Dom Francisco Carlos Bach: 5º Bispo de Joinville

A Diocese de Joinville, Estado de Santa Catarina, estava vacante desde o falecimento do Bispo Dom Irineu Roque Scherer, ocorrida em julho de 2016. Desde então estava sendo administrada pelo Pe. Adenir José Ronchi. Para alegria do povo de Deus de Joinville e região, dia 19 de abril de 2017, o Vaticano anunciou o nome do novo Bispo da Diocese de Joinville: Dom Francisco Carlos Bach, cuja celebração de posse, com início às 15 horas, aconteceu no dia 24 de junho, Festa de São João Batista, na Catedral São Francisco Xavier.

Dados biográficos

Dom Francisco nasceu no dia 4 de maio de 1954, em Ponta Grossa, filho de Francisco Bach e Helena Denchura Bach. Seus irmãos são: Iolanda, João Paulo e Marcos Fernando. Realizou seus estudos fundamentais no Grupo Escolar Professor Colares.

Em 1964, ingressou no Seminário Menor Diocesano São José em sua cidade natal. Estudou no Seminário Menor São José, fez Filosofia no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos em Curitiba e cursou Teologia no Studium Theologicum, também em Curitiba. Foi ordenado sacerdote por Dom Geraldo Micheletto Pellanda no dia 3 de dezembro de 1977 e incardinado na Diocese de Ponta Grossa. Entre os anos de 1985 e 1987 realizou seu Mestrado em Direito Canônico na Universidade Santo Tomás de Aquino em Roma.

Exerceu os seguintes ministérios, todos na cidade de Ponta Grossa: Pároco da Paróquia São Jorge (1978-1979); Professor de Segundo Grau no Seminário Menor Diocesano São José (1978-1983); Ecônomo do Seminário Maior e Menor Diocesano São José (1978-1985); Coordenador da Ação Evangelizadora (1980 a 1983, 1984 a 1985 e 1992 a 1995); Vigário Paroquial da Catedral Sant’Ana (1980-1981, 1984-1985, 1999-2001 e 2005); Membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores (1980-1985 e 1991-2005); Vigário Paroquial da Paróquia São Sebastião (1982-1983);

Professor de Filosofia no IFITEME – Instituto de Filosofia e Teologia Mater Ecclesiae (1983 a 1985);

Formador dos alunos de Filosofia e Teologia (1983 a 1985 e 1987 a 1991); novamente Professor de Filosofia e Teologia no IFITEME (1987 a 2005); Juiz Auditor da Câmara Eclesiástica (1987 a 1995);

Reitor do Seminário Maior e Menor Diocesano São José (1991); Vigário Geral da Diocese (1992 a 1995 e 2003 a 2005); Ecônomo da Diocese (1992 a 2005); Diretor Geral e Administrativo da Rádio Emissora Sant’Ana (1995 a 2005); Administrador Diocesano (1997-1998 e 2002-2003).

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, o nomeou bispo no dia 27 de julho de 2005. Seu lema episcopal é “In manus tuas”: “Pai, nas tuas mãos eu entrego o meu espírito”, tirado de Lc 23,46. O objetivo do ministério episcopal é fazer com que cada pessoa se sinta filho amado de Deus e coloque sua vida nas mãos do Senhor, a exemplo do próprio Jesus Cristo e da Virgem Maria.

Dom Francisco foi ordenado bispo na Catedral de Ponta Grossa no dia 27 de outubro e tomou posse da Diocese de Toledo no dia 24 de novembro de 2005. No dia 3 de outubro de 2012, foi designado para ser o novo bispo de São José dos Pinhais, sendo empossado no dia 15 de dezembro do mesmo ano.

No dia 11 de abril de 2015, durante o velório do Bispo de Paranaguá, Dom João Alves dos Santos, o Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, anunciou que Dom Francisco Carlos seria o Administrador Diocesano da Diocese de Paranaguá, enquanto o Papa Francisco não nomear um novo bispo.

Nomeação para a Diocese de Joinville

Dom Francisco recorda que foi com surpresa que recebeu uma ligação do Núncio Apostólico Dom Giovanni D’Aniello, atual representante papal no Brasil, informando que havia sido nomeado bispo de Joinville pelo Papa Francisco. “Normalmente, quando vai para um local, um bispo fica lá até que Deus o chame ou até que se aposente. Pensei que ali ficaria, porque a Diocese de São José dos Pinhais é também grande, importante. É a segunda maior diocese do Paraná hoje, em população, com quase 1 milhão de pessoas”, disse Dom Francisco ao Jornal A Notícia (24 e 25/6/2017, Ano 94, Nº 27.580, p. 4).

Ao pedir a Dom Giovanni dois dias para pensar sobre a vinda a Joinville, o Bispo recordou que recebeu a sua permissão, mas também uma condição: passar uma hora por dia diante do Santíssimo, de joelhos, rezando e repetindo: “Eu sou bispo da Igreja onde a Igreja me queira”. Foi quando Dom Francisco se deu conta de que a sua missão no Paraná havia terminado.

