basniak exerceu sua função litúrgico-diaconal. Os Padres Dionísio Zaluski, Vassílio Burko Neto e Sandro Dobkoski atendiam confissões durante a celebração.

Grande número de fiéis se fazia presente, preenchendo a espaçosa igreja. A epístola foi cantada pelo Sr. Gilberto Gruba. Na homilia, Dom Volodemer salientou ainda mais o dinamismo do Ano da Misericórdia, fazendo comparações da vida de Maria Santíssima, fidelíssima a Deus e às leis religiosas de seu tempo, com a vida de muitos católicos no mundo atual, muitas vezes desleixados e resistentes diante das orientações da Igreja. A geração contemporânea é fraca de espírito, caráter e personalidade, e não suporta o mínimo sofrimento. Imitando Maria, faz-se necessário “fortalecer cada vez mais o espírito e nos capacitarmos para o exercício da misericórdia”, concluiu o pregador.

Finalizada a Divina Liturgia, conduzidos pelo Pároco e pelo Metropolita, todos rezaram de joelhos as orações do Ano da Misericórdia, depois o Pai Nosso, Ave Maria e Glória na intenção do Santo Padre e o Metropolita concedeu a bênção apostólica para a recepção da indulgência plenária. Em seguida, o Pároco celebrou a Novena em honra de Nossa Senhora, durante a qual Dom Volodemer impunha as mãos sobre todos os fiéis que queriam receber por meio dele uma bênção especial.

Após a Novena e a imposição das mãos, os fiéis foram para suas casas almoçar. Às 13.00 hs, retornaram à igreja em pequenos grupos para a recitação das 1000 Ave-Marias.

O Metropolita, os padres, as irmãs e um pequeno número de fiéis dirigiram-se até o Pesque-pague Guarani, onde foi servido o almoço de confraternização.