A Diocese de Joinville compreende 18 municípios da região Norte de Santa Catarina, tem 65 paróquias e quase 500 capelas, mais de 130 padres e 60 diáconos permanentes. Conta com 60 funcionários que atuam na Mitra Diocesana, divididos em setores como administração, contabilidade, recursos humanos, patrimônio, comunicação, catequese, pastorais, entre outros.

Expectativas e promessas

Depois de nove meses de espera e oração, os joinvilenses conheceram no mês de abril o nome de seu novo bispo e, após mais dois meses de espera, chegou a hora dos diocesanos conhecerem de perto seu novo pastor. Dom Francisco chegou à Diocese de Joinville para ser o quinto bispo diocesano.

Dom Francisco afirma que seu trabalho, no primeiro momento, será o de olhar, observar e reunir: “O primeiro momento de um bispo é entender a nova diocese. Por isso, tenho suplicado aos padres, assim como aos leigos: não queiram conversar imediatamente comigo. Preciso conhecer como funciona esta diocese, quais são suas obras sociais, como funciona a pastoral. Todas as decisões serão tomadas a seu tempo” (A Notícia).

O novo Bispo Diocesano pautará seu pastoreio em base aos valores do respeito máximo à pessoa humana e da comunhão democrática. Desde que foi anunciado como novo Bispo de Joinville, ele faz questão de dizer que essa posse é de todos os diocesanos, o que mostra que a caminhada deverá ser em conjunto: “Desde o momento em que recebi a notícia, coloquei todos os diocesanos de Joinville em minha mente, em meu coração e em minhas orações. Não quero assumir sozinho a diocese. Vamos tomar posse juntos. Aqueles que lá estarão no dia 24, na Catedral dedicada a São Francisco Xavier, representarão todos os diocesanos que assumirão comigo a missão de seguir Jesus Cristo e anunciá-lo pela vida e testemunho. Ajudem-me a ser um bispo segundo o coração de Deus, e por isso suplico: rezem por mim”, disse Dom Francisco numa entrevista.

A função episcopal, embora não deva ser centralizadora, tem a responsabilidade de estar de olho em tudo e ter pessoas ao lado para ajudar a conduzir as coisas, como os membros do Conselho Presbiteral e Colégio dos Consultores. “Passou o tempo do bispo monocrático, que diz ‘eu faço o que quero, do jeito que eu quero’. Não é possível trabalhar sem unidade e comunhão com os órgãos representativos”, disse Dom Francisco ao Jornal A Notícia.

Na mesma entrevista ao Jornal A Notícia (pg. 5), Dom Francisco revelou duas de suas prioridades pastorais: vocação e juventude. “Não vejo futuro para a nossa diocese sem uma pastoral vocacional forte, porque padres ainda nem formados hoje é que ditarão o rumo da Igreja amanhã”. A cultura vocacional “precisa de somente três palavras: falar, rezar e convidar; é nessa última que falhamos muito. Se eu perceber um jovem ou uma jovem dentro da minha comunidade, meu bairro, minha família, que tenham afinidade pelo sagrado, deixem a perguntinha: você, por acaso, já pensou em ser padre? Isso dá um resultado fantástico”. Quanto à pastoral da juventude, Dom Francisco lembrou que o tema foi um dos assuntos da última conferência dos bispos brasileiros, que refletiu e deliberou sobre a iniciação cristã. “Temos, em algumas dioceses, escolas de formadores de uma juventude autêntica. O protagonista da evangelização do jovem deve ser o outro jovem. É o único caminho que funciona”, enfatizou Dom Francisco.

Os católicos joinvilenses aguardavam com ansiedade e esperança a vinda do novo Bispo Diocesano. Com a chegada de Dom Francisco, “nossa Diocese ganha novos ares com o vento do Espírito Santo. Um tempo novo começa a ser sentido por todos. Nossas preces, ouvidas pelo Senhor, marcam um tempo de muita esperança. A pastoral ganha um novo impulso e todos nós somos chamados a participar. O novo Bispo já nos conclamou para juntos construirmos esse novo tempo, com maior participação e integração de todos. … Muitas serão as novidades que encontraremos. Estaremos abertos e participativos nesse processo que será de grande valia para a caminhada. A ação evangelizadora é resultado da experiência com Jesus, da espiritualidade, do seguimento, da comunhão eclesial, da formação contínua e da unidade pastoral. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como o mestre que o conduz e acompanha. Assim, com Dom Francisco, padres e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, todos juntos seremos uma diocese fortalecida pelo vínculo evangélico da unidade e da corresponsabilidade missionária. ‘Um passado redimido, um presente bem vivido e um futuro esperançoso’. Temos muitos valores a serem conservados do nosso passado, mas somos lançados para frente, pelo Espírito Santo que nos impulsiona. A exemplo da Virgem Maria, que viveu na disponibilidade a sua missão, vamos nos lançar na aventura do Reino de Deus. Para esse novo tempo, pedimos também a intercessão do nosso padroeiro, São Francisco Xavier, santo missionário que enfrentou os desafios e não se cansou de evangelizar” (Revista Diocese Informa – junho/2017).

Celebração da posse

Como anunciado, a posse foi celebrada dia 24 de junho, na Catedral São Francisco Xavier, no centro de Joinville, diante de uma multidão de aproximadamente cinco mil pessoas.

A celebração teve início às 15 horas, quando Dom Francisco, sendo ovacionado pelos fiéis, chegou à catedral e se ajoelhou diante do Santíssimo. Depois, ele foi recepcionado pelas lideranças locais na porta da Catedral e aspergido com água benta. Após a entrada solene dos bispos celebrantes, procedeu-se a tomada de posse da cátedra, com a leitura da bula pontifícia, feita pelo Chanceler Monsenhor José Chafi Francisco. Em meio a aplausos de pé, o ato de posse foi concluído com a mensagem solene do Arcebispo de Florianópolis Dom Wilson Tadeu Jönck: “Irmãos e irmãs em Cristo, por graça de Deus e designação da Sé Apostólica, a partir deste momento, Dom Francisco Carlos Bach é o novo pastor da Igreja de Joinville”.

Seguiram as saudações ao novo Bispo Diocesano. O Pe. Jorge Oczkovski, Pároco da Catedral, foi o primeiro a desejar boas-vindas ao novo líder da Igreja em Joinville. Ele destacou que a partir deste sábado, Dom Francisco ganha um espaço no coração da comunidade católica joinvilense. O ex-Administrador Diocesano de Joinville, Pe. Adenir José Ronchi, endossou as palavras e disse que Dom Francisco representa um presente bem-vindo e um futuro esperançoso para os rumos da Diocese. O Arcebispo de Florianópolis saudou carinhosamente Dom Francisco desejando-lhe sucessos no pastoreio. O mesmo fez o Presidente da CNBB Regional Sul IV, Dom Francisco Salm.

Convidado a acolher o Bispo em nome dos prefeitos das cidades que fazem parte da Diocese de Joinville, o Prefeito de Joinville, Sr. Udo Döhler, deu as boas-vindas ao líder religioso e destacou a importância da Igreja para a recuperação dos valores essenciais e o fortalecimento do caráter do ser humano, em um momento em que a sociedade sofre com conflitos preocupantes, que arranham valores éticos, morais e cívicos. Ao término de sua fala, o político entregou, de forma simbólica, a chave da cidade a Dom Francisco. “Os fundamentos da Igreja, a oração e os princípios da família precisam ser resgatados; e essa é a missão de todos nós. Dom Francisco, seja bem-vindo à nossa Diocese, que está em suas mãos abençoadas por Deus”, disse Döhler ao entregar a chave.

Também prestaram homenagem a Dom Francisco, o Pastor Inácio Lemke, Pastor Sinodal a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e o Pe. Francisco Baraúna, representante do Presbitério Diocesano de Joinville. O Pastor destacou a importância do diálogo ecumênico em busca de valores comuns, quando se celebra os cinco séculos da Reforma Protestante. Em nome do Presbitério, o Padre prometeu colaboração e obediência ao novo líder e finalizou sua fala dizendo: “Bendito seja o teu sim, desejamos que seja um bom pastor, sem esquecer principalmente dos mais pobres e menos favorecidos. Precisamos de seu apoio de pai e de amigo”.

Prosseguindo o ritual, mais de 130 padres que compõem a Diocese de Joinville fizeram um juramento de obediência e respeito ao novo Bispo.

Em seu primeiro pronunciamento, Dom Francisco ganhou a simpatia dos presentes ao brincar que iria torcer para “conseguir fazer ao menos 1% de tudo o que foi solicitado” nas saudações anteriores. Ele se dirigiu com alegria e bom humor aos seus novos diocesanos e reafirmou seu compromisso pastoral evangelizador com a Diocese: “Comprometo a dar o melhor de mim para construirmos uma unidade com respeito e colaboração mútua, trabalhando em prol a Igreja e do Senhor”.

Deu-se continuidade à celebração com a Liturgia da Palavra. Em sua primeira homilia, Dom Francisco apresentou três ideias fundamentais de seu novo ministério: unidade de toda a Igreja, a paz celebrada pelo pastoreio e o comprometimento, assumido pelo próprio Bispo, de todo o clero, de todos os religiosos, seminaristas e pastorais (Fonte: Agencia RBS, Jornal a Notícia).

Ao final da Santa Missa, foi lida pelo Chanceler a ata da posse e o decreto de confirmação das estruturas diocesanas. Um casal de jovens dirigiu vários agradecimentos. Foram entregues presentes ao novo Bispo Diocesano, provenientes de diversos contextos culturais da região. Também os bispos concelebrantes receberam presentes. A solenidade continuou com muita alegria e vibração.

Parabéns Dom Francisco! Sucessos pastorais!